28
jul
2017
Cotações do trigo em Chicago recuaram nesta semana

As cotações do trigo em Chicago recuaram nesta semana, com o bushel fechando a quinta-feira (27) em US$ 4,79, para o primeiro mês cotado, após US$ 5,02 uma semana antes.

O mercado, todavia, iniciou a semana sustentado pelo bom desempenho das exportações estadunidenses e preocupações com o clima nos EUA. Entretanto, o retorno das chuvas em algumas regiões produtoras, acompanhado pela pressão da grande oferta mundial e incertezas quanto à demanda interna nos EUA, puxaram para baixo as cotações em boa parte do restante da semana. Além disso, houve realização de lucros por parte dos especuladores financeiros, fato que levou o bushel de trigo a bater em seu mais baixo nível desde 28/06/2017. 

Vale ainda destacar que a colheita do trigo de inverno nos EUA avança firme, tendo chegado a 84% da área até o dia 23/07, ficando acima da média histórica para o período. No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 200,00 e US$ 220,00. Por sua vez, na Argentina o plantio de trigo atingia a 83% da área até o dia 23/07. 

Quanto ao Brasil, os preços do cereal estabilizaram. O balcão gaúcho fechou a última semana de julho na média de R$ 32,26/saco. Enquanto isso, os lotes permaneceram na média de R$ 38,40 e R$ 39,00/saco. Nas demais praças, o balcão no Paraná ficou entre R$ 35,00 e R$ 36,00/saco, enquanto os lotes continuaram na média de R$ 42,00/saco. Em Santa Catarina, o balcão registrou valores entre R$ 34,00 e R$ 36,00/saco enquanto os lotes ficaram na casa dos R$ 37,80/saco.

O plantio no Rio Grande do Sul, aproveitando-se do clima seco que dura mais de um mês, chegou a 95% da área no final da terceira semana de julho, estando apenas um ponto percentual atrasado em relação a média histórica. Com isso, contrariando as preocupações existentes durante o período de intensas chuvas de maio e início de junho, os produtores gaúchos deverão conseguir semear a totalidade da área dentro da janela ideal. No entanto, vai se confirmando uma redução de 10% na mesma, em relação ao ano anterior, sem falar na perda de produtividade devido à falta de chuvas. 

Dito isso, as geadas provocaram perdas importantes no Paraná. Ainda faltando contabilizar com maior precisão seus efeitos negativos, tem-se informações de que na região da Coopavel (17 municípios do oeste e sudoeste daquele estado) a produtividade média já foi reduzida em 29%, passando para apenas 2.350 quilos/hectare, contra os 3.300 quilos inicialmente esperados. Mas acredita-se que as perdas são maiores e que atingiram, igualmente, algumas regiões do norte paranaense. Afinal, segundo o Deral local, até o dia 24/07, 16% das lavouras estavam em fase de enchimento de grãos, 45% em floração e 39% em desenvolvimento vegetativo.

Assim, se o mercado tende a se manter estável no curto prazo, a nova safra brasileira de trigo passa a ser uma incógnita em termos de volume e qualidade, já que os dois principais estados produtores enfrentam sérias dificuldades climáticas (seca e geadas) nestes últimos 45 dias. Além disso, a meteorologia anuncia novas geadas para o sul do país na primeira semana de agosto, embora em menor intensidade do que as anteriores. Isto reforça o viés de alta para o trigo no futuro, porém, o fato de o Real voltar a se valorizar tira muito da competitividade do trigo nacional perante o trigo importado, o qual volta a se tornar bem mais viável. Ou seja, o mês de agosto, que precede a entrada da nova safra (a colheita começa em setembro pelo Paraná), será de grandes definições quanto a tendência do mercado tritícola nacional. 

 

Fonte: CEEMA / UNIJUI 

Volte para a Listagem
whatsapp