11
mai
2017
Em ano de recordes, América do Sul deve colher 177 mi t de soja

Principais produtores de grãos da América do Sul, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai devem colher juntos mais de 177 milhões de toneladas de soja na temporada 2016/17 – 10 milhões a mais que no ciclo anterior, conforme levantamento da Expedição Safra. A maior parte da oleaginosa – 107,8 milhões de toneladas – vem das lavouras brasileiras, mas o resultado final também foi puxado pelas safras históricas dos vizinhos Paraguai e Uruguai. Fora da curva dos recordes está apenas a Argentina, prejudicada pelo clima instável neste ciclo.

Há pelo menos quatro temporadas o Paraguai persegue a marca de 10 milhões de toneladas de soja. Neste ciclo, a meta deve ser finalmente alcançada. “Os números ainda não estão consolidados, mas tanto o Ministério da Agricultura do país, quanto os produtores, acreditam na conquista”, explica o integrante da Expedição Safra, Gabriel Azevedo, que integrou a equipe de técnicos e jornalistas durante o roteiro pela América do Sul e percorreu as principais regiões produtoras do Paraguai, Argentina e Uruguai.

Segundo os agricultores visitados pela Expedição Safra, clima e produtividade foram fundamentais para a obtenção dos bons resultados. “No Paraguai, a média nacional é de 49,8 sacas de 60kg por hectare, mas encontramos produtores colhendo até 80 sacas por hectare em algumas regiões”, destaca Azevedo. É o caso do agricultor e cerealista de Naranjal (PY), Vilmar Richter. “Foi perfeito. Queria poder mentir, diminuir um pouco os meus resultados, mas não dá”, brinca.

No Uruguai, os índices oficiais de produtividade são semelhantes e a média nacional chega a 50 sc/ha. O país tem potencial para colher até 3,3 milhões de toneladas da oleaginosa – 1,1 milhão a mais que no ciclo anterior. Porém, o que ainda preocupa os produtores continua sendo o preço. “Entre os países da América do Sul, o Uruguai é o que tem mais condições para expandir área. Isso não acontece devido aos custos de produção, mais altos por serem baseados em dólar, e à pecuária”, explica Azevedo.

Fora da curva

Prejudicadas por períodos de seca durante o desenvolvimento das plantas e pelo excesso de chuva no início da colheita, as lavouras de soja da Argentina são uma exceção em meio aos bons resultados sul-americanos. Terceiro maior produtor de soja do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos da América (EUA) e do Brasil, o país deve colher 56 milhões de toneladas de soja na temporada 2016/17 – 2,7 milhões de toneladas a menos que no ciclo anterior.

Segundo Azevedo, cerca de 5% das lavouras de soja foram inundadas pelas chuvas de março e abril, o que prejudicou o desenvolvimento da oleaginosa. “Na província de Santa Fé, encontramos agricultores com a soja pronta para ser colhida há 20 dias que não conseguiam colocar as máquinas no campo. Nessas áreas, já havia registro de perdas pontuais. Mesmo assim a produtividade média do país está alta, em 60 sacas por hectare, puxada principalmente pelas regiões onde não choveu acima do esperado”.

 

Fonte: Agrolink com inf. de assessoria

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