08
ago
2012
Em MS, somente 2,8% da última safra de soja ainda não foi comercializada
Dos 4,628 mi de t produzidos, cerca de somente 130 mil t ainda não foram vendidas
Anderson Viegas
Das 4,628 milhões de toneladas de soja que Mato Grosso do Sul produziu na safra 2011/2012, o que o coloca na posição de quinto maior produtor do País, atrás somente de Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, somente cerca de 130 mil toneladas, o que representa aproximadamente 2,8% do total, ainda não foi comercializado.
A informação é do consultor da Granos Corretora, Carlos Ronaldo Dávalos, que credita esse elevado índice de comercialização da commoditie a alta nos mercados nacional e internacional, alavancada pela quebra da safra na América do Sul e agora também nos Estados Unidos. "Em uma situação normal estaríamos com 60% a 70% da safra comercializada, mas agora já vendemos quase tudo", explica.
Dávalos diz que como as indústrias instaladas no Estado têm capacidade para esmagar entre 1,8 milhão de toneladas e 2 milhões de toneladas, a perspectiva de que falte matéria-prima entre os meses de setembro e dezembro é que fez com que o governo estadual se antecipasse ao problema e pedisse a liberação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) da importação de 300 mil toneladas do grão.
"A ideia do governo é auxiliar as empresas a comprarem a matéria-prima para esmagar no Estado, produzindo principalmente o farelo, para atender a avicultura e a suinocultura. O MAPA vai fazer agora a análise de risco dessa operação, levando em conta que tipo de doenças que podem vir com essa soja. O que precisamos é que essa análise seja rápida, porque no máximo até outubro precisamos do produto aqui", explica a secretária de Desenvolvimento Agrário, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.
O consultor da Granos Corretora diz que sem a disponibilidade do produto no mercado interno e no Paraguai, que é um dos grandes produtores da América do Sul, sobra como alternativa a compra na Bolívia. "A Argentina já está atendendo o Rio Grande do Sul e para nós seria inviável , em razão do custo da logística, fazer essa compra dos argentinos", diz.
Dávalos comenta, entretanto, que como nunca houve importação de soja da Bolívia a operação será muito difícil. "O governo boliviano primeiro tem que manifestar oficialmente que está disposto a vender essa soja e o MAPA tem de autorizar. Além disso, o produto sairia muito caro e para tornar a opção viável, acredito que o governo federal precisaria dar algum tipo de apoio, de subsídio para essa compra", explica.
Ele diz que as cerca de 130 mil toneladas de soja que os produtores do Estado ainda têm estocadas podem ajudar a amenizar a situação. "Não sabemos quando, mas os produtores vão ter de vender essa soja, até para aproveitar esse momento de preços altos, em que chegamos a cotações de mais de R$ 80 a saca. Na próxima safra, que já tem entre 38% e 40% de sua produção já vendida, as cotações que estamos trabalhando em fevereiro de 2013 giram em torno dos R$ 57 a saca. A diferença é muito grande. Eles não vão querer esperar para perder dinheiro", conclui.
Anderson Viegas
Das 4,628 milhões de toneladas de soja que Mato Grosso do Sul produziu na safra 2011/2012, o que o coloca na posição de quinto maior produtor do País, atrás somente de Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, somente cerca de 130 mil toneladas, o que representa aproximadamente 2,8% do total, ainda não foi comercializado.
A informação é do consultor da Granos Corretora, Carlos Ronaldo Dávalos, que credita esse elevado índice de comercialização da commoditie a alta nos mercados nacional e internacional, alavancada pela quebra da safra na América do Sul e agora também nos Estados Unidos. "Em uma situação normal estaríamos com 60% a 70% da safra comercializada, mas agora já vendemos quase tudo", explica.
Dávalos diz que como as indústrias instaladas no Estado têm capacidade para esmagar entre 1,8 milhão de toneladas e 2 milhões de toneladas, a perspectiva de que falte matéria-prima entre os meses de setembro e dezembro é que fez com que o governo estadual se antecipasse ao problema e pedisse a liberação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) da importação de 300 mil toneladas do grão.
"A ideia do governo é auxiliar as empresas a comprarem a matéria-prima para esmagar no Estado, produzindo principalmente o farelo, para atender a avicultura e a suinocultura. O MAPA vai fazer agora a análise de risco dessa operação, levando em conta que tipo de doenças que podem vir com essa soja. O que precisamos é que essa análise seja rápida, porque no máximo até outubro precisamos do produto aqui", explica a secretária de Desenvolvimento Agrário, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.
O consultor da Granos Corretora diz que sem a disponibilidade do produto no mercado interno e no Paraguai, que é um dos grandes produtores da América do Sul, sobra como alternativa a compra na Bolívia. "A Argentina já está atendendo o Rio Grande do Sul e para nós seria inviável , em razão do custo da logística, fazer essa compra dos argentinos", diz.
Dávalos comenta, entretanto, que como nunca houve importação de soja da Bolívia a operação será muito difícil. "O governo boliviano primeiro tem que manifestar oficialmente que está disposto a vender essa soja e o MAPA tem de autorizar. Além disso, o produto sairia muito caro e para tornar a opção viável, acredito que o governo federal precisaria dar algum tipo de apoio, de subsídio para essa compra", explica.
Ele diz que as cerca de 130 mil toneladas de soja que os produtores do Estado ainda têm estocadas podem ajudar a amenizar a situação. "Não sabemos quando, mas os produtores vão ter de vender essa soja, até para aproveitar esse momento de preços altos, em que chegamos a cotações de mais de R$ 80 a saca. Na próxima safra, que já tem entre 38% e 40% de sua produção já vendida, as cotações que estamos trabalhando em fevereiro de 2013 giram em torno dos R$ 57 a saca. A diferença é muito grande. Eles não vão querer esperar para perder dinheiro", conclui.
Fonte: Agrodebate..