28
ago
2017
Cotações do trigo em Chicago subiram um pouco

As cotações do trigo em Chicago, após recuarem para US$ 4,02/bushel durante a semana (o menor nível desde fins de abril do corrente ano, subiram um pouco e fecharam a quinta-feira (24) em US$ 4,09/bushel, contra US$ 4,14 uma semana antes.

Tal comportamento mostra que o mercado não conseguiu se recuperar do quadro de baixa que se cristalizou em agosto (no dia 1º de agosto, por exemplo, o bushel de trigo era cotado a US$ 4,61). Há forte pressão da oferta mundial, que eleva os estoques internacionais a níveis recordes, enquanto o clima foi positivo para o trigo de primavera nos EUA, melhorando as condições das lavouras.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação fechou a semana entre US$ 200,00 e US$ 220,00, sem modificações em relação as últimas semanas. No Brasil igualmente os preços se mantêm estáveis. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 32,08/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 36,00/saco. No Paraná, o balcão trabalho entre R$ 35,00 e R$ 36,50/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 39,00 e R$ 39,60/saco. Em Santa Catarina, as médias no balcão oscilaram entre R$ 34,00 e R$ 36,00/saco, enquanto os lotes atingiram a R$ 37,20/saco na região de Campos Novos.

A novidade da semana está no início da colheita no Paraná, onde 1% da área havia sido colhida, sendo que 18% das lavouras restantes se encontravam em condições ruins, 34% regulares e apenas 48% em boas condições. Isto vai confirmando que a safra paranaense e, por consequência, a nacional será bem menor neste ano, especialmente em qualidade (cf. Deral).

Já no Rio Grande do Sul, 91% das lavouras estavam em desenvolvimento vegetativo, 8% em floração e 1% em fase de enchimento de grãos (cf. Emater). O destaque é que novas geadas teriam atingido algumas regiões produtoras gaúchas no final de semana passado, porém, os prejuízos parecem ter sido pequenos.

No Paraná, o trigo da safra nova chega ao mercado com preços menores diante do trigo da safra passada, apesar da menor produção. Isso se deve a qualidade mais baixa do produto naquele Estado devido ao clima e, particularmente, às geadas de julho. Além disso, tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul continua havendo necessidade de chuvas mais consistentes.

Enfim, embora haja possibilidade de preços melhores para o trigo de qualidade superior que vier a ser colhido no Brasil, a pressão baixista continua via um Real valorizado. O mesmo deixa competitivo o trigo importado, especialmente dos vizinhos do Mercosul. Em continuando tal cenário, dificilmente os preços do trigo brasileiro, mesmo diante de uma colheita menor, melhorarão nos próximos meses (cf. Safras & Mercado). Portanto, uma recuperação consistente nos preços internos do trigo continua na dependência de uma desvalorização do Real, a qual parece não ser factível, pelo menos até o final do ano.

 

Fonte: CEEMA / UNIJUI

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