13
dez
2013
Desafio agro é manter crescimento, aponta Ciclo de Palestras
José Rocher
O agronegócio brasileiro está crescendo além do lastro aberto pelos investimentos em infraestrutura e pode ter de reduzir seu ritmo de expansão, mesmo com demanda internacional firme, aponta debate que foi realizado na manhã desta quinta-feira (12) em Curitiba. O evento corresponde à etapa final da rodada 2013 do Ciclo de Palestras Informação e Análise do Agronegócio, projeto da Gazeta do Povo. Participam cerca de 50 lideranças do setor, reunidas no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR).
Se houver retração ou redução no ritmo de crescimento, o impacto será abrangente na economia, afirma Eugênio Stefanelo, analista e técnica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “O agronegócio embarca 42% de tudo que o Brasil exporta”, frisa.
Em 2013, o crescimento das exportações agro é de cerca de 5%, somando US$ 100 bilhões (com 25 milhões de toneladas de milho e 42,5 milhões de toneladas de soja). A sustentação desse índice em 2014 depende não só de aumento na produção, mas também dos preços internacionais e do ritmo do escoamento, avaliam os especialistas.
O Brasil está plantando área recorde de 54,8 milhões de hectares na temporada 2013/14 — considerando uso da mesma terra em até três plantios na mesma temporada — e deve produzir 200 milhões de toneladas de grãos, aponta Giovani Ferreira, coordenador de Agronegócio da Gazeta do Povo. ”O clima é extremamente favorável até o momento, apesar de a imprevisibilidade ser maior, num ano considerado neutro pelos meteorologistas [sem La Niña nem El Niño].”
Novo ritmo
Ferreira fez um histórico do aumento da produção para mostrar que o setor pode estar chegando a um ápice. Os 100 milhões de toneladas foram atingidos em 2000/01. Para se chegar a 200 milhões de toneladas em 2013/14, considera-se crescimento de 65 milhões de toneladas em apenas cinco anos.
“O desafio é oferecer uma estrutura que suporte esse crescimento. Será que não vamos ter que baixar o ritmo?”, indaga Ferreira, referindo-se à infraestrutura.
Não é o que está ocorrendo neste ano. A soja deve passar de 90 milhões e o milho ‘verão’ de 34 milhões de toneladas, adianta o especialista, citando números da Expedição Safra Gazeta do Povo, que serão divulgados na próxima semana, com a publicação do Indicador Brasil. A colheita de verão tende a crescer perto de 9%. “O mercado é outro desafio para a sustentabilidade do agronegócio”, acrescenta.
Problema na base
Sem contar com estradas, ferrovias ou hidrovias suficientes, o Brasil planeja ampliar os investimentos em armazéns. O déficit na capacidade estática de armazenagem é de 78,6 milhões de toneladas no país e de 19,6 milhões de toneladas no estado (considerando que o ideal é garantir espaço para 1,2 vez a produção de grãos), apontou Stefanelo. “Será que vamos equacionar isso em dez anos?”, desafia.
As discussões da final do Ciclo de Palestras aprofundam o debate sobre a viabilidade dos investimentos em armazenagem. O administrador Luiz Fernando Baena, do setor de Novos Negócios do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico do Extremo Sul (BRDE), disse que a viabilidade se tornou uma espécie de gatilho para a liberação de financiamentos.
Num ano em que o país conta com R$ 5 bilhões para construir armazéns, a juro a partir de 3,5% ao ano, discute-se a possibilidade de construir silos não só em cooperativas e grandes áreas, mas também nas pequenas e médias propriedades da agricultura familiar. O representante da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Nilson Camargo, disse que agricultores com áreas de 50 a 100 hectares podem pagar por armazéns, conforme estudo da entidade.
Confirmada essa demanda, a construção de armazéns pode se multiplicar no estado. O ritmo das contratações, no entanto, ainda é considerado lento, e só deve aumentar em 2014.
Escoamento
Outra questão levantada durante o evento são as mudanças que o Porto de Paranaguá está fazendo para administrar o fluxo de navios e caminhões. O diretor Empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Lourenço Fregonese, acredita que os novos arrendamentos vão ajudar a ampliar a expedição e a armazenagem de grãos em Paranaguá. Alterações nos serviços estão em discussão com o setor produtivo.
Os debates do Ciclo de Palestras envolveram mais de 400 pessoas e reforçaram a parceria entre o Agronegócio Gazeta do Povo e o Crea-PR. “Estamos fazendo a inserção de nossos profissionais nos debates do agronegócio”, disse o superintendente do Crea-PR, Celso Ritter.
