Durante a palestra matinal, ministrada pelo pesquisador entomologista da Embrapa, Crébio José Ávila, foram apresentados detalhes relativos ao Manejo Fitossanitário em lavouras de soja, que está sendo desenvolvido de forma experimental em uma área piloto de Amambai e que alia à tecnologia de monitoramento para a tomada de decisão, visando racionalizar o uso de defensivos químicos.
Crébio falou sobre a importância de monitorar as pragas na fase inicial da lavoura de soja, sejam elas subterrâneas, de superfície ou aéreas. Segundo ele, o uso indiscriminado de piretróides na dessecação deve ser evitado como forma de prevenir desequilíbrios biológicos em outras etapas da lavoura. "O agricultor deve também retardar ao máximo a primeira aplicação de inseticida na lavoura, dando preferência ao uso de produtos seletivos, que não prejudicam o equilíbrio biológico da cultura. É possível deixar que as lagartas comam um pouco das plantas de soja, pois isso proporciona um importante substrato para o desenvolvimento dos inimigos naturais das pragas. O acompanhamento por meio de monitoramento periódico, com pano de batida e análise da desfolha, é fundamental até que se atinja os limites de segurança, conforme estabelecidos nas orientações técnicas de controle de lagartas divulgados pela Embrapa", disse Crébio.
Ele explicou como controlar corós, lagartas, tamanduás-da-soja, caracóis e lesmas, piolhos de cobra, grilos, gafanhotos, cascudinhos, percevejos e ácaros da soja. "O controle de pragas exige atenção em todas as etapas da lavoura, mas o cuidado maior com percevejos precisa ser dado após os estadios R2 e R3 da cultura", disse Crébio. E alertou "se o agricultor está aplicando inseticidas mais de quatro vezes na mesma safra é preciso verificar o que está errado no monitoramento de pragas da propriedade".
No campo, os visitantes puderam conhecer as vitrines tecnológicas demonstrativas de cultivares de soja BRS, inclusive com presença e apresentação da cultivar BRS 360RR, material precoce e que apresenta resistência ao nematoide Rotylenchulus reniformis. Além disso, puderam observar e esclarecer dúvidas sobre o sistema produtivo Integração-Lavoura-Pecuária (ILP).
O produtor rural de soja convencional de Amambai e Laguna Carapã, Guaracy Boschiglia Junior implantou as técnicas do MIP em suas propriedades rurais na safra 2012/2013. Ele conta que "já cheguei a fazer até seis aplicações de inseticidas seletivos em safras anteriores, mas esse ano teve algumas parcelas que fiz apenas uma aplicação, sendo que a média das aplicações foi de quatro vezes. Esses resultados me deixaram animado, pois além de economizar tempo e dinheiro, o sistema também proporcionou menor impacto ao meio ambiente". Guaracy destacou ainda o sucesso do monitoramento das doenças da soja que ele também vem realizando em parceria com a Embrapa e que proporcionou redução na aplicação de fungicidas em suas lavouras. Segundo ele, o custo por hectare de cada aplicação de inseticida seletivo é de R$ 30,00 e de fungicida R$ 45,00.
Participações de destaque - O Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas, agradeceu a presença de todos, ressaltando que todos são bem vindos na Embrapa. Ele destacou a honrosa presença do presidente da Fundação MS e representante da Famasul, Luiz Alberto Novaes, que também foi publicamente parabenizado pelo sucesso da Showtec, evento realizado em Maracaju, de 23 a 25 de janeiro.
Na ocasião, os participantes também puderam conhecer detalhes da programação de pesquisa com a cultura da soja da Unidade, que envolve pesquisas de: fitotecnia, nutrição, manejo de pragas e doenças, melhoramento genético, fixação biológica de nitrogênio (FBN) - inoculação - e sustentabilidade ambiental. A palestra proferida pelo Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, Guilherme Lafourcade Asmus, apresentou detalhes de cada uma das linhas de pesquisa realizadas pela Embrapa Agropecuária Oeste com a cultura e destacou que "atualmente dez pesquisadores estão envolvidos com as pesquisas com soja na Unidade".
O evento foi uma realização da Embrapa Agropecuária Oeste, com apoio da Embrapa Transferência de Tecnologia, Escritório de Negócios de Dourados e da Fundação Meridional.
Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste