10
set
2010
Com preços firmes, sojicultor mantém otimismo apesar de La Niña
Perto de começar o plantio da safra 2010/11, produtores de soja do Brasil estão mais animados com os bons preços internacionais da oleaginosa do que preocupados com eventuais prejuízos que o fenômeno climático La Niña poderá causar para a próxima colheita.
"A chuva atrasa, mas ela vem", afirmou o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, Glauber Silveira, quando questionado sobre os efeitos do La Niña para a região central do Brasil.
No Centro-Oeste e no Sudeste, as chuvas de primavera tendem a demorar mais para chegar quando ocorre o La Niña, mas o volume de precipitações não é reduzido, diferentemente do que acontece no Sul do país, onde estiagens podem ocorrer durante o verão em anos de ocorrência do fenômeno climático.
"O produtor vai aguardar a chuva, choveu ele planta... No ano passado, o pessoal plantou mais cedo, pensando em ampliar a área de milho. O que pode acontecer é o pessoal diminuir a área de milho, se atrasar o plantio da soja", acrescentou Silveira.
Normalmente, as primeiras áreas de soja em Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil, começam a ser semeadas assim que as chuvas voltam ao Estado, em meados de setembro, após o período seco do inverno.
Quanto mais cedo os produtores iniciam a semeadura, antes eles podem realizar a colheita e já plantar em seguida o milho segunda safra, para que o cereal possa receber bons volumes de chuvas antes de o período seco começar novamente.
De qualquer modo, o representante dos produtores salientou que a maior parte do plantio em Mato Grosso é sempre feito entre 15 de outubro e 10 de novembro, quando este ano as chuvas já deverão ter chegado em volumes mais abundantes, segundo a Somar Meteorologia.
"Continua o tempo seco. A previsão é de que ocorram chuvas significativas somente a partir da segunda quinzena de outubro", afirmou o agrometeorologista da Somar Marco Antônio dos Santos.
Segundo ele, caso algum produtor da região central do país se arrisque a plantar antes da segunda quinzena de outubro, a safra poderá ter problemas de germinação.
Já no Sul do Brasil, ressaltou Santos, a situação é mais preocupante, pois pode faltar chuva na estação do calor, o que tem deixado especialistas cautelosos com previsões para a próxima safra.
Consultorias agrícolas importantes têm indicado que a temporada 2010/11, embora com uma área plantada possivelmente maior, poderá resultar em uma colheita menor, com produtividades inferiores aos ótimos patamares da temporada passada, quando o El Niño trouxe chuvas generalizadas e o Brasil colheu um recorde de 68,5 milhões de toneladas.
MERCADO FIRME
"Dois fatores são analisados pelos produtores: um é o La Niña, não tem dúvida, mas também a questão da preocupação de falta de alimentos no mundo... Essa é a grande realidade, por isso deverá ocorrer uma recuperação de preços de commodities agrícolas", opinou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.
O contrato referencial da soja em Chicago, cotado na quarta-feira (8) a aproximadamente 10,50 dólares por bushel, registra uma alta de mais de 15 por cento ante valor verificado para o mesmo vencimento da bolsa na mesma época do ano passado, em meio à forte demanda global e na esteira de perdas de safras de trigo na Europa.
"Então o produtor rural não vai intimidar-se com o (La Niña), pode adotar procedimentos de antecipação de plantio, isso sim", declarou ele, comentando que o La Niña traz chuvas agora para o Sul antes de provocar uma seca.
O presidente da Aprosoja tem posição semelhante ao produtor gaúcho em relação ao mercado, ponderando que os agricultores ficaram mais animados com o recente pico nos preços.
O dólar, variável que também determina a formação da cotação em reais, está ligeiramente mais fraco em relação a setembro de 2009, mas ainda assim caiu menos no período (-5,5 por cento) do que subiram os preços internacionais da soja.
Os prêmios nos portos brasileiros em relação a Chicago, para embarque em março do ano que vem, estão em torno de 70 centavos, outro indicador da boa demanda pelo produto.
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"A chuva atrasa, mas ela vem", afirmou o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, Glauber Silveira, quando questionado sobre os efeitos do La Niña para a região central do Brasil.
No Centro-Oeste e no Sudeste, as chuvas de primavera tendem a demorar mais para chegar quando ocorre o La Niña, mas o volume de precipitações não é reduzido, diferentemente do que acontece no Sul do país, onde estiagens podem ocorrer durante o verão em anos de ocorrência do fenômeno climático.
"O produtor vai aguardar a chuva, choveu ele planta... No ano passado, o pessoal plantou mais cedo, pensando em ampliar a área de milho. O que pode acontecer é o pessoal diminuir a área de milho, se atrasar o plantio da soja", acrescentou Silveira.
Normalmente, as primeiras áreas de soja em Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil, começam a ser semeadas assim que as chuvas voltam ao Estado, em meados de setembro, após o período seco do inverno.
Quanto mais cedo os produtores iniciam a semeadura, antes eles podem realizar a colheita e já plantar em seguida o milho segunda safra, para que o cereal possa receber bons volumes de chuvas antes de o período seco começar novamente.
De qualquer modo, o representante dos produtores salientou que a maior parte do plantio em Mato Grosso é sempre feito entre 15 de outubro e 10 de novembro, quando este ano as chuvas já deverão ter chegado em volumes mais abundantes, segundo a Somar Meteorologia.
"Continua o tempo seco. A previsão é de que ocorram chuvas significativas somente a partir da segunda quinzena de outubro", afirmou o agrometeorologista da Somar Marco Antônio dos Santos.
Segundo ele, caso algum produtor da região central do país se arrisque a plantar antes da segunda quinzena de outubro, a safra poderá ter problemas de germinação.
Já no Sul do Brasil, ressaltou Santos, a situação é mais preocupante, pois pode faltar chuva na estação do calor, o que tem deixado especialistas cautelosos com previsões para a próxima safra.
Consultorias agrícolas importantes têm indicado que a temporada 2010/11, embora com uma área plantada possivelmente maior, poderá resultar em uma colheita menor, com produtividades inferiores aos ótimos patamares da temporada passada, quando o El Niño trouxe chuvas generalizadas e o Brasil colheu um recorde de 68,5 milhões de toneladas.
MERCADO FIRME
"Dois fatores são analisados pelos produtores: um é o La Niña, não tem dúvida, mas também a questão da preocupação de falta de alimentos no mundo... Essa é a grande realidade, por isso deverá ocorrer uma recuperação de preços de commodities agrícolas", opinou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.
O contrato referencial da soja em Chicago, cotado na quarta-feira (8) a aproximadamente 10,50 dólares por bushel, registra uma alta de mais de 15 por cento ante valor verificado para o mesmo vencimento da bolsa na mesma época do ano passado, em meio à forte demanda global e na esteira de perdas de safras de trigo na Europa.
"Então o produtor rural não vai intimidar-se com o (La Niña), pode adotar procedimentos de antecipação de plantio, isso sim", declarou ele, comentando que o La Niña traz chuvas agora para o Sul antes de provocar uma seca.
O presidente da Aprosoja tem posição semelhante ao produtor gaúcho em relação ao mercado, ponderando que os agricultores ficaram mais animados com o recente pico nos preços.
O dólar, variável que também determina a formação da cotação em reais, está ligeiramente mais fraco em relação a setembro de 2009, mas ainda assim caiu menos no período (-5,5 por cento) do que subiram os preços internacionais da soja.
Os prêmios nos portos brasileiros em relação a Chicago, para embarque em março do ano que vem, estão em torno de 70 centavos, outro indicador da boa demanda pelo produto.