O crescente surto de ferrugem asiática nas lavouras de soja levou a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) a pedir uma intervenção do Ministério da Agricultura (Mapa). Em ofício encaminhado ao Secretário de Defesa Sanitária, Luis Rangel, os paranaenses solicitam que o governo federal leve a cabo medidas que restrinjam o avanço da doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.
“Entendemos que é imprescindível que o MAPA coordene o processo de definição e implementação de medidas que restrinjam o avanço da ferrugem asiática, entre elas, a instituição do vazio sanitário e o limite da data de plantio da soja no país. Também é necessária a ação do MAPA para que as mesmas medidas sejam adotadas pelos países vizinhos com plantio de soja”, afirma o presidente do Sistema Faep, Ágide Meneguette.
De acordo com a entidade, o principal manejo contra a ferrugem asiática é o vazio sanitário, que visa diminuir a quantidade de inóculo da ferrugem. Os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás já definiram o dia 31 de dezembro como a data limite para plantio da soja. No Paraná já está proibido o plantio da safrinha, que era realizada entre janeiro e fevereiro.
Existe um consenso entre Embrapa, Consórcio Antiferrugem e indústrias produtoras de defensivos agrícolas sobre o estado de alerta atual. É forte a possibilidade de não haver fungicida eficiente para o controle da ferrugem no curto prazo. De acordo com a Faep, poderia levar até 10 anos para o lançamento de novos fungicidas.
Lançado em 2013, o último grupo de moléculas possui risco com grau médio a alto de resistência e já não têm bons resultados, contando com um número muito pequeno de princípios ativos eficientes. “Há necessidade de trabalhar com interação entre controle químico e manejo adequado da cultura para a obtenção de resultados satisfatórios e assim evitar perdas pela doença”, conclui o presidente do Sistema Faep.