A instabilidade na cotação do dólar tem mantido os preços da soja baixos, resultando em prejuízo para os produtores rurais que colheram safra recorde. Para amenizar a situação, a alternativa é manter os grãos armazenados em Mato Grosso do Sul, esperando os preços melhorarem. Quando a soja começou a ser semeada, o câmbio estava em U$ 3,60 e agora, com o grão colhido, a comercialização está num câmbio de U$ 3,10. O prejuízo é de 16%.
Os preços baixos resumem em soja parada no armazém e produtor pagando juros. Segundo o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto, teve produtor que chegou a pagar por insumo na época da colheita, até U$ 4. "Quando o câmbio está alto, até o preço dos insumos sobe e isso aconteceu no início do plantio. Agora, no momento da comercialização, o câmbio está baixo e o prejuízo chega a ser de 16%", explica.
Na safra 2015/2016, em abril, 67% do estoque de Mato Grosso do Sul já estava vendido. Este ano, 43%. "Isso mostra que o produtor está segurando o quanto pode, esperando um aumento de câmbio, porque o prejuízo é grande. Esse sobe e desce de cotação prejudica todos os setores, não só o agronegócio", afirma.
Um exemplo que a Aprosoja dá, é a receita total de R$ 3.517,12 por hectare para um custo total de produção de R$ 3.323,74, também por hectare. O preço médio ponderado pago pela saca de soja de 60 quilos é de R$ 60,64. Ano passado, era negociado a quase R$ 70.
A expectativa é que os preços melhorem. "Tivemos uma colheita recorde. Hoje nós torcemos por preços melhores para que o produtor consiga pagar as suas contas com o produto que ele tem armazenado, mas essa não é uma realidade que depende do agricultor, a melhora dos preços foge das mãos dele. Precisamos de mudança na cotação da commodity no mercado internacional e no câmbio”,
Essa realidade se repete em outros municípios do Estado, muitos deles com renda líquida ainda mais restrita. “Hoje nós torcemos por preços melhores para que o produtor consiga pagar as suas contas com o produto que ele tem armazenado, mas essa não é uma realidade que depende do agricultor, a melhora dos preços foge das mãos dele. Precisamos de mudança na cotação da commodity no mercado internacional e no câmbio”, analisa.
Fonte: Correio do Estado
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