06
abr
2010
Clima chuvoso represa soja no Paraná e agrava risco logístico
Preços baixos não favorecem exportação, mas movimento nas estradas chega perto de pico de 2008
Dois fatores estão represando soja no Paraná: as cotações cerca de 25% inferiores às de um ano atrás – o setor produtivo espera melhores preços para exportar – e as chuvas. O Porto de Paranaguá teve de parar os embarques de grãos durante metade do mês de março. O atraso não é maior pela falta de espaço nos armazéns do interior. Os silos e barracões estão carregados de milho, feijão e trigo, gargalo que pressiona as exportações e faz o movimento nas estradas seguir em linha crescente.
O mercado não prevê saltos nos preços, o que faria com que o escoamento fosse mais intenso, mas a administração portuária não descarta problemas logísticos. A produção recorde de soja e os embarques acumulados são um teste para o sistema que tem evitado filas de caminhões em Paranaguá desde 2004.
O Paraná produz nesta safra 4 milhões de toneladas de soja a mais que as 10 milhões da safra passada. Foi registrada fila no início da colheita, na primeira semana de fevereiro. Antes de entrar no pátio do porto, houve caminhões que esperaram mais de cinco horas num percurso 14 quilômetros. Desde então, o movimento é considerado pesado mas não problemático pelo porto e pelas concessionárias de rodovias.
A administração portuária afirma estar cumprido seu papel e alerta que a organização dos embarques também depende do setor produtivo. “O produtor precisa comercializar a colheita o mais rapidamente possível. Mas, se todos resolverem enviar seus caminhões sem qualquer planejamento ou cadastro online, o resultado será o congestionamento e o colapso da logística”, disse o chefe da Divisão de Silos dos portos de Antonina e Paranaguá, Luiz Antônio Borges da Silva.
Ele quer atenção ao sistema implantado para eliminar as filas. Todos os caminhões têm de ser cadastrados antes de seguirem a Paranaguá. Entram no pátio do porto com carga negociada e navio nomeado. “O Pátio de Triagem é utilizado como um pulmão e não como um armazém”, afirmou Silva. Quando chove, a orientação é para os caminhões permanecerem no interior.
Estradas
O movimento de veículos pesados nas rodovias do estado aumentou 17% em janeiro e fevereiro, na comparação com 2009, segundo os dados mais recentes das concessionárias. A circulação é praticamente a mesma de 2008, quando o Paraná colheu a maior safra de sua história, a ser superada no ciclo atual.
“Há um grande volume de grãos circulando nas rodovias, e isso deve durar até maio”, prevê Evandro Viana, superintendente da Ecovia, responsável pelo trecho de Curitiba a Paranaguá. Segundo ele, 5,5 mil caminhões estão descendo a Serra do Mar diariamente, número que deve atingir picos de 6,5 mil nas próximas semanas.
O movimento, em termos de peso, é mais impactante para o asfalto que os 40 mil carros de passeio que fazem o trecho às vésperas de feriados, segundo o coordenador de tráfego da Ecovia, Marcelo Belão. Um rodotrem carrega até 45 toneladas de grãos, pesando ao todo 74 toneladas distribuídas em nove eixos. Ele firma que houve planejamento de obras e sustenta que as pistas estão preparadas para o escoamento da soja.
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Dois fatores estão represando soja no Paraná: as cotações cerca de 25% inferiores às de um ano atrás – o setor produtivo espera melhores preços para exportar – e as chuvas. O Porto de Paranaguá teve de parar os embarques de grãos durante metade do mês de março. O atraso não é maior pela falta de espaço nos armazéns do interior. Os silos e barracões estão carregados de milho, feijão e trigo, gargalo que pressiona as exportações e faz o movimento nas estradas seguir em linha crescente.
O mercado não prevê saltos nos preços, o que faria com que o escoamento fosse mais intenso, mas a administração portuária não descarta problemas logísticos. A produção recorde de soja e os embarques acumulados são um teste para o sistema que tem evitado filas de caminhões em Paranaguá desde 2004.
O Paraná produz nesta safra 4 milhões de toneladas de soja a mais que as 10 milhões da safra passada. Foi registrada fila no início da colheita, na primeira semana de fevereiro. Antes de entrar no pátio do porto, houve caminhões que esperaram mais de cinco horas num percurso 14 quilômetros. Desde então, o movimento é considerado pesado mas não problemático pelo porto e pelas concessionárias de rodovias.
A administração portuária afirma estar cumprido seu papel e alerta que a organização dos embarques também depende do setor produtivo. “O produtor precisa comercializar a colheita o mais rapidamente possível. Mas, se todos resolverem enviar seus caminhões sem qualquer planejamento ou cadastro online, o resultado será o congestionamento e o colapso da logística”, disse o chefe da Divisão de Silos dos portos de Antonina e Paranaguá, Luiz Antônio Borges da Silva.
Ele quer atenção ao sistema implantado para eliminar as filas. Todos os caminhões têm de ser cadastrados antes de seguirem a Paranaguá. Entram no pátio do porto com carga negociada e navio nomeado. “O Pátio de Triagem é utilizado como um pulmão e não como um armazém”, afirmou Silva. Quando chove, a orientação é para os caminhões permanecerem no interior.
Estradas
O movimento de veículos pesados nas rodovias do estado aumentou 17% em janeiro e fevereiro, na comparação com 2009, segundo os dados mais recentes das concessionárias. A circulação é praticamente a mesma de 2008, quando o Paraná colheu a maior safra de sua história, a ser superada no ciclo atual.
“Há um grande volume de grãos circulando nas rodovias, e isso deve durar até maio”, prevê Evandro Viana, superintendente da Ecovia, responsável pelo trecho de Curitiba a Paranaguá. Segundo ele, 5,5 mil caminhões estão descendo a Serra do Mar diariamente, número que deve atingir picos de 6,5 mil nas próximas semanas.
O movimento, em termos de peso, é mais impactante para o asfalto que os 40 mil carros de passeio que fazem o trecho às vésperas de feriados, segundo o coordenador de tráfego da Ecovia, Marcelo Belão. Um rodotrem carrega até 45 toneladas de grãos, pesando ao todo 74 toneladas distribuídas em nove eixos. Ele firma que houve planejamento de obras e sustenta que as pistas estão preparadas para o escoamento da soja.