25
set
2020
Fazenda Escola: colheita do trigo Atobá rende 4 mil quilos por hectare

A Fazenda Escola colheu cerca de 4 mil quilos por hectare do trigo Atobá, cultivar desenvolvido pela Embrapa e testado pela FAG. O material, que é relativamente novo está no segundo ano de comercialização e apresenta vantagens, como a capacidade de germinar menos na espiga, quando comparado a concorrentes, e estabilidade desde o plantio até a colheita. Serão colhidas ainda mais duas variedades de trigo.

O gerente da fazenda, Helmuth Bleil Junior, explica que apesar de todas as adversidades climáticas, principalmente os 34 dias sem chuva durante fases importantes do desenvolvimento da planta, que é a floração e o enchimentos dos grãos,  o trigo ainda está mantendo a produtividade alta. "Esse trigo é um material muito bom para a colheita, porque apesar de termos ventos fortes, se manteve em pé. A máquina colhe com facilidade, até com a plataforma um pouco mais alta. Há menos massa de palha para ir para dentro da colheitadeira, com isso desgastando menos a máquina", diz. 

Helmuth acrescenta que o objetivo é buscar um material que tenha um custo menor de implantação, mas com alta produtividade, pontos disponíveis na cultivar de trigo Atobá. A colheita é acompanhada pelos estagiários do curso de Agronomia, o gerente da fazenda coloca que são turmas que se alternam, cada uma acompanhando um momento da produção. "Todo o dia a dia é passado para os estagiários, eles têm a oportunidade de vivenciar todas as práticas que ocorrem na Fazenda Escola".

Quem também esteve presente na colheita é o engenheiro agrônomo José Rafael Azambuja da Embrapa, que conta com mais de 50 anos de experiência na área. "O que estamos percebendo pelo que está sendo entregue na cooperativa, por meio dos resultados, são PHs de 82, até 85, isso é um bom resultado para este ano, que confirma que o material é do grupo melhorador para a indústria", avalia. 

Azambuja comenta sobre a interferência do tempo no produção. "Dá a impressão de que a geada pegou apenas em alguns pontos de baixada muito grande onde os raios de Sol não chegaram nas primeiras horas do dia, chegando após 10h, 11h da manhã. Alguma coisa prejudicou, mas foi pouco". Para ele o maior impacto foi o déficit hídrico, ou seja, a redução das chuvas na região. "Houve diminuição dos grãos e o volume de trigo por espiga ficou abaixo do esperado, tanto é que essa cultivar dá a possibilidade de colher até cinco mil quilos por hectare e aqui foram quatro mil quilos". 

Reportagem e fotos: Silvio Matos, acadêmico do 8º período de Jornalismo.  

Fonte: FAG 

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