A Conab reduziu em 4,96% sua previsão para a área de trigo brasileira da temporada, aumentando em 3,64% a demanda e em 6,78% os estoques do cereal de inverno. “Estes dados, porém, não estão de acordo com alguns outros, tanto de técnicos estaduais como do mercado”, ressalva o analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco.
Com relação à área plantada, a Conab informa que o Paraná deverá plantar 864,8 mil hectares, enquanto o Deral (Departamento de Economia Rural) tem um número diferente: 955.835 hectares, pouco mais de 10% a mais. Já a área estimado para o Rio Grande do Sul está de acordo com a Emater-RS.
As discrepâncias mais importantes estão no quadro de Oferta & Demanda. Neste mês, a Conab não considerou a reserva de semente (em torno de 289 mil tons), como nos meses anteriores. Também continuou ignorando o uso do trigo para ração – geralmente consumo próprio nas lavouras do RS e do PR, que gira em torno de 700 mil toneladas, cerca de 350 mil para cada estado.
A soma destes dois itens reduziria para 1.562,7 mil tons os estoques finais. “Mesmo que os técnicos do governo digam que ‘estão embutidos nos dados do estoque final’ (não disseram, estamos supondo) nestes volumes não estariam à disposição do mercado. Acreditamos que a sua desvinculação traria mais clareza à disponibilidade que o mercado precisa, uma vez que os estoques finais são o termômetro para a projeção dos preços”, conclui Pacheco.
Fonte: Agrolink
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