No mês de abril deste ano, as exportações brasileiras de soja atingiram a marca de 14,34 milhões de toneladas, aumento significativo em relação aos 13,24 milhões de toneladas exportadas no mês anterior. Em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 11,47 milhões de toneladas, houve crescimento. Esses números demonstram a força e a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional.
O Brasil, maior produtor mundial de soja, está enfrentando um desafio logístico devido à superação de sua capacidade total de armazenagem. A expectativa é de que a safra de grãos do país na temporada 2022/23 seja tão abundante que os sistemas de armazenamento existentes não sejam suficientes para comportar toda a produção. Essa situação sugere a necessidade de investimentos em infraestrutura para garantir o escoamento eficiente dos produtos agrícolas.
Além do sucesso na produção de soja, o Brasil também está prevendo aumento na safra de café para este ano. Espera-se incremento significativo na produção em relação ao ano passado, o que fortalece ainda mais a posição do país como um dos principais fornecedores mundiais dessa commodity. Da mesma forma, a produção de cana-de-açúcar também deverá ser recorde, com ênfase na produção de açúcar, devido aos baixos estoques mundiais e à demanda crescente.
De acordo com dados divulgados pela Conab, a fabricação de açúcar no Brasil deve chegar a 38,77 milhões de toneladas, sendo a segunda maior já registrada na história, perdendo apenas para a temporada 2020/21, quando atingiu 41,25 milhões de toneladas. A possibilidade de o fenômeno climático El Niño reduzir as chuvas de monções na Ásia, prejudicando a produção de cana-de-açúcar em países como Índia e Tailândia, poderia impulsionar os preços mundiais dos produtos do complexo açucareiro.
No entanto, essas perspectivas positivas para o agronegócio brasileiro não estão isentas de desafios. A combinação do aumento na produção com a infraestrutura logística insuficiente, incluindo armazéns, rodovias, portos e ferrovias, deve gerar intensa competição e pressão sobre os prêmios de exportação, reduzindo os ganhos para as diversas cadeias produtivas do país. Essa situação é esperada especialmente para o segundo semestre deste ano.
No setor de milho, as exportações brasileiras registraram uma queda acentuada em abril, com apenas 0,47 milhão de toneladas exportadas, em comparação com as 1,34 milhão de toneladas exportadas em março. Esse declínio foi influenciado pela diminuição dos prêmios e cotações do milho brasileiro, juntamente com a momentânea ausência de demanda. No entanto, a Conab aumentou suas estimativas tanto para as exportações (48 milhões de toneladas) quanto para a demanda doméstica (79,3 milhões de toneladas) de milho, após o aumento na produção deste ano.
Além disso, os mercados estão atentos às negociações no corredor de grãos do Mar Negro, após a intensificação das tensões entre Rússia e Ucrânia. Essa situação pode ter impactos nas rotas e nos preços internacionais do milho, gerando cautela e incertezas para os produtores e exportadores brasileiros.
Fonte: Revista Cultivar.
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