Referência em pesquisa sobre melhoramento de sementes, o Brasil sedia, em setembro, um dos mais importantes eventos das Américas, o 19º Congresso Brasileiro de Sementes, promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes - ABRATES. Em um momento no qual a estabilidade econômica do País é questionada, o evento serve como palco de discussões e debates relevantes sobre o setor agropecuário, um dos mais importantes de toda a economia brasileira.
Um dos palestrantes do Congresso será Dr. Roberto Rodrigues. Engenheiro agrônomo, coordenador do Centro de Agronegócios da FGV-EESP, presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), presidente da Academia Nacional da Agricultura e ex-ministro da agricultura, ele atesta a importância do evento. “... [O Congresso] vai mostrar toda a importância da semente como trampolim central no que se refere às questões tecnológicas voltadas para o setor agropecuário nacional”, afirmou.
Para o ex-ministro, essa discussão é importante também pelo fato das questões climáticas brasileiras. “O anúncio de um El Niño moderado sinaliza para um volume de chuvas adequado para Sul e Sudeste e para algum problema para as regiões Norte e Nordeste. Mais do que nunca é preciso usar a melhor tecnologia com os recursos disponíveis para enfrentar as condições climáticas e as reduções de margens que se esperam para o ano que vem”, opinou.
Responsável pela palestra de abertura do Congresso, no dia 14, segunda-feira, Roberto falará sobre a crescente demanda mundial por alimentos, a segurança alimentar e energética e qual o papel do Brasil neste cenário. “A questão da segurança alimentar ganha mais importância a cada dia como uma das formas para se garantir a paz e estabilidade socioeconômica. O Brasil, como grande produtor de alimentos, tem um papel relevante nesta questão”, afirmou.
Outro ponto a ser debatido no Congresso é o comportamento do setor agropecuário diante do momento de instabilidade que o País enfrenta. De acordo com Rodrigues, existem dois fatores que impactam diretamente no produtor nacional: o aumento no custo de produção (alta da energia elétrica, aumento das taxas de juros, etc.) e a queda no preço de comercialização dos produtos. Isso faz com que a margem de trabalho do produtor seja reduzida. Esse comportamento já foi observado durante a última safra, no entanto a taxa cambial compensou a queda de preço, já que o plantio foi feito com o dólar baixo e a safra colhida com o dólar em alta.
Segundo Rodrigues, no atual momento, a saída é o aumento da oferta de crédito rural – medida já tomada pela ministra da agricultura Katia Abreu que no último dia dois, anunciou um aumento de 20% nos recursos. “No entanto, é preciso que eles [os recursos] cheguem aos produtores em tempo hábil”, ressaltou.
Fonte: Cultivar
Volte para a Listagem