28
ago
2017
Cotações da soja subiram

As cotações da soja subiram um pouco nesta semana, com o fechamento desta quinta-feira (24) ficando em US$ 9,41/bushel para o primeiro mês cotado, contra US$ 9,30 uma semana antes.

O cenário em geral segue negativo, pois as previsões climáticas dão conta de situação favorável ao desenvolvimento das lavouras estadunidenses, fato que confirmaria uma safra recorde e estoques finais elevados.

Neste contexto, segundo o USDA, até o dia 20/08, as condições das lavouras nos EUA voltaram a melhorar, com 60% ficando entre boas a excelentes, 26% regulares e 12% entre ruins a muito ruins. Lembramos que a partir do final de setembro as primeiras lavouras de soja começarão a ser colhidas naquele país.

Além disso, nesta semana o Crop Tour da ProFarmer começou a divulgar suas primeiras impressões. Apesar de o número de vagens ser um pouco menor do que a média dos últimos três anos em Ohio e Dakota do Sul, os mesmos foram considerados neutros pelo mercado, pois já precificados. Aliás, em Ohio a contabem de vagens em uma área específica (três pés por três pés) acusou número maior do que o da safra passada, que foi recorde. Na próxima semana teremos melhores informações a respeito desta pesquisa “in loco” sobre a capacidade produtiva das lavouras estadunidenses.

Dito isso, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA, para o ano comercial 2016/17, somaram 453.200 toneladas na semana encerrada em 10/08. O número foi superior à média das quatro semanas anteriores, oferecendo certa sustentação ao mercado. Para o ano 2017/18, o volume chegou a 899.400 toneladas. O somatório dos dois anos ficou bem acima do esperado pelo mercado.

Por sua vez, o óleo de soja disparou em Chicago, batendo em 34,72 centavos de dólar por libra-peso no dia 23/08 (cotação que não era vista desde o final de janeiro do corrente ano). Esta alta, que ajudou a puxar um pouco para cima os preços do grão, se deu em função da decisão do governo dos EUA em taxar as importações de biodiesel da Indonésia e da Argentina. As taxas variam de 41% a 60% do valor da carga importada, se constituindo em um custo significativo. Ocorre que os EUA, há cinco anos, não são mais autossuficientes na produção de biodiesel, fato que coloca a decisão como sendo de risco e de forte pressão altista para o óleo de soja.

Por outro lado, a reação acabou sendo tímida porque exportadores privados registraram cancelamento de exportações para a China num total de 640.970 toneladas de soja em grão nesta semana.

Já no mercado brasileiro, os preços voltaram a recuar um pouco. O fraco desempenho em Chicago, associado a um câmbio que permaneceu entre R$ 3,15 e R$ 3,18 por dólar, não favoreceu os preços da oleaginosa no mercado nacional. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 59,74/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 66,00 e R$ 66,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 53,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 68,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 55,50/saco em Chapadão do Sul e São Gabriel (MS); R$ 57,00 em Pedro Afonso (TO); R$ 59,00 em Uruçuí (PI); R$ 58,00 em Goiatuba (GO); e R$ 64,00/saco em Cascavel e Pato Branco (PR).

Os últimos números do setor privado nacional (Safras & Mercado) dão conta de que a safra brasileira de soja recentemente colhida ficou em 113,4 milhões de toneladas. Deste total, o país exportará 64,5 milhões e esmagará 41 milhões, respectivamente 56,9% e 36,2% do total colhido. Os estoques finais brasileiros, em 31/01/2018 (final do ano comercial 2017/18) serão os mais elevados dos últimos anos, atingindo a 7,7 milhões de toneladas (no ano anterior os mesmos chegaram em 2,6 milhões). Por outro lado, a produção de farelo de soja pelo Brasil atingirá a 31,2 milhões de toneladas, sendo que 14 milhões (45% do total) serão exportadas. Enfim, a produção de óleo de soja atingiu a 8,1 milhões de toneladas, sendo 1,4 milhão exportadas (17,3% da produção).

 

Fonte: CEEMA / UNIJUI
  

 

Volte para a Listagem
whatsapp