A Embrapa completa 47 anos neste domingo (26) e amplia seu foco em projetos de pesquisa que buscam a parceria com o setor produtivo. O processo de reestruturação da Empresa, aliado à nova organização dos seus temas de pesquisa em 34 portfólios, vem permitindo o alcance mais rápido de resultados, com contribuições efetivas para o agronegócio brasileiro.
Como desdobramento dessa maior proximidade com a iniciativa privada, a equipe de inovação e negócios contabilizou, no ano passado, mais de 157 novas parcerias, que se somaram às 118 já existentes. No total, foram celebrados 888 instrumentos de contratos e convênios, sendo 858 nacionais e 30 internacionais.
São 850 projetos de pesquisa em andamento em 43 Unidades. Em 2019, o número de projetos com a participação direta da iniciativa privada saltou de 5,9% para 12,1%, e a projeção é chegar a 40% até 2022. “Estamos movendo nossa programação de pesquisa para que em torno de 40% dos projetos atendam à solução de problemas imediatos do agro brasileiro. De maneira complementar, queremos ter ao redor de 60% dos projetos de pesquisa na linha de indução tecnológica, ou seja, projetos que têm como base demandas presentes difusas ou demandas para a solução de problemas futuros, que ainda não afligem o produtor brasileiro”, destaca o presidente Celso Moretti.
“As parcerias ajudam o Brasil a avançar no protagonismo da produção de alimentos, fibras e fontes de energia. A ampliação de projetos em parceria com o setor produtivo, sem dúvida, representa uma das nossas prioridades, principalmente em função do impacto e dos benefícios não só para a pesquisa agropecuária, como para os diversos segmentos do agro no mercado nacional de tecnologia e inovação”, complementa o presidente.
Por atuar em diversas frentes, a Embrapa conta com parceiros de perfis diferenciados, como empresas públicas e privadas, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), universidades, associações, cooperativas, organizações estaduais de pesquisa e de assistência técnica e extensão rural, bancos, além de organismos internacionais.
Também encontra-se em fase de consolidação o sistema integrado de gestão ERP (Enterprise Resource Planning), por meio do projeto Conecta, que irá promover a integração de 170 processos internos, dando mais agilidade, eficiência e segurança às informações administrativas das Unidades.
Resultados recentes da pesquisa
Moretti chama a atenção para o fato de que, mesmo diante de desafios como o contexto de restrições orçamentárias e a necessidade constante de revisão e atualização das estruturas da Empresa, a estatal continua fazendo entregas relevantes para a sociedade.
Entre os destaques recentes está o BiomaPhos, um inoculante que aumenta a quantidade disponível de fósforo nos solos para absorção pelas plantas. Estima-se que haja cerca de US$ 40 bilhões em fósforo acumulados nos solos ao longo de décadas e que, com a tecnologia da Embrapa, possam ser apropriados pelas plantas, gerando economia e incremento da produtividade.
Outra entrega de impacto foi o aplicativo Zarc Plantio Certo, que permite ao produtor tomar decisões de forma ágil e prática, baseado em informações oficiais de zoneamento de risco climático. O presidente também destaca a participação da Empresa no consórcio internacional que sequenciou o genoma do fungo causador da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), principal doença das lavouras brasileiras de soja e que causa US$ 2,8 bilhões de prejuízos para o país.
Entre as novidades previstas para 2020 está o início do processo de certificação e comercialização de produtos com a marca-conceito Carne Carbono Neutro (CCN). A marca garante que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema.
Outro produto aguardado é o sistema de inteligência territorial estratégica para impulsionar a produção aquícola. A Embrapa está mapeando, por imagens de satélite, os viveiros de criação de peixes e outros animais aquáticos em todo o Brasil. As informações ficarão disponíveis em uma plataforma online, que abrigará vasta quantidade de dados georreferenciados sobre a atividade.
O papel da pesquisa agropecuária no Brasil
Com o apoio da pesquisa agropecuária, o país saiu da posição de importador de alimentos para tornar-se grande player no mercado de commodities, o que vem assegurando ao agronegócio o resultado de 22% do PIB brasileiro. O país é protagonista na produção e exportação de soja, café, carne bovina, carne de frango, suco de laranja e milho.
“Saímos de importador para exportador de alimentos, e a Embrapa contribuiu fortemente ao longo de seus 47 anos para esse salto de produtividade do agro brasileiro”, afirma Moretti, lembrando que outra importante frente é a contribuição para a formulação de políticas públicas, por meio da participação de seus cientistas no fornecimento de dados e informações técnicas.
Pronasolos, Renovabio, ILPF, Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), Código Florestal, entre outros, são exemplos de políticas públicas com a participação da Embrapa nas últimas décadas. Neste momento em que o país enfrenta a pandemia da covid-19, a Empresa também tem dado rápidas respostas à sociedade.
“Não tenho dúvidas de que ao final de 2020 teremos uma Embrapa melhor, mais enxuta, mais responsiva e capaz de atender aos anseios e às demandas do agro brasileiro”, finaliza Moretti.
Enfrentamento da covid-19
Para apoiar o Governo Federal no planejamento de estratégias territoriais de combate à covid-19, a Embrapa sistematizou painéis gráficos que mostram o avanço dos casos da doença no território nacional. Eles mostram a evolução temporal diária, além da espacialização estadual dos casos da doença.
Os gráficos são estruturados mediante o uso do ArcGIS – software de geoprocessamento – sobre o banco de dados abertos disponibilizado pelo Ministério da Saúde. As informações por estado podem ser detalhadas a partir do acesso ao nome da unidade federativa. Essa iniciativa-piloto pode ser aprimorada de acordo com demandas específicas do Ministério da Saúde.
A Embrapa reuniu na página especial sobre a covid-19, em seu Portal, cinco publicações para orientar produtores nas áreas de avicultura, suinocultura, bovinos de corte, ovinocultura e caprinocultura e aquicultura. Também foram disponibilizados boletins semanais sobre o impacto da pandemia no setor leiteiro (Indicadores do Mercado de Leite), informações sobre boas práticas de sanitização de hortaliças para consumo seguro, higiene e sanitização no processamento de alimentos e um guia prático de limpeza de alimentos, entre outros conteúdos.
Também produziu um programa de rádio especial sobre o tema – Orientações para o agricultor se proteger do coronavírus – disponível na programação do Prosa Rural. A Empresa está se dedicando ainda a estudos de cenários e de inteligência estratégica sobre o agronegócio face à pandemia. Para conhecer a publicação “O Agronegócio em Tempo de Covid”, acesse o Sistema de Inteligência Agropensa.
O e-Campo, vitrine de capacitações on-line da Embrapa, ofertou diversos novos cursos, alguns gratuitos, nas duas últimas semanas. Como resultado, as vagas esgotaram-se em poucos dias. Foram 30 mil inscritos apenas nas quatro capacitações de maior procura e um total de aproximadamente 45 mil novas inscrições.
Diante da demanda elevada, novas turmas online serão formadas, a partir de 11 de maio, para os cursos "Recuperação de pastagens degradadas", "Irrigaweb", "Sistemas agroflorestais" e "Hortas em pequenos espaços". Além disso, novas capacitações serão lançadas. O curso sobre como fazer compostagem, tema de crescente interesse para o público urbano, abre inscrições na primeira quinzena de maio.
Saiba mais sobre as capacitações online acessando aqui
Todas as informações sobre as ações da Embrapa em função da pandemia estão reunidas na página especial Covid-19, disponível no Portal.
Fonte: Agrolink
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