No início da colheita de verão, o potencial produtivo da soja brasileira segue indefinido. Sobre forte influência do El Niño, a soja teve seu potencial produtivo reduzido a 99,79 milhões de toneladas, ante previsão inicial de 100,32 milhões de toneladas, conforme aponta a Expedição Safra. O Indicador Brasil foi puxado para baixo, principalmente, por perdas em Mato Grosso. Maior produtor do país, o estado tem sido castigado pela estiagem desde o início da temporada.
Na região do Matopiba, composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, onde já se esperava queda na produtividade pela falta de chuvas, a projeção se manteve negativa. O rendimento da soja nessa região deve apresentar recuo na comparação com índices registrados na safra passada, conforme a Expedição. No Sul do Brasil, o excesso de umidade no final do ciclo ainda não compromete o potencial produtivo das lavouras. No entanto, a falta de luz do sol afetou o crescimento das plantas e atrasou o início da colheita, que deve começar a ganhar ritmo apenas na segunda quinzena de janeiro.
De acordo com o diagnóstico da Expedição Safra, o cenário pode mudar até o final da colheita, resultando em uma safra acima de 100 milhões de toneladas. O clima mais firme no Sul e mais úmido no Centro-Oeste e Centro Norte do país na reta final da temporada abriria espaço para uma recuperação das lavouras mais tardias.
Milho Verão
Os indicadores da Expedição Safra mostram redução de 5,8% na área plantada do milho verão em comparação a safra anterior. Os produtores continuam dando preferência à soja como cultura de verão e deixando para investir no milho na segunda safra. Na região Sul do Brasil, a redução no plantio chegou a 11,3%, puxada em especial pelo Paraná, com 19,6% menos área destinada ao cultivo do cereal na primeira safra.