03
mar
2015
Entre a greve a safra

Afetado diretamente pelos mesmos custos que levaram os caminhoneiros a deflagrarem greve, o agronegócio vive um dilema há duas semanas.

Ao dar apoio ao movimento, acaba prejudicado pela interrupção no transporte. Se fica do lado oposto, perde a chance de mostrar seu descontentamento e de tentar ajudar os transportadores a buscar uma condição de produção mais viável.

A edição desta terça-feira do caderno Agronegócio mostra que a colheita avança e, mesmo onde a safra vai bem, a manifestação envolve diversos elos do setor. O Rio Grande do Sul, que registra clima bom num ano em que prevalece a irregularidade das chuvas, é justamente o estado com mais pontos de paralisação no tráfego.

A teoria mais aceita é que a greve começou em Mato Grosso, no maior polo de produção de soja do país. Caminhoneiros e transportadores concluíram, durante churrascos de Carnaval, que teriam de paralisar rodovias para mostrar que a atividade está dando prejuízo devido, principalmente, ao preço do diesel. O movimento se espalhou pela BR-163, a rodovia da soja, chegando a Mato Grosso do Sul e ao Paraná. E se tornou viral em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

A estimativa é que mais de R$ 300 milhões deixaram de ser arrecadados pelo agronegócio somente no Paraná, principalmente pelo descarte de leite, pintainhos e frangos. Dezenas de indústrias desses setores tiveram as atividades interrompidas em todo a Região Sul. Na agricultura, os dados de monitoramento de safra a serem divulgados durante esta semana vão mostrar se houve não atraso na retirada da soja e do milho do campo. Mato Grosso é o estado mais afetado neste sentido.

 

Fonte: Gazeta do Povo

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