16
mai
2014
El Niño reduz produtividade de alguns grãos no mundo; favorece a soja, diz estudo
OSLO (Reuters) - O fenômeno climático El Niño que provavelmente ocorrerá neste ano deverá prejudicar a produtividade global de milho, arroz e trigo e elevar a da soja, disse um estudo publicado nesta quinta-feira.
No Brasil, a mudança no padrão climático deve trazer benefícios para a produção de milho e soja.
O levantamento liderado pelo Japão oferece o que é considerado o primeiro mapeamento global relacionando importantes culturas agrícolas com o El Niño, o aquecimento da superfície do Oceano Pacífico que pode provocar chuvas torrenciais e secas em diferentes regiões do planeta.
Os mapas devem ajudar produtores rurais a decidir quais culturas ou variedades plantar, além de dar aos governos um "sistema de alerta prévio sobre escassez de alimentos", segundo o estudo publicado na revista Nature Communications.
Muitas previsões indicam que haverá El Niño a partir de meados de 2014, disse no mês passado a Organização Meteorológica Mundial, um órgão ONU.
O El Niño, forma-se a cada dois a sete anos e dá sinais prévios com alguns meses de antecedência.
O estudo desta quinta-feira prevê que a produtividade média do milho recue 2,3 por cento em anos de El Niño, em comparação com a média de safras normais entre 1984 e 2004. A produtividade do arroz é vista em queda de 0,4 por cento e a do trigo com recuo de 1,4 por cento.
A estimativa é de uma alta de 3,5 por cento na produtividade de soja, com chuvas favoráveis para Estados Unidos e Brasil, os dois principais produtores.
Em anos de La Niña, fenômeno oposto ao El Niño, com resfriamento do Pacífico, as produtividades dos quatro grãos caem, disse o estudo feito por cientistas no Japão, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e Dinamarca.
O chefe da pesquisa, Toshichika Iizumi, do Instituto Nacional de Ciências Agro-ambientais, no Japão, disse que os agricultores da Austrália estão entre os que algumas vezes conseguem mudar de cultura semeada com base nas previsões de El Niño.
"Espero que as descobertas deste estudo ampliem os esforços de governos nacionais para controlar a estocagem de alimentos, a construção de uma estratégia de comércio e uma antecipação das medidas de apoio em regiões com menor segurança alimentar", disse ele à Reuters.
O relatório encontrou grandes variações de produtividade para cada cultura.
Em geral, a soja ganha em produtividade com o El Niño, mas especificamente na Índia e em partes da China ela recua em anos com registro do fenômeno.
Para as produtividades de milho, por exemplo, há uma redução no sudeste dos EUA, China, leste e oeste da África, México e Indonésia. As produtividades sobem no Brasil e na Argentina.
Soja e milho são os dois tipos de grãos mais produzidos no Brasil, que é líder nas exportações de soja e um dos maiores produtores globais de milho.
(Por Alister Doyle)
No Brasil, a mudança no padrão climático deve trazer benefícios para a produção de milho e soja.
O levantamento liderado pelo Japão oferece o que é considerado o primeiro mapeamento global relacionando importantes culturas agrícolas com o El Niño, o aquecimento da superfície do Oceano Pacífico que pode provocar chuvas torrenciais e secas em diferentes regiões do planeta.
Os mapas devem ajudar produtores rurais a decidir quais culturas ou variedades plantar, além de dar aos governos um "sistema de alerta prévio sobre escassez de alimentos", segundo o estudo publicado na revista Nature Communications.
Muitas previsões indicam que haverá El Niño a partir de meados de 2014, disse no mês passado a Organização Meteorológica Mundial, um órgão ONU.
O El Niño, forma-se a cada dois a sete anos e dá sinais prévios com alguns meses de antecedência.
O estudo desta quinta-feira prevê que a produtividade média do milho recue 2,3 por cento em anos de El Niño, em comparação com a média de safras normais entre 1984 e 2004. A produtividade do arroz é vista em queda de 0,4 por cento e a do trigo com recuo de 1,4 por cento.
A estimativa é de uma alta de 3,5 por cento na produtividade de soja, com chuvas favoráveis para Estados Unidos e Brasil, os dois principais produtores.
Em anos de La Niña, fenômeno oposto ao El Niño, com resfriamento do Pacífico, as produtividades dos quatro grãos caem, disse o estudo feito por cientistas no Japão, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e Dinamarca.
O chefe da pesquisa, Toshichika Iizumi, do Instituto Nacional de Ciências Agro-ambientais, no Japão, disse que os agricultores da Austrália estão entre os que algumas vezes conseguem mudar de cultura semeada com base nas previsões de El Niño.
"Espero que as descobertas deste estudo ampliem os esforços de governos nacionais para controlar a estocagem de alimentos, a construção de uma estratégia de comércio e uma antecipação das medidas de apoio em regiões com menor segurança alimentar", disse ele à Reuters.
O relatório encontrou grandes variações de produtividade para cada cultura.
Em geral, a soja ganha em produtividade com o El Niño, mas especificamente na Índia e em partes da China ela recua em anos com registro do fenômeno.
Para as produtividades de milho, por exemplo, há uma redução no sudeste dos EUA, China, leste e oeste da África, México e Indonésia. As produtividades sobem no Brasil e na Argentina.
Soja e milho são os dois tipos de grãos mais produzidos no Brasil, que é líder nas exportações de soja e um dos maiores produtores globais de milho.
(Por Alister Doyle)
Fonte: Reuters