22
jul
2013
CNA mostra dependência externa do país no trigo
No biênio 2012/2013, o Brasil deverá importar mais de 7,2 milhões de toneladas de trigo, um dos volumes mais expressivos de toda sua história. Isto demonstra a crônica dependência do país no setor, especialmente da Argentina, de onde o Brasil comprou 93% da farinha de trigo e 77% do trigo no ano passado.
A análise consta em Nota Técnica elaborada pela Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), sobre o perfil do mercado interno do trigo e a dependência externa dessa cultura. O Brasil é décimo primeiro maior consumidor de trigo do mundo e não aparece no ranking dos 15 maiores produtores.
De acordo com o estudo, na safra 2013/2014, iniciada neste segundo semestre, o Brasil deverá produzir 5,1 milhões de toneladas de trigo, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, total insuficiente para atender a demanda interna.
Como se vê, avalia o trabalho, o país está longe de atingir a autossuficiência na produção de trigo. O estudo da CNA, a propósito, destaca que embora o maior volume de produção do trigo esteja na região sul, os melhores índices de produtividade por hectare são obtidos no cerrado brasileiro, em Goiás e Minas Gerais, além do Distrito Federal.
Incentivo ao produtor - Diante dessa vulnerabilidade, especialmente em relação a um produto considerado fundamental para a segurança alimentar da população, o estudo da CNA defende que o governo adote políticas de incentivo capazes de permitir o aumento da produção interna.
São dois os pontos básicos propostos: o incentivo à pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias capazes de atender tanto os produtores do sul do país quanto áreas produtivas do cerrado.
Mesmo a produção sendo insuficiente para atender o consumo interno, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) indica que o valor bruto da produção de trigo no país superou a R$ 2 bilhões no ano passado.
Ocorre que as constantes oscilações dos preços do trigo no mercado internacional, especialmente as intervenções feitas pela Argentina, acabam provocando impacto importante no preço ao final pago pelo consumidor brasileiro, avalia a CNA.
Dependência externa – O cenário econômico da produção de trigo no Brasil mostra que o país encontra-se numa “situação de dependência em relação à produção de países exportadores, casos da Argentina, União Europeia e Estados Unidos”.
E o mais grave, segundo demonstra o levantamento da CNA: “o país acaba sendo afetado constantemente por medidas protecionistas dos países exportadores, especialmente da Argentina, onde são recorrentes as proibições de vendas ao exterior de trigo e farinha de trigo”.
O melhor momento do trigo no país aconteceu entre 1962 e 1986, quando houve incremento de 2.125% na produção interna – atingindo 5,7 milhões de toneladas – quase alcançando a autossuficiência, segundo o levantamento da CNA. De 1985 a 1989 foi alcançado o maior volume de produção, com a oferta interna representando 93% do consumo brasileiro.
As projeções do Departamento de Agricultura dos EUA indicam que a produção mundial de trigo para o biênio 2013/14 deverá atingir 701 milhões de toneladas, um crescimento de 7% em relação à safra anterior.
Intervenção estatal - No Brasil, conforme demonstra o estudo, a cadeia produtiva do trigo “sempre esteve às voltas com intervenções governamentais, mas tais medidas nunca foram capazes de garantir ao país a autossuficiência na produção de trigo”.
Dois problemas, especialmente, contribuem para essa realidade: baixa competitividade e má qualidade do trigo produzido no país, situação agravada pelas facilidades concedidas pelo poder público às indústrias para importação do grão, assinala o documento.
A primeira tentativa concreta de se obter a autossuficiência na produção brasileira de trigo aconteceu em meados da década de 50, no século passado, quando o então presidente Juscelino Kubitschek, dentro do seu Plano de Metas, fixou em 1,5 milhão de toneladas a produção interna. O objetivo não foi alcançado e, em 1960, o país produziu apenas 370 mil toneladas de trigo.
Diante dessa tentativa frustrada, o Governo criou, em 1962, a Comissão de Compra do Trigo Nacional (CTRIN), que passou a comercializar toda a produção nacional, revendendo-a para os moinhos. O objetivo era proteger a produção nacional.
Monopólio - O marco na questão do trigo, contudo, conforme mostra o estudo, aconteceu durante o regime militar instaurado no país em 1964. Foi o decreto-lei 210, de 1967, que consolidou o monopólio estatal do trigo em grão – estabelecendo normas para comercialização, subsídios, industrialização e abastecimento -.
