A colheita da soja no Rio Grande do Sul está prestes a encerrar, e a proporção de área colhida é muito próxima a 100%. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar e divulgado nesta quinta-feira (01/06), o período foi propício para o término dos trabalhos, pois ocorreram temperaturas mais elevadas e predominou a ausência de chuvas. Restam colher apenas pequenas áreas nas regiões de Ijuí, Porto Alegre e Pelotas, semeadas após o período recomendado no zoneamento agroclimático ou cultivadas em sucessão ao milho, que não apresentam significância estatística expressiva. A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares e a produtividade estimada é de 1.923 kg/ha.
Ainda na soja, as instituições financeiras começaram a disponibilizar financiamentos para as lavouras da safra 2023/2024, por meio da liberação de recursos pré-custeio destinados à aquisição de fertilizantes.
No milho, a colheita avançou em ritmo lento e alcançou 93% da área cultivada, que é de 810.380 hectares. Atualmente 5% das áreas de milho estão em maturação e 2% em enchimento de grãos. A produtividade estimada para o RS é de 4.440 kg/ha.
As precipitações ocorridas foram benéficas para as lavouras de milho safrinha, que atualmente estão na fase de enchimento dos grãos. A maior parte das lavouras implantadas nos meses de janeiro e fevereiro apresenta boas condições de desenvolvimento, exibindo aparência geral saudável e formação adequada de espigas. Entretanto, chama a atenção o elevado número de cigarrinhas presentes em muitas lavouras a Noroeste do Estado, o que demandou novas aplicações de inseticidas, o que acende o sinal de alerta para a próxima safra, que poderá acarretar na presença de cigarrinhas já nas primeiras semeaduras.
É significativa a demanda por sementes de milho disponibilizadas pelo Programa Troca-Troca, o qual, nesta edição, oferece híbridos adequados para os cultivos em sistemas de alta tecnologia, apresentando valor de aquisição altamente competitivo.
Milho silagem
A área implantada no Estado é de 357.476 hectares. A produtividade atual indica produção de 20.000 kg/ha. As atividades de corte e ensilagem das lavouras prosseguiram. Estima-se que 96% dos cultivos destinados a esse propósito tenham sido colhidos. No entanto, devido à contínua queda nos preços do cereal, houve aumento na área destinada à produção de alimento volumoso conservado em detrimento da produção de grãos.
Culturas de inverno
Trigo
A área cultivada de trigo no Estado na safra 2022 foi de 1.528.992 hectares (IBGE). A Emater/RS-Ascar está finalizando o levantamento de intenção de plantio, cujos resultados serão divulgados ainda na primeira quinzena de junho. Alguns fatores influenciam na definição da área a ser plantada, tais como a previsão de ocorrência do fenômeno El Niño, que tende a aumentar o volume de precipitações no final do ciclo da cultura, e uma variação negativa na cotação do produto, o que impacta na decisão dos produtores. Contudo, tem-se como fator positivo a ser considerado a obtenção de uma safra extraordinária no ano anterior, na qual foram alcançadas excelentes produtividades e alta qualidade dos grãos, o que satisfez os produtores.
As primeiras semeaduras de trigo foram iniciadas em 11 de maio, em lavouras localizadas no Noroeste do Estado, mas não é considerada uma área significativa. A área semeada aumentou ligeiramente a partir do último dia 21 de maio, data de início do período recomendado para a região da Fronteira Oeste. Nessa região, parte dos produtores está concentrando o plantio nas variedades mais precoces, a fim de não atrasar o cultivo subsequente de soja. No entanto, a maior parte das áreas destinadas ao cultivo de trigo no Estado ainda está passando por manejo pré-plantio por meio do uso de dessecantes e da realização de subsolagem em algumas áreas. Essas práticas visam aumentar a capacidade de absorção de água do solo, uma vez que são esperadas chuvas em maior volume nos próximos meses.
Aveia branca
A semeadura de aveia está mais adiantada em comparação à cultura do trigo. Inicialmente, a operação ocorreu em ritmo lento devido às baixas condições de umidade do solo. No entanto, após a ocorrência de chuvas, o plantio ganhou velocidade. As lavouras emergiram com boa densidade de plantas e apresentaram bom desenvolvimento, com a emissão de folhas novas de tamanho ideal. Houve leve redução dos entrenós, o que não compromete a cultura, mas beneficia a redução da probabilidade de acamamento das plantas. Quanto aos aspectos fitossanitários, observa-se baixa incidência de pragas e doenças.
Canola
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a semeadura da cultura foi intensificada durante a semana, por ser um período ideal para o plantio, pelo fato de o solo dar condições de excelente operação de semeadura e pela ocorrência de chuvas nos últimos períodos. Na região de Santa Rosa, detentora da maior área de cultivo de canola do Estado, há tendência de expansão na área cultivada e o plantio atinge 53% da área projetada. As condições do tempo têm sido adequadas e favoráveis para a germinação e para o desenvolvimento inicial.
Fonte: Revista Cultivar.