04
jul
2012
Cooperativas podem expandir na região
Para Ocepar, Norte Pioneiro é a região com maior potencial para desenvolver o associativismo
O Paraná tem 240 cooperativas que atuam em diversas atividades da economia, sendo 80 na agropecuária. Destas, 30 são cooperativas de grande porte e as demais atuam principalmente nas áreas de crédito e saúde. Juntas, as cooperativas do Paraná faturaram R$ 32 bilhões em 2011. O setor agropecuário foi responsável por R$ 26,5 bilhões e os outros setores por R$ 5,5 bilhões. O faturamento da agropecuária no Norte do estado, incluindo o Norte Pioneiro, corresponde a 7% do total, ou R$ 1,8 bilhão.
Na análise do superintendente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, o Norte Pioneiro é a região com maior potencial para o desenvolvimento do cooperativismo no Paraná, mesmo com pouca tradição no setor. ''E o motivo é simples: enquanto nas regiões Oeste e Centro-Sul o sistema está praticamente consolidado, no Norte Pioneiro quase tudo ainda está para ser feito'', avalia Ricken.
''Há um conceito de que a região não tem nada, mas é importante destacar que tem: o Norte Pioneiro é, possivelmente, a região com maior potencial para o desenvolvimento do cooperativismo no Paraná'', afirma.
Ricken explica que a colonização das regiões Oeste e Centro-Sul por gaúchos e descendentes de europeus favoreceu a aparecimento de diferentes formas de associativismo, enquanto o Norte do Paraná foi colonizado principalmente por paulistas e mineiros, sem muita tradição nesta atividade.
Além da questão cultural, a restrição de áreas para o plantio de grãos é outro aspecto que dificulta o surgimento de novas cooperativas agropecuárias na região. Boa parte da zona rural está em área montanhosa, o que não favorece a mecanização das lavouras.
Ricken lembra ainda que o Norte Pioneiro se caracteriza por não ser sede de grandes cooperativas, mas cita a Integrada, com sede em Londrina, que tem boa parte de sua estrutura na região.
Além disso, a região tem extensas áreas com o cultivo de cana de açúcar, uma atividade que não favorece o cooperativismo. O superintendente da Ocepar diz que grandes cooperativas do Paraná surgiram na década de 1980 com a produção de açúcar e álcool, mas hoje a realidade é diferente. ''As cooperativas foram se retirando da produção de cana porque esta cultura atende a um grupo relativamente pequeno de produtores e exige um capital elevadíssimo; hoje a cana é coisa para gente muito grande'', define.
Apesar das circunstâncias, o superintendente da Ocepar acredita que o cooperativismo pode se expandir na região, desde que haja investimentos em tecnologia. ''Eu acredito que em um futuro próximo o Norte Pioneiro será uma boa região para se investir na melhoraria da produtividade'', afirma. Outra região com situação semelhante é o Noroeste do estado, que se caracteriza pelo arenito.
Eli Araújo