18
out
2013
Clima para trigo
As condições climáticas para o cultivo do trigo nem sempre são favoráveis, pois ocasionalmente, ocorrem chuvas intensas na colheita, causando a germinação dos grãos ainda na espiga (germinação pré-colheita). O período mais crítico acontece cerca de 20 dias antes da colheita, associado às altas temperaturas e trigo em fase de maturação na lavoura.
A germinação é um processo natural que objetiva o crescimento de uma nova planta que, no caso do trigo, pode ocorrer tanto com o grão no solo como na espiga. O processo inicia quando o grão seco, entrando na fase de maturação, absorve água, entrando em germinação. O problema da germinação na espiga é que o processo desencadeia uma série de atividades enzimáticas no trigo que vão afetar as propriedades funcionais da farinha e causar queda no rendimento de grãos da lavoura.
A colheita do trigo recém começou no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com atividades que devem se estender até o final de novembro nas regiões mais frias. As temperaturas elevadas dos últimos dias diminuíram a dormência dos grãos, que já estão em fase final de maturação em mais de 10% das lavouras (Emater/RS).
As previsões meteorológicas não indicam excesso de chuva neste mês, mas, na Região Sul, a primavera é historicamente chuvosa. Os prejuízos da germinação pré-colheita afetam tanto o produtor quanto a indústria, pois, além de diminuir o potencial de rendimento das lavouras, afeta o peso do hectolitro (PH) e a qualidade tecnológica do trigo.
As perdas no campo podem representar entre 30 a 50% da produção. Na indústria, a germinação pode ser diagnosticada em laboratório por meio do Número de Queda ou Falling Number que, quando registra valores inferiores a 200, indica a degradação das reservas de proteína e amido dos grãos. “Quando elaboramos produtos a partir de farinha com trigo germinado, o pão fica com volume reduzido, miolo compactado e com furos, casca escura e superfície partida, o bolo fica abatumado e deformado, a massa fica grudenta”, explica a pesquisadora da Embrapa Trigo, Eliana Guarienti.
Alternativas
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, João Leonardo Pires, ao contrário do que muitos pensam, a germinação na espiga não depende apenas de chuva na colheita, mas também de temperaturas elevadas, forma da espiga sem proteção à entrada de água, taxa de secagem dos grãos na lavoura, suscetibilidade da cultivar e estágio de maturação da cultura. “É preciso monitorar a lavoura quase diariamente nesta fase para colher o trigo assim que estiver pronto. O que acontece muitas vezes é que falta mão-de-obra e maquinário para fazer as operações de colheita com rapidez e segurança. O ponto ideal de umidade é de 15%, mas se a umidade está um pouco acima e está prevista chuva nos próximos dias, é indicado colher e fazer a secagem mecânica”, esclarece Pires.
A Embrapa Trigo está desenvolvendo um projeto que reúne 12 instituições e mais de 30 pesquisadores no tema “Manejo Integrado da Germinação Pré-colheita em Trigo no Brasil”. O projeto agrega diferentes abordagens, como genética, física, mecânica e química. Desta forma, estão em estudo a seleção de cultivares mais resistentes, novas estratégias de colheita e dessecação, uso de hormônios para acelerar a maturação, desenvolvimento de polímeros para proteger a espiga (espécie de filme aplicado na espiga), sistema de alerta de risco de germinação associado a previsões meteorológicas, avaliação econômica na relação custo/benefício das técnicas indicadas, entre outros. “Os resultados finais do projeto estão previstos para 2016, mas os primeiros resultados indicam que algumas práticas de manejo têm potencial para amenizar o problema quando associadas à tolerância genética”, conclui João Leonardo Pires.
Valor Nutritivo
Embora a germinação afete o rendimento e prejudique a qualidade tecnológica do trigo, quando o problema ocorre os grãos podem ser destinados para outros usos, já que, sob o ponto de vista nutricional, o trigo germinado apresenta algumas vantagens: o potencial nutritivo do grão está desenvolvido ao máximo, havendo liberação de enzimas que facilitam a absorção pelo organismo dos principais nutrientes do cereal; o trigo germinado possui teores de vitaminas, minerais e açúcares mais elevados, além de possuir melhor digestibilidade. “Na indústria, já estão sendo desenvolvidos produtos de valor agregado a partir de trigo germinado, como ingrediente para gomas de mascar, farinha para mingaus e produtos extrusados.
Também estão sendo realizados estudos sobre benefícios para a saúde, pois há hipótese de que o consumo do gérmen de trigo germinado possa fornecer antioxidantes para os tecidos e isso possa acentuar as respostas imunes e melhorar o estado lipídico em indivíduos com ou sem hipercolesterolemia”, esclarece a pesquisadora da Embrapa Trigo, Martha Z. de Miranda.
Assim, em condições adversas, a solução é sempre a busca de cultivares mais resistentes e outras novas estratégias, bem como fazer o manejo adequado da cultura, como quando houver previsão de chuva, sempre que possível fazer a colheita antecipada. Contudo, quando for inevitável que o trigo germine, podem ser buscados usos alternativos visando tirar proveito do efeito deletério sobre a qualidade.
