As dicas são do analista da consultoria Safras & Mercado Luiz Fernando Gutierrez Roque.
– Os players do mercado da soja permanecem com as atenções divididas entre o avanço da colheita da América do Sul, preparativos para o início do plantio da nova safra dos EUA e movimentos da demanda chinesa no mercado internacional. No lado financeiro, o conflito entre Rússia e Ucrânia completa o quadro de fatores.
– No Brasil, os trabalhos de colheita continuam avançando para as últimas áreas a serem colhidas no Centro-Oeste e no Sudeste, onde restam poucos hectares. Nas regiões Norte e Nordeste, as máquinas começam a entrar nas últimas áreas, enquanto na Região Sul os trabalhos se encontram atrasados, com destaque para o Rio Grande do Sul.
– Não há grandes surpresas com relação às produtividades médias esperadas, com a colheita confirmando que as perdas foram muito grandes no Paraná e no Rio Grande do Sul, além de parte do Mato Grosso do Sul, enquanto nos estados do Centro-Oeste e do Sudeste as produtividades são bastante elevadas. A safra brasileira deve se consolidar em torno de 125 milhões de toneladas.
– Na Argentina, os trabalhos também avançam, mas ainda se encontram em fase inicial nas principais províncias produtoras. A queda da temperatura e retorno da umidade registradas nas últimas semanas foram benéficas para boa parte das lavouras, o que pode impedir que as perdas produtivas aumentem. Devemos ver a consolidação de uma safra em torno de 42 milhões de toneladas na Argentina, conforme expectativa.
– Com a safra da América do Sul praticamente consolidada e já precificada em Chicago, o mercado olha agora para os mapas de previsões climáticas para o cinturão produtor norte-americano. Os trabalhos de plantio da soja devem começar ainda na segunda quinzena de abril, e é importante termos um clima regular, com períodos de sol e períodos de chuvas bem distribuídos para que as máquinas avancem e as sementes germinem em um ambiente favorável. Além disso, é importante acompanharmos também o avanço do plantio do milho, visto que possíveis atrasos na semeadura do cereal podem resultar em migrações de áreas para a soja. Esperamos muita volatilidade nas próximas semanas frente ao mercado climático norte-americano.
– A demanda chinesa pela soja norte-americana continua firme em meio à menor oferta de soja da América do Sul. Novas vendas norte-americanas foram anunciadas nos últimos dias, o que ajuda a trazer suporte para as primeiras posições em Chicago, mesmo com o plantio de uma possível área recorde na nova safra dos EUA. Se as vendas continuarem, é possível vermos novos cortes nos estoques norte-americanos por parte do USDA.
Fonte: Canal Rural
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