23
mai
2014
Derrubada de tarifa sobre importação do trigo não deve alterar demanda interna

A eminente queda da Tarifa Externa Comum sob trigo importado de fora do Mercosul não deve causar mudanças na participação do trigo nacional no consumo interno. Essa é a avaliação da consultoria de gerenciamento de riscos em commodities INTL FCStone.

A análise justifica essa previsão devido às instabilidades da Argentina e do alto preço do grão vindo dos Estados Unidos. De acordo com a INTL FCStone, a demanda interna tem sido crescente nos últimos anos e deve ultrapassar os 50% na próxima safra.

“As dificuldades de importação da Argentina, principal fornecedor de trigo do Brasil e a paridade de preços entre o grão do Brasil e do mercado internacional têm incentivado o consumo do trigo produzido internamente. Os preços domésticos aumentaram consideravelmente nos últimos anos, especialmente no Paraná e no Rio Grande do Sul”, explica a analista de mercado da INTL FCStone, Natalia Orlovicin.

“Quando comparamos o ano de 2014, vemos que o salto é ainda maior. Isso faz com que a produção nacional seja incentivada e também reduz as possibilidades de exportação, já que o país perde competitividade internacional. Segundo a Conab, o Brasil poderá produzir mais de 6,9 milhões de toneladas de trigo em 2014/15, o que significa um aumento de 25% em relação ao ano anterior”, completa o especialista.

Para o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho, “a Argentina não deve dispor de grande excedente exportável a ponto de suprir a maior parte da demanda brasileira e, além disso, os prêmios de exportação no país se encontram muito altos, fazendo com que o produto chegue ao Brasil bastante caro. Caso a isenção da TEC se concretize, também não deve haver grandes alterações no cenário interno, pois, como vimos em 2013, o trigo americano também chega ao Brasil a preços altos, tornando o produto nacional muito mais competitivo no mercado interno”.

Fonte: Agrolink
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