Os problemas com a safra de trigo são semelhantes nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul: a falta de chuva, que nas últimas semanas tem atrapalhado e atrasado o desenvolvimento das lavouras tardias. É o que aponta o analista júnior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Fernando Pacheco.
De acordo com ele, o trigo que já foi colhido no norte do Paraná sofreu com as geadas de julho e estão perdendo rendimento, se comparado com a safra passada. “A notícia mais relevante no mercado nacional essa semana foi que o Brasil importou 656 mil toneladas de trigo no mês passado. Um aumento de 13,8% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Conab, principalmente o trigo de alta proteína para atender a demanda das farinhas especiais”, comenta Pacheco.
O Mercosul também aguarda o andamento da safra para gerar um volume de vendas, sendo que a situação do trigo no resto do bloco não é muito diferente da encontrada no Brasil. Notícias vindas da Argentina e do Paraguai mostram que o mercado está travado, esperando maiores volumes da colheita 2017.
Os primeiros números sobre a qualidade do trigo começam a sair, porém como os países vizinhos também enfrentaram problemas durante o plantio, boa parte da safra está atrasada e sujeita a intempéries. “A falta de chuva que ajuda a secar os campos alagados na Argentina também prejudica o desenvolvimento do trigo paraguaio”, explica a T&F.
Sem uma certeza da qualidade dos grãos colhidos nos dois países, os negócios têm sido escassos. Porém, o que se vê é o movimento natural da queda dos preços no período de colheita.
O agricultor paraguaio está aproveitando o clima favorável e colheu quase 56 mil hectares. Isso equivale a 15% da área total plantada de trigo para essa safra. Foi um grande avanço na semana. Em volume colhido já são 101.273 toneladas de trigo. A média de 1,81 toneladas por hectare está se mantendo e é a segunda mais baixa em 7 anos. Somente em 2013, a média foi menor quando a safra começou a ser colhida com 1,77 ton/ha e terminou com uma grande quebra chegando a 1,20 ton/ha.
“Porém, o que falta em quantidade não se tem perdido em qualidade. Com números médios de PH78, Falling Number de 260 e W entre 280 e 300 o grão paraguaio está dentro do padrão exigido pelas indústrias. Vale ressalvar que a semeadura no país vizinho foi, praticamente, feita em dois períodos”, observa Luiz Carlos Pacheco.
Uma área menor foi semeada logo no começo da safra, e uma boa parte foi plantada no limite do período devido às chuvas, o que colaborou para uma redução de quase 80 mil hectares na perspectiva inicial de plantio. As primeiras lavouras sofreram com as geadas, em julho, e as áreas tardias sofreram com longos períodos sem chuvas em agosto. Portanto, esses primeiros números são dessa primeira leva da safra 2017, podendo variar muito até o final da colheita.
Fonte: Agrolink
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