24
fev
2014
Embrapa envia remessa de sementes para Noruega
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) enviou, no último dia 11, 514 acessos de feijão (Phaseolus vulgaris), para o Banco Global de Sementes de Svalbard, situado na cidade de Longyearbyen, Noruega. Acessos são amostras de sementes representativas de diferentes populações de uma mesma espécie. A iniciativa é decorrente do acordo assinado entre a Embrapa e o Real Ministério de Agricultura e Alimentação da Noruega, em 2008, e as sementes enviadas compõem Coleção Nuclear de Feijão da Embrapa, que, em setembro de 2012, já havia enviado ao banco nórdico 264 acessos de milho e 541 acessos de arroz.
Segundo o pesquisador Paulo Hideo, responsável pelo Banco de Arroz e Feijão da Embrapa, o termo coleção nuclear, também conhecido no meio científico como core collection, é utilizado para definir um grupo limitado de acessos derivados de uma coleção vegetal, escolhido para representar a variabilidade genética da coleção inteira. Tradicionalmente, as coleções nucleares são estabelecidas com tamanho inferior a 10% dos acessos de toda a coleção original e incluem aproximadamente 70% do acervo genético.
“São coleções pequenas, mas estratégicas. Apesar do número reduzido de acessos, representam grande parte da variabilidade genética das espécies vegetais e normalmente não contém duplicatas”, explica a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Marília Burle.
A seleção dos acessos para a coleção nuclear de feijão enviada ao Banco de Svalbard é resultado de diferentes modelos biométricos de amostragem. Esses modelos deram origem a várias coleções que foram comparadas entre si e escolhida a mais robusta, ou seja, a mais representativa.
Na verdade, as coleções nucleares são recomendadas pelo Banco de Svalbard, como deixou claro o coordenador de operações, Ola T. Westengen, visto que garantem a conservação das espécies e ocupam menos espaço no banco, que tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes de todas as partes do mundo.
Antes de seguir viagem para o banco da Noruega, a coleção nuclear de feijão passou pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, onde as amostras foram conferidas, organizadas e etiquetadas. Depois, foi submetida ao trâmite regular de intercâmbio exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
No dia 11 de fevereiro, o material seguiu para Oslo, capital da Noruega, de onde será enviado para o arquipélago de Svalbard, onde deve chegar por volta do dia 17 de fevereiro.
Feijão, arroz e milho: importância alimentar e cultivo secular no Brasil
A escolha das culturas agrícolas enviadas a Svalbard – feijão, arroz e milho - atende a uma das recomendações do Banco quanto à relevância para a segurança alimentar e agricultura sustentável. Além disso, como afirma Burle, são culturas que apesar de não serem originárias do Brasil, são cultivadas no país há séculos e, por isso, possuem características de rusticidade e adaptabilidade às condições nacionais.
Banco norueguês garante ainda mais segurança para a conservação das sementes brasileiras
A conservação das espécies vegetais de importância alimentar é uma preocupação da Embrapa desde a sua criação em 1973. Prova disso é que a Empresa possui hoje o maior banco genético vegetal do Brasil e da América Latina, com mais de 120 mil amostras de sementes de cerca de 670 espécies agrícolas de importância socioeconômica conservadas a 20ºC abaixo de zero na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
O envio de amostras para Svalbard é mais uma garantia de segurança, já que o banco nórdico é o mais seguro do mundo em termos físicos e ambientais. Além de estar situado dentro de uma montanha na cidade de Longyearbyen foi construído com total segurança para resistir a catástrofes climáticas (enchentes terremotos, aquecimento gradual, etc.) e até mesmo a uma explosão nuclear.
O acordo prevê cooperação contínua entre as duas instituições e, por isso, “futuramente, sementes de outras espécies serão enviadas ao Banco Global”, como explica Burle, lembrando que a prioridade será a mesma, ou seja, sementes de importância para a alimentação da população brasileira.
Caixa forte da Noruega
A caixa forte norueguesa tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes. O conjunto arquitetônico conta com três câmaras de segurança máxima situadas ao final de um túnel de 125 metros dentro de uma montanha em uma pequena ilha do arquipélago de Svalbard situado no paralelo 780 N, próximo do Pólo Norte.