A germinação é um processo natural que objetiva o crescimento de uma nova planta que, no caso do trigo, pode ocorrer tanto com o grão no solo como na espiga. O processo inicia quando o grão seco, entrando na fase de maturação, absorve água, entrando em germinação. O problema da germinação na espiga é que o processo desencadeia uma série de atividades enzimáticas no trigo que vão afetar as propriedades funcionais da farinha e causar queda no rendimento de grãos da lavoura.
A colheita do trigo recém começou no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com atividades que devem se estender até o final de novembro nas regiões mais frias. As temperaturas elevadas dos últimos dias diminuíram a dormência dos grãos, que já estão em fase final de maturação em mais de 10% das lavouras (Emater/RS).
As previsões meteorológicas não indicam excesso de chuva neste mês, mas, na Região Sul, a primavera é historicamente chuvosa. Os prejuízos da germinação pré-colheita afetam tanto o produtor quanto a indústria, pois, além de diminuir o potencial de rendimento das lavouras, afeta o peso do hectolitro (PH) e a qualidade tecnológica do trigo.
As perdas no campo podem representar entre 30 a 50% da produção. Na indústria, a germinação pode ser diagnosticada em laboratório por meio do Número de Queda ou Falling Number que, quando registra valores inferiores a 200, indica a degradação das reservas de proteína e amido dos grãos. “Quando elaboramos produtos a partir de farinha com trigo germinado, o pão fica com volume reduzido, miolo compactado e com furos, casca escura e superfície partida, o bolo fica abatumado e deformado, a massa fica grudenta”, explica a pesquisadora da Embrapa Trigo, Eliana Guarienti.
Alternativas
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, João Leonardo Pires, ao contrário do que muitos pensam, a germinação na espiga não depende apenas de chuva na colheita, mas também de temperaturas elevadas, forma da espiga sem proteção à entrada de água, taxa de secagem dos grãos na lavoura, suscetibilidade da cultivar e estágio de maturação da cultura. “É preciso monitorar a lavoura quase diariamente nesta fase para colher o trigo assim que estiver pronto. O que acontece muitas vezes é que falta mão-de-obra e maquinário para fazer as operações de colheita com rapidez e segurança. O ponto ideal de umidade é de 15%, mas se a umidade está um pouco acima e está prevista chuva nos próximos dias, é indicado colher e fazer a secagem mecânica”, esclarece Pires.
A Embrapa Trigo está desenvolvendo um projeto que reúne 12 instituições e mais de 30 pesquisadores no tema “Manejo Integrado da Germinação Pré-colheita em Trigo no Brasil”. O projeto agrega diferentes abordagens, como genética, física, mecânica e química. Desta forma, estão em estudo a seleção de cultivares mais resistentes, novas estratégias de colheita e dessecação, uso de hormônios para acelerar a maturação, desenvolvimento de polímeros para proteger a espiga (espécie de filme aplicado na espiga), sistema de alerta de risco de germinação associado a previsões meteorológicas, avaliação econômica na relação custo/benefício das técnicas indicadas, entre outros. “Os resultados finais do projeto estão previstos para 2016, mas os primeiros resultados indicam que algumas práticas de manejo têm potencial para amenizar o problema quando associadas à tolerância genética”, conclui João Leonardo Pires.
Valor Nutritivo
Embora a germinação afete o rendimento e prejudique a qualidade tecnológica do trigo, quando o problema ocorre os grãos podem ser destinados para outros usos, já que, sob o ponto de vista nutricional, o trigo germinado apresenta algumas vantagens: o potencial nutritivo do grão está desenvolvido ao máximo, havendo liberação de enzimas que facilitam a absorção pelo organismo dos principais nutrientes do cereal; o trigo germinado possui teores de vitaminas, minerais e açúcares mais elevados, além de possuir melhor digestibilidade. “Na indústria, já estão sendo desenvolvidos produtos de valor agregado a partir de trigo germinado, como ingrediente para gomas de mascar, farinha para mingaus e produtos extrusados.
Também estão sendo realizados estudos sobre benefícios para a saúde, pois há hipótese de que o consumo do gérmen de trigo germinado possa fornecer antioxidantes para os tecidos e isso possa acentuar as respostas imunes e melhorar o estado lipídico em indivíduos com ou sem hipercolesterolemia”, esclarece a pesquisadora da Embrapa Trigo, Martha Z. de Miranda.
Assim, em condições adversas, a solução é sempre a busca de cultivares mais resistentes e outras novas estratégias, bem como fazer o manejo adequado da cultura, como quando houver previsão de chuva, sempre que possível fazer a colheita antecipada. Contudo, quando for inevitável que o trigo germine, podem ser buscados usos alternativos visando tirar proveito do efeito deletério sobre a qualidade.
Fonte: Agrolink com informações de assessoria