22
abr
2015
Faep solicita mudanças no zoneamento agrícola
Pedido será feito ao Mapa esta semana; entidade quer atualização em algumas culturas como soja, milho, trigo e feijão

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) deve enviar ainda esta semana ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) um documento com propostas de atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) no Paraná, principalmente para as culturas de soja, milho, trigo, feijão, café, frutíferas e arroz irrigado.

De acordo com a entidade, que elabora o documento juntamente com técnicos da Faep e de sindicatos rurais do Estado, a readequação das portarias do Zarc é fundamental, já que as épocas de plantio estipuladas no momento para as culturas estão defasadas, em determinadas regiões e municípios, frente aos avanços de genética das cultivares, além das particularidades de solo e, principalmente clima, que mudaram muito nos últimos anos e tem atrapalhado tanto o plantio como a colheita de grãos no Paraná.

Segundo definição do Mapa, o zoneamento é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. Ele é elaborado com o intuito de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais e agentes financeiros. São avaliados os parâmetros de clima, solo e de ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela Embrapa e, por fim, adotada pelo Ministério desde 1996.

A assessora do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da Faep, Maria Silvia Digiovani, explica que essa defasagem das datas do zoneamento frente à realidade da safra atual atrapalha os produtores. Além da importância deles saberem a melhor época do plantio, a assessora salienta que muitos já não estão cumprindo as regras. "Eles já estão plantando fora do zoneamento porque conseguem melhores resultados. E isso já acontece há uns três anos. O problema é que a partir do momento que se faz dessa forma, não se consegue financiamento, a cobertura do seguro ou o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro)", explica ela.

Além das mudanças gerais das datas de plantio, Maria Silvia salienta que é preciso ver todas as portarias, inclusive aquelas de situações específicas. Ela cita, por exemplo, uma faixa que pega do Sudoeste ao Noroeste do Estado, onde acontece uma transição do solo mais argiloso para o arenito, em que diversos municípios não estão incluídos no zoneamento do milho safrinha, mesmo apresentando alta produtividade há muitos anos. "Outro caso é a inclusão da região norte do município de Arapoti no zoneamento do café. Cidades próximas têm zoneamento e essa região não possui. A parte sul (da cidade) é imprópria para o plantio da cultura, mas a norte é própria", relata.

A Faep solicita aos sindicatos rurais que enviem suas propostas de mudanças referentes ao zoneamento da região até amanhã. Em caso de dúvidas, os representantes dos sindicatos podem ligar para as engenheiras agrônomas do DTE/Faep, Maria Silvia Digiovani e Elisangeles Souza, pelo telefone (41) 2169-7923.

Victor Lopes


Fonte: Folha Web

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