01
fev
2012
Doenças na soja: período de chuvas exige atenção do produtor
Os sojicultores do Centro-Oeste do Brasil devem ficar atentos às chuvas que caem na região nesta época do ano. Com as águas, aumenta o risco de ocorrência das doenças fúngicas, que estão entre os principais fatores que limitam a obtenção de rendimentos elevados. A importância econômica de cada enfermidade varia de ano para ano e de região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra. Algumas doenças, quando em condições favoráveis, podem ocasionar perdas significativas.
O pesquisador Angelo Sussel, da Embrapa Cerrados (Planaltina/DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), explica que a sucessão de dias chuvosos com precipitações acentuadas, associada à alta umidade do ar, favorece a ocorrência de epidemias como a mancha-alvo, antracnose, ferrugem, mofo-branco e doenças de final de ciclo, como a mancha-parda e a mancha-púrpura, ou crestamento foliar. “Isso exige maior atenção dos produtores quanto ao monitoramento”, explica Sussel.
Ele salienta que todo processo de manejo de pragas e doenças começa com a escolha da variedade a ser cultivada, dando-se preferência àquelas que apresentem resistência genética e melhor adaptação ao local de cultivo. As práticas culturais são o segundo ponto a ser levado em conta, observando-se a correção do solo, a irrigação, a densidade de plantas, a utilização de sementes certificadas e o tratamento destas, o momento certo de aplicação dos defensivos e a escolha correta dos fungicidas a serem aplicados.
No caso da ferrugem, monitorar a severidade da doença é a prática de maior importância no manejo durante todo o ciclo da cultura. “Nesse sentido, o treinamento do produtor e da mão-de-obra que executará o serviço, aliados à observação do clima e dos sistemas de alerta, permitirão definir o momento correto da aplicação dos fungicidas, aumentando assim sua eficiência”, explica Sussel.
Já doenças como cancro-da-haste, mancha-olho-de-rã e pústula-bacteriana são vistas em menor proporção no campo devido à ampla utilização de variedades resistentes desenvolvidas pelos programas de melhoramento no Brasil. Mas o pesquisador explica que quando não se conhece a base genética das sementes que estão sendo plantadas, corre-se o risco de utilizar material desenvolvido sem os genes de resistência para essas doenças. Isso pode levar a epidemias de enfermidades antes tidas como secundárias, o que exige aplicações de fungicidas que seriam desnecessárias caso fossem utilizadas sementes certificadas.
Atualmente, o mofo-branco tem sido motivo de preocupação entre os produtores. O uso de sementes certificadas nas áreas de plantio evita a introdução da nova doença. Isso vale não apenas para as sementes de soja, mas também para as sementes de feijão, algodão, girassol e de plantas utilizadas na adubação verde, como o nabo forrageiro. “Além da rotação de culturas e utilização de forrageiras para proteção de solo e formação de barreira física contra a dispersão do fungo, o controle biológico é outra ferramenta disponível para o manejo do mofo-branco, com a utilização do fungo Trichoderma, visando reduzir a viabilidade dos escleródios [estruturas de resistência do mofo-branco], não permitindo que eles germinem, esporulem e infectem novas plantas”, acrescenta Sussel.
Entretanto, o pesquisador enfatiza que o melhor manejo é impedir a entrada do mofo-branco na área. Similar ao mofo-branco, a mancha-alvo vem apresentando crescente severidade nos últimos anos, causando, em algumas regiões, perdas semelhantes às da ferrugem. Aliado às condições favoráveis à ocorrência das duas doenças, o número reduzido de fungicidas para o controle dificulta a rotação de princípios ativos, prática fundamental para evitar a seleção de indivíduos resistentes ao produto químico.
Monitoramento - Segundo o site do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net), até o dia 18 de janeiro de 2012 foram registradas 75 ocorrências de ferrugem no Brasil, sendo que mais da metade está localizada na região Centro-Oeste. Os informativos apresentados no início de janeiro já indicavam alto risco climático para o estabelecimento de epidemias na região, prognóstico confirmado com os registros obtidos posteriormente. “Essa é uma ferramenta versátil para o manejo de doenças, pois informa com antecedência ao produtor a possibilidade de ocorrência de epidemias em sua região. Mas não se pode descartar a importância do monitoramento constante da doença na lavoura”, observa Sussel.
