04
set
2017
Cotações da soja em Chicago voltaram a recuar

As cotações da soja em Chicago voltaram a recuar em boa parte desta última semana de agosto. Já no último dia do mês houve boa recuperação em cima de ajustes técnicos em busca de compensação às fortes perdas durante o mês. Assim, o fechamento deste dia 31/08 ficou em US$ 9,36/bushel, após US$ 9,23 na véspera e US$ 9,41/bushel uma semana antes. A média de agosto ficou em US$ 9,40/bushel, contra US$ 9,94 em julho, confirmando a forte tendência de recuo em Chicago em agosto, após a melhoria do clima no Meio Oeste dos EUA.

Assim, a última semana de agosto mostrou um mercado apático, pressionado pelos resultados do Crop Tour da ProFarmer, a qual avança uma nova safra recorde nos EUA, agora em 117,9 milhões de toneladas, contra 117,2 milhões no ano passado. Vale destacar que este número é um pouco menor às 119,2 milhões de toneladas projetadas pelo USDA em seu relatório de oferta e demanda do último dia 10/08. Nesse contexto, o mercado espera agora o novo relatório do USDA, previsto para o dia 12/09. Mas há um sentimento, diante de um clima positivo, que a safra final naquele país não deixará de ser desta dimensão, confirmando nossos alertas de que o mercado estava especulando demais em torno do clima, em julho, sem grandes razões aparentes, além de ignorar o aumento da área semeada em 7%. Dito isso, ainda teremos cerca de 20 dias importantes para a nova safra se consolidar e o início da colheita ser registrado.

Pelo lado especulativo bursátil, importante se faz destacar que os fundos estão sobrevendidos no momento, podendo haver, assim que a oportunidade se apresentar, um movimento de recompra de posições, fato que pode puxar um pouco para cima as cotações da oleaginosa em Chicago. Para tanto, um estopim para tal movimento pode ser a revisão um pouco para baixo na produtividade final da atual safra, a qual tende a ser indicada no relatório do USDA deste mês de setembro ou, no mais tardar, em outubro. Isso porque, segundo o Crop Tour, a produtividade média de soja nos EUA ficará em 3.261 quilos/hectare e não em 3.321 quilos projetados pelo USDA em 10/08.

Por sua vez, as condições das lavouras nos EUA voltaram a melhorar, com 61% das mesmas alcançando o estágio de boas a excelentes até o dia 27/08. Outros 28% estavam regulares e 11% entre ruins a muito ruins. O furacão Harvey, que provocou enormes estragos no Texas, não teria atingido as regiões mais importantes produtoras de soja de forma nociva. Pelo contrário, em muitos casos o mesmo trouxe novas chuvas positivas.

Paralelamente, as exportações líquidas dos EUA em soja, para o ano 2016/17, ficaram muito abaixo da média das quatro semanas anteriores, na semana encerrada em 17/08. Nas próximas semanas teremos os números finais deste ano comercial, já que o mesmo se encerra neste dia 31/08/2017. Já para o ano 2017/18, que se inicia em 1º de setembro, as exportalões somaram 2 milhões de toneladas, ficando acima do esperado pelo mercado.

Enfim, a Argentina entrou em negociação com os EUA visando reverter o imposto de importação, aplicado na semana passada por este último país, sobre o seu biodiesel. Assim, temporariamente a aplicação de tarifas entre 57% e 61% sobre o biodiesel argentino fica temporariamente suspensa.

Aqui no Brasil, o câmbio trabalhou ao redor de R$ 3,14 a R$ 3,17 em boa parte da semana, não permitindo melhorias nos preços locais. Com isso, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 59,88/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 65,00 a R$ 66,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 54,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 68,00 em Campos Novos (SC), passando por R$ 56,00 em Chapadão do Sul e São Gabriel (MS), R$ 57,00 em Pedro Afonso (TO), R$ 58,00 em Goiatuba (GO), R$ 59,00 em Uruçuí (PI) e R$ 64,50/saco em Pato Branco (PR).

Por enquanto, os preços não reagem, mesmo com as exportações de soja aquecidas já que a queda dos preços da oleaginosa levou a China a aumentar suas compras nas últimas semanas, tanto da América do Sul quanto nos EUA. E logo mais o mercado começará a dar atenção a área a ser cultivada com a nova safra de soja no Brasil e na Argentina, havendo a tendência de aumento da mesma diante das dificuldades de preços, mais agudas, junto ao milho, especialmente no mercado brasileiro.

 

Fonte:
 

 

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