31
ago
2010
Colheita confirma qualidade do trigo
Boa produtividade e expectativa de alta nos preços do trigo animam produtores rurais
A tendência de alta nos preços da saca de trigo nos próximos dias anima produtores rurais de Engenheiro Beltrão, no Centro-Oeste do estado, que começaram a colher o cereal na semana passada e estão registrando alta produtividade e qualidade. A colheita chega, neste momento, perto de 10% da área plantada no estado (1,15 milhão de hectares), conforme o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral).
A colheita promete elevar o rendimento aos agricultores que aguardavam, há três anos, uma reação da cultura. “Planto trigo por teimosia, pois a lavoura nunca trouxe benefícios. Espero que a alta nos preços não fique apenas na conversa”, comentou o agricultor Sebastião de Oliveira, que dedicou 121 hectares à cultura em Quinta do Sol, a 15 quilômetros de Engenheiro Beltrão.
“A média de 57,85 sacas por hectares (3,4 t/ha) está excelente”, conta. O clima mais seco garantiu boa qualidade e afastou a possibilidade de o produto ser destinado à ração, como ocorreu com boa parte da produção estadual do ano passado. Oliveira mantém guardadas 500 sacas da safra passada e espera vender o estoque assim que os preços seguirem a alta provocada pela seca na Rússia. “Vamos aguardar o mercado reagir”, disse. Em agosto, os preços internos acumulam alta de 10%, quebrando a barreira dos R$ 24 por saca de 60 quilos.
Na mesma expectativa está o agricultor Renato Fritsche, de Engenheiro Beltrão. Ele guardou 900 sacas da colheita passada. “Estou de olho na cotação da cooperativa, assim que o preço aumentar vou ‘torrar’ toda a produção estocada”, disse. O agricultor plantou 126 hectares e está colhendo uma média de 55,78 sacas por hectare (3,35 t/ha).
Já o agricultor Otavio Marioti, do mesmo município, pretende colher e guardar toda a produção dos 169, 4 hectares. “Só vou vender quando tiver certeza de que estou fazendo um bom negócio”, frisa. Ele lembra que recentemente comercializou a R$ 24 a saca do trigo, por não ter expectativas de alta do produto. “Como há comentários de que haverá alta, vamos aguardar o melhor preço”. O agricultor está colhendo uma média de 41,32 sacas por hectare (2,4 t/ha). “A produtividade não está boa por conta da variedade”, justifica.
A área de trigo do Paraná caiu 13% nesta safra, mas a produção tende a crescer 15%, a 3 milhões de toneladas, conforme o Deral. O ganho vem da produtividade, que pode chegar a 2,67 toneladas por hectare – com aumento de 30% sobre a do ano passado.
Apesar da boa qualidade deste início de safra, os produtores sabem que terão de se superar no próximo ano, quando entram em vigor novos critérios para o trigo. Essa mudança depende de novas variedades, que vêm sendo apresentadas pelos pesquisadores. A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec) apresentou quatro variedades na última semana, reunindo 500 produtores em Toledo (Oeste do estado).
O setor quer produzir não apenas trigo tipo pão – melhor que o brando, que predomina no Rio Grande do Sul – mas também melhorador, comparável ao trigo importado da Argentina, que supre perto de um terço do consumo brasileiro de 11 milhões de toneladas.
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A tendência de alta nos preços da saca de trigo nos próximos dias anima produtores rurais de Engenheiro Beltrão, no Centro-Oeste do estado, que começaram a colher o cereal na semana passada e estão registrando alta produtividade e qualidade. A colheita chega, neste momento, perto de 10% da área plantada no estado (1,15 milhão de hectares), conforme o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral).
A colheita promete elevar o rendimento aos agricultores que aguardavam, há três anos, uma reação da cultura. “Planto trigo por teimosia, pois a lavoura nunca trouxe benefícios. Espero que a alta nos preços não fique apenas na conversa”, comentou o agricultor Sebastião de Oliveira, que dedicou 121 hectares à cultura em Quinta do Sol, a 15 quilômetros de Engenheiro Beltrão.
“A média de 57,85 sacas por hectares (3,4 t/ha) está excelente”, conta. O clima mais seco garantiu boa qualidade e afastou a possibilidade de o produto ser destinado à ração, como ocorreu com boa parte da produção estadual do ano passado. Oliveira mantém guardadas 500 sacas da safra passada e espera vender o estoque assim que os preços seguirem a alta provocada pela seca na Rússia. “Vamos aguardar o mercado reagir”, disse. Em agosto, os preços internos acumulam alta de 10%, quebrando a barreira dos R$ 24 por saca de 60 quilos.
Na mesma expectativa está o agricultor Renato Fritsche, de Engenheiro Beltrão. Ele guardou 900 sacas da colheita passada. “Estou de olho na cotação da cooperativa, assim que o preço aumentar vou ‘torrar’ toda a produção estocada”, disse. O agricultor plantou 126 hectares e está colhendo uma média de 55,78 sacas por hectare (3,35 t/ha).
Já o agricultor Otavio Marioti, do mesmo município, pretende colher e guardar toda a produção dos 169, 4 hectares. “Só vou vender quando tiver certeza de que estou fazendo um bom negócio”, frisa. Ele lembra que recentemente comercializou a R$ 24 a saca do trigo, por não ter expectativas de alta do produto. “Como há comentários de que haverá alta, vamos aguardar o melhor preço”. O agricultor está colhendo uma média de 41,32 sacas por hectare (2,4 t/ha). “A produtividade não está boa por conta da variedade”, justifica.
A área de trigo do Paraná caiu 13% nesta safra, mas a produção tende a crescer 15%, a 3 milhões de toneladas, conforme o Deral. O ganho vem da produtividade, que pode chegar a 2,67 toneladas por hectare – com aumento de 30% sobre a do ano passado.
Apesar da boa qualidade deste início de safra, os produtores sabem que terão de se superar no próximo ano, quando entram em vigor novos critérios para o trigo. Essa mudança depende de novas variedades, que vêm sendo apresentadas pelos pesquisadores. A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec) apresentou quatro variedades na última semana, reunindo 500 produtores em Toledo (Oeste do estado).
O setor quer produzir não apenas trigo tipo pão – melhor que o brando, que predomina no Rio Grande do Sul – mas também melhorador, comparável ao trigo importado da Argentina, que supre perto de um terço do consumo brasileiro de 11 milhões de toneladas.