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O pesquisador Angelo Sussel, da Embrapa Cerrados (Planaltina/DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), explica que a sucessão de dias chuvosos com precipitações acentuadas, associada à alta umidade do ar, favorece a ocorrência de epidemias como a mancha-alvo, antracnose, ferrugem, mofo-branco e doenças de final de ciclo, como a mancha-parda e a mancha-púrpura, ou crestamento foliar. “Isso exige maior atenção dos produtores quanto ao monitoramento”, explica Sussel.
Ele salienta que todo processo de manejo de pragas e doenças começa com a escolha da variedade a ser cultivada, dando-se preferência àquelas que apresentem resistência genética e melhor adaptação ao local de cultivo. As práticas culturais são o segundo ponto a ser levado em conta, observando-se a correção do solo, a irrigação, a densidade de plantas, a utilização de sementes certificadas e o tratamento destas, o momento certo de aplicação dos defensivos e a escolha correta dos fungicidas a serem aplicados.
No caso da ferrugem, monitorar a severidade da doença é a prática de maior importância no manejo durante todo o ciclo da cultura. “Nesse sentido, o treinamento do produtor e da mão-de-obra que executará o serviço, aliados à observação do clima e dos sistemas de alerta, permitirão definir o momento correto da aplicação dos fungicidas, aumentando assim sua eficiência”, explica Sussel.
Já doenças como cancro-da-haste, mancha-olho-de-rã e pústula-bacteriana são vistas em menor proporção no campo devido à ampla utilização de variedades resistentes desenvolvidas pelos programas de melhoramento no Brasil. Mas o pesquisador explica que quando não se conhece a base genética das sementes que estão sendo plantadas, corre-se o risco de utilizar material desenvolvido sem os genes de resistência para essas doenças. Isso pode levar a epidemias de enfermidades antes tidas como secundárias, o que exige aplicações de fungicidas que seriam desnecessárias caso fossem utilizadas sementes certificadas.
Atualmente, o mofo-branco tem sido motivo de preocupação entre os produtores. O uso de sementes certificadas nas áreas de plantio evita a introdução da nova doença. Isso vale não apenas para as sementes de soja, mas também para as sementes de feijão, algodão, girassol e de plantas utilizadas na adubação verde, como o nabo forrageiro. “Além da rotação de culturas e utilização de forrageiras para proteção de solo e formação de barreira física contra a dispersão do fungo, o controle biológico é outra ferramenta disponível para o manejo do mofo-branco, com a utilização do fungo Trichoderma, visando reduzir a viabilidade dos escleródios [estruturas de resistência do mofo-branco], não permitindo que eles germinem, esporulem e infectem novas plantas”, acrescenta Sussel.
Entretanto, o pesquisador enfatiza que o melhor manejo é impedir a entrada do mofo-branco na área. Similar ao mofo-branco, a mancha-alvo vem apresentando crescente severidade nos últimos anos, causando, em algumas regiões, perdas semelhantes às da ferrugem. Aliado às condições favoráveis à ocorrência das duas doenças, o número reduzido de fungicidas para o controle dificulta a rotação de princípios ativos, prática fundamental para evitar a seleção de indivíduos resistentes ao produto químico.
Monitoramento - Segundo o site do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net), até o dia 18 de janeiro de 2012 foram registradas 75 ocorrências de ferrugem no Brasil, sendo que mais da metade está localizada na região Centro-Oeste. Os informativos apresentados no início de janeiro já indicavam alto risco climático para o estabelecimento de epidemias na região, prognóstico confirmado com os registros obtidos posteriormente. “Essa é uma ferramenta versátil para o manejo de doenças, pois informa com antecedência ao produtor a possibilidade de ocorrência de epidemias em sua região. Mas não se pode descartar a importância do monitoramento constante da doença na lavoura”, observa Sussel.