De acordo com pesquisa conduzida pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS), deixar a terra em pousio (sem plantio) aumenta a incidência de pragas, além de reduzir a produtividade na safra seguinte em função da perda de nutrientes de solo. O estudo indicou também o aumento de plantas daninhas, como buva e capim-amargoso, nas terras paradas.
“Ao longo desses cinco ou seis meses de pousio, o agricultor terá que investir em pelo menos duas aplicações de herbicidas para combater as plantas daninhas. A ausência de cobertura vegetal também prejudica a atividade microbiana, afetando negativamente o equilíbrio ambiental e a ciclagem de nutrientes do solo”, explica o pesquisador da Embrapa Cesar José da Silva.
Os especialistas indicam culturas de inverno que podem ser plantadas após o período recomendado para o milho safrinha: crambe, nabo-forrageiro, canola, aveia e trigo. Silva explica que a diversificação de culturas de segunda safra pode ser feita tanto em pequenas, médias e grandes áreas.
“O uso dessa tecnologia agrega valor ao sistema de produção de grãos, pois quando a soja for semeada, o solo submetido à rotação de culturas apresentará maior dinâmica da comunidade microbiana e melhor balanço de macro e micronutrientes, o que beneficiará o desenvolvimento e aumento de produtividade das lavouras de soja”, explica ele.
“A rotação de culturas é uma técnica consagrada e eficaz. As culturas de inverno complementam a renda do produtor e ainda promovem uma melhoria no sistema de produção. No caso dessa tecnologia, viabiliza o cultivo numa área que poderia permanecer ociosa”, conclui.