Na avaliação dos analistas, a oferta de soja no Estado foi normal, parecida com a do ano passado. Mato Grosso produziu 17,4 milhões de toneladas, nada de extraordinário em relação ao que se esperava. “O que realmente foi decisivo para o saldo nas exportações foram os preços e a demanda mundial, já que os produtores mato-grossenses foram beneficiados pela queda da produção nos Estados Unidos e na Argentina”, avaliam os especialistas.

Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) consagram 2009 com um recorde de embarques de soja em grão: 10,1 milhões de toneladas. Esse desempenho é diretamente proporcional ao reduzido ritmo de esmagamento desempenhado no Estado, mesmo com a inauguração de duas novas plantas.

O embarque da soja em grão em setembro totalizou 366,6 mil toneladas. Comparado com o mesmo período do ano o resultado foi negativo, pois houve um decréscimo de mais de 135 mil toneladas, ou seja, de 37%. O total exportado em nove meses de 2009 superou em 33,6% o colocado nos navios no mesmo período de 2008 e em 16,7% o acumulado durante todo ano passado.

PLANTIO – Se por um lado a soja vive várias faces: o pior valor em dois anos, recorde no volume de grãos exportados e negociações travadas, o plantio da nova safra mato-grossense avança a cada semana, influenciado pelos bons volumes de chuvas.

Como mostra o Boletim Semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as lavouras de soja cobrem 37% dos 5,86 milhões de hectares estimados como superfície total desta temporada. No mesmo período do ano passado o cultivo alcançava 30% da área, que foi cerca de 2,9% abaixo da previsão atual.

Lideram a semeadura da soja os municípios de Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sapezal, com 70%, 55% e 50% da área cultivados, respectivamente. A região médio norte concentra 40% da área de soja, 2,32 milhões de hectares, a maior de Mato Grosso. (MM com Marianna Peres).