De acordo com o analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco, o modelo de comercialização de trigo da Argentina deve servir de exemplo para o Brasil. O especialista ressalta a importância da decisão estratégica de vender no mercado externo o excedente de produção do cereal de inverno.
“As cooperativas gaúchas tomaram a decisão mais importante para o seu futuro, ao concordar em iniciar os estudos para viabilizar ações (tanto na área de produção, como de logística e conhecimentos de mercado) para transformar o estado num exportador regular de trigo dentro de um futuro de 5-10 anos. Há um exemplo logo ali, na Argentina, que pode servir de inspiração para estas ações”, explica ele.
Pacheco elenca os fatores que podem ser copiados: “A começar pela pesquisa e conhecimento dos mercados que são potenciais e suas facilidades/dificuldades para o recebimento das mercadorias; em seguida, pela celebração de acordos comerciais e sanitários, indispensáveis ao prosseguimento dos negócios; finalmente, pela celebração de contratos de fornecimento de produto (só para dar outro exemplo, o fornecimento de cereais americanos para a Rússia demorou 10 anos de planejamento e ajustes e foi celebrado pelos presidentes Nixon e Brejniev em 1972. Nada é de um dia para outro)”.
Segundo ele, a exportação é absolutamente vital para o desenvolvimento de qualquer mercado de grãos, a exceção de que se tenha um mercado doméstico como o da China ou da Índia, com bilhões de consumidores. “Ela [a venda externa] melhora a qualidade, aumenta produtividade e a produção e, principalmente, diminui os custos e aumenta a lucratividade, como acontece com a soja. Portanto, que este projeto continue em frente, para oferecer aos produtores mais opções de comercialização, além das que tem hoje”, recomenda.
Fonte: Agrolink
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