O agronegócio brasileiro está crescendo além do lastro aberto pelos investimentos em infraestrutura e pode ter de reduzir seu ritmo de expansão, mesmo com demanda internacional firme, aponta debate que foi realizado na manhã desta quinta-feira (12) em Curitiba. O evento corresponde à etapa final da rodada 2013 do Ciclo de Palestras Informação e Análise do Agronegócio, projeto da Gazeta do Povo. Participam cerca de 50 lideranças do setor, reunidas no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR).
Se houver retração ou redução no ritmo de crescimento, o impacto será abrangente na economia, afirma Eugênio Stefanelo, analista e técnica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “O agronegócio embarca 42% de tudo que o Brasil exporta”, frisa.
Em 2013, o crescimento das exportações agro é de cerca de 5%, somando US$ 100 bilhões (com 25 milhões de toneladas de milho e 42,5 milhões de toneladas de soja). A sustentação desse índice em 2014 depende não só de aumento na produção, mas também dos preços internacionais e do ritmo do escoamento, avaliam os especialistas.
O Brasil está plantando área recorde de 54,8 milhões de hectares na temporada 2013/14 — considerando uso da mesma terra em até três plantios na mesma temporada — e deve produzir 200 milhões de toneladas de grãos, aponta Giovani Ferreira, coordenador de Agronegócio da Gazeta do Povo. ”O clima é extremamente favorável até o momento, apesar de a imprevisibilidade ser maior, num ano considerado neutro pelos meteorologistas [sem La Niña nem El Niño].”
Novo ritmo
Ferreira fez um histórico do aumento da produção para mostrar que o setor pode estar chegando a um ápice. Os 100 milhões de toneladas foram atingidos em 2000/01. Para se chegar a 200 milhões de toneladas em 2013/14, considera-se crescimento de 65 milhões de toneladas em apenas cinco anos.
“O desafio é oferecer uma estrutura que suporte esse crescimento. Será que não vamos ter que baixar o ritmo?”, indaga Ferreira, referindo-se à infraestrutura.
Não é o que está ocorrendo neste ano. A soja deve passar de 90 milhões e o milho ‘verão’ de 34 milhões de toneladas, adianta o especialista, citando números da Expedição Safra Gazeta do Povo, que serão divulgados na próxima semana, com a publicação do Indicador Brasil. A colheita de verão tende a crescer perto de 9%. “O mercado é outro desafio para a sustentabilidade do agronegócio”, acrescenta.
Problema na base
Sem contar com estradas, ferrovias ou hidrovias suficientes, o Brasil planeja ampliar os investimentos em armazéns. O déficit na capacidade estática de armazenagem é de 78,6 milhões de toneladas no país e de 19,6 milhões de toneladas no estado (considerando que o ideal é garantir espaço para 1,2 vez a produção de grãos), apontou Stefanelo. “Será que vamos equacionar isso em dez anos?”, desafia.
As discussões da final do Ciclo de Palestras aprofundam o debate sobre a viabilidade dos investimentos em armazenagem. O administrador Luiz Fernando Baena, do setor de Novos Negócios do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico do Extremo Sul (BRDE), disse que a viabilidade se tornou uma espécie de gatilho para a liberação de financiamentos.
Num ano em que o país conta com R$ 5 bilhões para construir armazéns, a juro a partir de 3,5% ao ano, discute-se a possibilidade de construir silos não só em cooperativas e grandes áreas, mas também nas pequenas e médias propriedades da agricultura familiar. O representante da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Nilson Camargo, disse que agricultores com áreas de 50 a 100 hectares podem pagar por armazéns, conforme estudo da entidade.
Confirmada essa demanda, a construção de armazéns pode se multiplicar no estado. O ritmo das contratações, no entanto, ainda é considerado lento, e só deve aumentar em 2014.
Escoamento
Outra questão levantada durante o evento são as mudanças que o Porto de Paranaguá está fazendo para administrar o fluxo de navios e caminhões. O diretor Empresarial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Lourenço Fregonese, acredita que os novos arrendamentos vão ajudar a ampliar a expedição e a armazenagem de grãos em Paranaguá. Alterações nos serviços estão em discussão com o setor produtivo.
Os debates do Ciclo de Palestras envolveram mais de 400 pessoas e reforçaram a parceria entre o Agronegócio Gazeta do Povo e o Crea-PR. “Estamos fazendo a inserção de nossos profissionais nos debates do agronegócio”, disse o superintendente do Crea-PR, Celso Ritter.
Fonte: Gazeta do Povo (AgroGP)