25
jun
2020
Dólar deve subir mais?

Com a forte alta de 3,33% do Dólar, os vendedores brasileiros de soja saíram do mercado especulando a tendência da moeda norte-americana que, eventualmente, “poderá fazer subir ainda mais os preços”, afirma a T&F Consultoria Agroeconômica. De acordo com os analistas, diversos fatores altistas para o Dólar são perceptíveis na análise do momento do mercado, tendo em conta que cerca de 75% do câmbio brasileiro depende do exterior.

O primeiro é a volta da “forte aversão a risco no mundo diante de renovados temores sobre impactos econômicos do Covid-19 e depois de os EUA reascenderem preocupações sobre guerra comercial”. O segundo é o fato de os Estados Unidos “criarem novo foco de tensão mundial, considerando alterar as tarifas de vários produtos europeus como parte da disputa de aeronaves dos parceiros comerciais, de acordo com um aviso do Gabinete do Representante Comercial dos EUA na terça-feira”.

Outro ponto é o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter piorado de forma expressiva sua estimativa para a contração da economia brasileira em 2020, passando a ver retração de 9,1%, contra recuo de 5,3% previsto em abril. “Se confirmado, seria o pior resultado da série história que começou em 1900. O FMI também revisou para baixo estimativas para a economia global”, diz a T&F.

Os analistas apontam também que o Brasil segue perdendo dólares, segundo dados do fluxo cambial, os quais mostraram saída líquida de 2,369 bilhões de dólares no acumulado entre os dias 15 e 19 de junho: “Em 2020, o déficit na conta do fluxo cambial contratado é de 12,580 bilhões de dólares, contra resultado positivo de 3,507 bilhões de dólares no mesmo período de 2019”.

Com isto, especialistas de câmbio acreditam que “ainda vamos ter muitos soluços nos mercados no curto prazo”, segundo Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimentos. Para ele, o cenário de médio e longo prazo ainda aponta real em desvalorização, para patamares perto da faixa entre 5,50 por dólar e 5,75 por dólar.

“Não há grandes fatores para justificar apreciação do real. No passado tínhamos os juros mais altos, hoje não mais. O real tem de andar com as próprias pernas, mas andar com as próprias pernas significa maior diferencial de crescimento a favor do Brasil, e nisso vemos o país em desvantagem”, completa.

Fonte: Agrolink

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