21
out
2013
Descoberta evita perdas bilionárias no trigo com chuva e umidade

A indústria global de trigo perde até US$ 1 bilhão por ano com o excesso de chuvas e umidade, que fazem com que o grãos germine antes de estar completamente maduro. O fenômeno, conhecido como “germinação pré-colheita” ou PHS, provoca um menor rendimento e pior qualidade do cereal. Essa realidade está prestes a mudar a partir de uma descoberta da Faculdade de McGill, no Canadá.
 
Os pesquisadores concluíram que a solução pode estar em uma combinação de fatores genéticos e epigenéticos – as alterações celulares provocadas por fatores externos ou de ambiente. A equipe, liderada pelo professor Jaswinder Singh, do Departamento de Fitotecnia da McGill, identificou um gene “chave”: o “ARGONAUTE4_9”. Ele funciona como um interruptor, determinando como a planta vai responder à alta umidade ou excesso de chuva, através da Metilação de DNA dependente de RNA (RdDM).


“O complexo mecanismo de uma RdDM é composto por várias proteínas que orientam o genoma a responder ao crescimento, aos sinais de tensão e de desenvolvimento. É como o cérebro da planta . Embora no passado os cientistas identificassem isso como responsável por regular a forma como uma variedade de genes são expressos, até agora ninguém havia feito a ligação com o PHS”, explica Singh.
 
Surinder Singh, Ph.D. e um dos autores deste estudo, afirma que a descoberta “é importante também para outros cereais, como a cevada”. “Isso significa que não só devemos ser capazes de melhorar a qualidade do pão, que muitas vezes é ruim em função do trigo PHS, mas ainda, no futuro, também deve produzir uma cerveja melhor”, comenta bem humorado.
 
A repercussão econômica dessa descoberta é muito importante para os agricultores de todo o mundo. Os cientistas têm trabalhado na busca de uma solução para o problema por, pelo menos, mais de duas décadas – com pouco sucesso até agora. A pesquisa abre uma nova área de estudos para os cientistas que tentam aumentar a produção de trigo e a redução de perdas devido às condições de umidade excessiva.
 
O estudo acaba de ser publicado na revista "PLOS ONE", e foi financiado pelo Conselho de Ciências Naturais e Pesquisa de Engenharia do Canadá (NSERC).

Fonte: Agrolink

 

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