As sementes são armazenadas a 20ºC abaixo de zero em embalagens hermeticamente fechadas, guardadas em caixas armazenadas em prateleiras. O depósito está rodeado pelo clima glacial do Ártico, o que assegura as baixas temperaturas, mesmo se houver falha no suprimento de energia elétrica. As baixas temperatura e umidade garantem a baixa atividade metabólica, mantendo a viabilidade das sementes por um milênio ou mais.
Segundo o pesquisador Paulo Hideo, responsável pelo Banco de Arroz e Feijão da Embrapa, o termo coleção nuclear, também conhecido no meio científico como core collection, é utilizado para definir um grupo limitado de acessos derivados de uma coleção vegetal, escolhido para representar a variabilidade genética da coleção inteira. Tradicionalmente, as coleções nucleares são estabelecidas com tamanho inferior a 10% dos acessos de toda a coleção original e incluem aproximadamente 70% do acervo genético.
“São coleções pequenas, mas estratégicas. Apesar do número reduzido de acessos, representam grande parte da variabilidade genética das espécies vegetais e normalmente não contém duplicatas”, explica a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Marília Burle.
A seleção dos acessos para a coleção nuclear de feijão enviada ao Banco de Svalbard é resultado de diferentes modelos biométricos de amostragem. Esses modelos deram origem a várias coleções que foram comparadas entre si e escolhida a mais robusta, ou seja, a mais representativa.
Na verdade, as coleções nucleares são recomendadas pelo Banco de Svalbard, como deixou claro o coordenador de operações, Ola T. Westengen, visto que garantem a conservação das espécies e ocupam menos espaço no banco, que tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes de todas as partes do mundo.
Antes de seguir viagem para o banco da Noruega, a coleção nuclear de feijão passou pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, onde as amostras foram conferidas, organizadas e etiquetadas. Depois, foi submetida ao trâmite regular de intercâmbio exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
No dia 11 de fevereiro, o material seguiu para Oslo, capital da Noruega, de onde será enviado para o arquipélago de Svalbard, onde deve chegar por volta do dia 17 de fevereiro.
Feijão, arroz e milho: importância alimentar e cultivo secular no Brasil
A escolha das culturas agrícolas enviadas a Svalbard – feijão, arroz e milho - atende a uma das recomendações do Banco quanto à relevância para a segurança alimentar e agricultura sustentável. Além disso, como afirma Burle, são culturas que apesar de não serem originárias do Brasil, são cultivadas no país há séculos e, por isso, possuem características de rusticidade e adaptabilidade às condições nacionais.
Banco norueguês garante ainda mais segurança para a conservação das sementes brasileiras
A conservação das espécies vegetais de importância alimentar é uma preocupação da Embrapa desde a sua criação em 1973. Prova disso é que a Empresa possui hoje o maior banco genético vegetal do Brasil e da América Latina, com mais de 120 mil amostras de sementes de cerca de 670 espécies agrícolas de importância socioeconômica conservadas a 20ºC abaixo de zero na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
O envio de amostras para Svalbard é mais uma garantia de segurança, já que o banco nórdico é o mais seguro do mundo em termos físicos e ambientais. Além de estar situado dentro de uma montanha na cidade de Longyearbyen foi construído com total segurança para resistir a catástrofes climáticas (enchentes terremotos, aquecimento gradual, etc.) e até mesmo a uma explosão nuclear.
O acordo prevê cooperação contínua entre as duas instituições e, por isso, “futuramente, sementes de outras espécies serão enviadas ao Banco Global”, como explica Burle, lembrando que a prioridade será a mesma, ou seja, sementes de importância para a alimentação da população brasileira.
Caixa forte da Noruega
A caixa forte norueguesa tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes. O conjunto arquitetônico conta com três câmaras de segurança máxima situadas ao final de um túnel de 125 metros dentro de uma montanha em uma pequena ilha do arquipélago de Svalbard situado no paralelo 780 N, próximo do Pólo Norte.
As sementes são armazenadas a 20ºC abaixo de zero em embalagens hermeticamente fechadas, guardadas em caixas armazenadas em prateleiras. O depósito está rodeado pelo clima glacial do Ártico, o que assegura as baixas temperaturas, mesmo se houver falha no suprimento de energia elétrica. As baixas temperatura e umidade garantem a baixa atividade metabólica, mantendo a viabilidade das sementes por um milênio ou mais.
Fonte: ultimo instante