Tal modelo prevaleceu até a década de 90, quando o referido decreto-lei foi revogado, provocando abertura do mercado, modelo consolidado a partir da adoção do Plano Real, em 1994.
A análise consta em Nota Técnica elaborada pela Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), sobre o perfil do mercado interno do trigo e a dependência externa dessa cultura. O Brasil é décimo primeiro maior consumidor de trigo do mundo e não aparece no ranking dos 15 maiores produtores.
De acordo com o estudo, na safra 2013/2014, iniciada neste segundo semestre, o Brasil deverá produzir 5,1 milhões de toneladas de trigo, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, total insuficiente para atender a demanda interna.
Como se vê, avalia o trabalho, o país está longe de atingir a autossuficiência na produção de trigo. O estudo da CNA, a propósito, destaca que embora o maior volume de produção do trigo esteja na região sul, os melhores índices de produtividade por hectare são obtidos no cerrado brasileiro, em Goiás e Minas Gerais, além do Distrito Federal.
Incentivo ao produtor - Diante dessa vulnerabilidade, especialmente em relação a um produto considerado fundamental para a segurança alimentar da população, o estudo da CNA defende que o governo adote políticas de incentivo capazes de permitir o aumento da produção interna.
São dois os pontos básicos propostos: o incentivo à pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias capazes de atender tanto os produtores do sul do país quanto áreas produtivas do cerrado.
Mesmo a produção sendo insuficiente para atender o consumo interno, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) indica que o valor bruto da produção de trigo no país superou a R$ 2 bilhões no ano passado.
Ocorre que as constantes oscilações dos preços do trigo no mercado internacional, especialmente as intervenções feitas pela Argentina, acabam provocando impacto importante no preço ao final pago pelo consumidor brasileiro, avalia a CNA.
Dependência externa – O cenário econômico da produção de trigo no Brasil mostra que o país encontra-se numa “situação de dependência em relação à produção de países exportadores, casos da Argentina, União Europeia e Estados Unidos”.
E o mais grave, segundo demonstra o levantamento da CNA: “o país acaba sendo afetado constantemente por medidas protecionistas dos países exportadores, especialmente da Argentina, onde são recorrentes as proibições de vendas ao exterior de trigo e farinha de trigo”.
O melhor momento do trigo no país aconteceu entre 1962 e 1986, quando houve incremento de 2.125% na produção interna – atingindo 5,7 milhões de toneladas – quase alcançando a autossuficiência, segundo o levantamento da CNA. De 1985 a 1989 foi alcançado o maior volume de produção, com a oferta interna representando 93% do consumo brasileiro.
As projeções do Departamento de Agricultura dos EUA indicam que a produção mundial de trigo para o biênio 2013/14 deverá atingir 701 milhões de toneladas, um crescimento de 7% em relação à safra anterior.
Intervenção estatal - No Brasil, conforme demonstra o estudo, a cadeia produtiva do trigo “sempre esteve às voltas com intervenções governamentais, mas tais medidas nunca foram capazes de garantir ao país a autossuficiência na produção de trigo”.
Dois problemas, especialmente, contribuem para essa realidade: baixa competitividade e má qualidade do trigo produzido no país, situação agravada pelas facilidades concedidas pelo poder público às indústrias para importação do grão, assinala o documento.
A primeira tentativa concreta de se obter a autossuficiência na produção brasileira de trigo aconteceu em meados da década de 50, no século passado, quando o então presidente Juscelino Kubitschek, dentro do seu Plano de Metas, fixou em 1,5 milhão de toneladas a produção interna. O objetivo não foi alcançado e, em 1960, o país produziu apenas 370 mil toneladas de trigo.
Diante dessa tentativa frustrada, o Governo criou, em 1962, a Comissão de Compra do Trigo Nacional (CTRIN), que passou a comercializar toda a produção nacional, revendendo-a para os moinhos. O objetivo era proteger a produção nacional.
Monopólio - O marco na questão do trigo, contudo, conforme mostra o estudo, aconteceu durante o regime militar instaurado no país em 1964. Foi o decreto-lei 210, de 1967, que consolidou o monopólio estatal do trigo em grão – estabelecendo normas para comercialização, subsídios, industrialização e abastecimento -.
Tal modelo prevaleceu até a década de 90, quando o referido decreto-lei foi revogado, provocando abertura do mercado, modelo consolidado a partir da adoção do Plano Real, em 1994.
Fonte: Agrolink