As cotações da soja em Chicago praticamente ficaram estáveis durante esta semana. No dia 15/11 houve a troca de mês naquela Bolsa, com o primeiro mês cotado passando a ser janeiro/19. Com isso, o fechamento naquele dia ficou em US$ 8,88/bushel, contra US$ 8,67 uma semana antes.
Durante a semana as cotações chegaram a recuar um pouco, puxadas pelo anúncio de aumento nos estoques finais dos EUA para 2018/19, conforme o relatório de oferta e demanda do USDA, informado no dia 08/11.
Posteriormente, ajustes técnicos, conhecidos também como tomada de lucros por parte dos operadores, reverteram o viés baixista e estabilizaram as cotações nos atuais níveis.
Não houve avanços visando um acerto quanto ao litígio comercial entre EUA e China, fato que freou o ímpeto altista do mercado. Na prática, “...A administração de Donald Trump está ampliando sua batalha comercial com a China para além das tarifas com um plano para usar controles de exportação e outras ferramentas para combater o roubo de propriedade intelectual. O movimento de abertura da nova estratégia acontece na forma de uma repressão recente dos departamentos de Comércio e Justiça sobre uma fabricante de chips estatal chinesa, que o governo dos Estados Unidos acusou de roubar segredos comerciais da empresa estadunidense Micron Technology.” (cf. Safras & Mercado)
Todavia, no final da semana novas expectativas surgiram para este caso do conflito comercial sino-estadunidense na medida em que o secretário do Tesouro dos EUA estaria retomando as reuniões com o vice-primeiro ministro chinês. Há uma reunião prevista para o final do mês de novembro entre os presidentes dos dois países.
Por outro lado, as inspeções de exportação dos EUA, em soja, somaram 1,3 milhão de toneladas na semana encerrada em 08/11, superando as expectativas do mercado.
Além disso, o final da colheita de soja nos EUA está mais lento. Até o dia 11/11 a área colhida chegava a 88%, contra 93% na média histórica e na mesma data do ano passado.
Dito isso, o cenário geral ainda é de pressão baixista sobre as cotações, embora a tendência, neste momento, seja de o mercado procurar a referência dos US$ 9,00/bushel, se distanciando do piso dos US$ 8,00. A definição deste quadro passa a ser, a partir de agora, o término da colheita nos EUA e o real volume da safra recorde daquele país, associada ao clima na América do Sul, onde o plantio da nova safra de soja se desenvolve.
Aqui no Brasil, os preços pouco evoluíram, apesar do câmbio novamente registrar uma desvalorização do Real, com a nossa moeda chegando a bater em R$ 3,83 em alguns momentos desta semana, mais curta devido ao feriado do dia 15/11 (muitos fizeram feriadão, inclusive).
Com isso, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 75,45/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 81,00 e R$ 81,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram em R$ 77,50 no norte e centro do Paraná; R$ 65,00 em Sorriso (MT); R$ 70,50 em São Gabriel (MS); R$ 76,00 em Goiatuba (GO); R$ 82,00 em Campos Novos (SC); R$ 72,00 em Uruçuí (PI); e R$ 69,00/saco em Pedro Afonso (TO).
Vale destacar que a China comprou 60,1 milhões de toneladas de soja em grão do Brasil entre janeiro e outubro deste ano, segundo a Secex. Uma alta de 20% sobre o registrado no ano anterior. Tal aumento se deve ao litígio comercial dos chineses com os EUA. O segundo maior comprador nacional foi a Espanha com 1,9 milhão de toneladas, redução de 3%, seguida da Holanda com 1,3 milhão e queda de 2%.
Este movimento chinês permitiu, até poucas semanas atrás, que os prêmios nos portos brasileiros ficassem elevados. Neste mês de novembro o quadro começou a mudar, já que o Brasil tem pouca soja, no momento, para exportar e as compras chinesas diminuem. Com isso, nossos prêmios fecham a atual semana entre US$ 0,98 e US$ 1,67/bushel, perdendo mais de 50% de seu valor de algumas semanas atrás em alguns portos nacionais. Este, aliás, é um dos motivos do recuo nos preços internos da soja, apesar do câmbio ter voltado a ajudar.
Afora isso, a comercialização da safra passada brasileira, até o dia 09/11, atingiu a 96% da soja disponível, contra 93% na média histórica. O Estado que menos vendeu é o Rio Grande do Sul, com 92%. Mesmo assim, bem acima de sua média histórica que é de 84% para esta época do ano.
Quanto a comercialização da nova safra, que está sendo plantada, a mesma atingiu vendas antecipadas de 31% no país até o dia 09/11, contra 33% na média histórica. Os Estados que já venderam acima da média, aproveitando os preços elevados do momento, são Mato Grosso e Santa Catarina.
Enfim, o plantio da nova safra nacional de soja atingiu a 69% da área esperada até o dia 09/11, contra 56% na média histórica, estando, portanto, bem avançado. O Rio Grande do Sul chefava a 20%; o Paraná a 79% e o Mato Grosso a 96%. Em relação a média histórica, os Estados mais avançados são o Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e Santa Catarina.
Fonte: Agrolink
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