09
jul
2013
Clima castiga safra de inverno
Em ano de neutralidade climática, chuvas ficam até três vezes acima da média e comprometem potencial produtivo de milho e trigo
Igor Castanho
As chuvas acima da média que atingiram o Paraná no mês de junho afetaram as lavouras das duas principais culturas de inverno do estado. O clima limita o avanço das máquinas sobre as lavouras do milho safrinha (segunda safra), que estão prontas para serem colhidas. No caso do trigo, que entra na reta final de plantio, o maior risco é a vulnerabilidade a doenças. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) está fazendo um levantamento para apurar quebras de produtividade. Por enquanto, as maiores perdas são de qualidade dos grãos, mas há também casos em que lavouras foram dizimadas pelo clima no interior do estado.
O produtor José Roberto Brumatti, de Paraíso do Norte (Noroeste), foi um dos alvos das tempestades. Uma área de 250 alqueires (605 hectares) dedicada ao milho safrinha foi arrasada e ficou inundada, após o alagamento de um córrego. Ele estima que 80% da produção foram perdidos. “O prejuízo é grande. Fizemos o plantio com recursos próprios, e os insumos seriam pagos com parte da produção”, conta. O agricultor estima que os custos foram de R$ 4,8 mil por hectare, que deveriam render uma produtividade média de 90 sacas por hectare na área inundada.
Nos últimos 30 dias, as precipitações acumuladas foram de três a cinco vezes maiores que a média histórica do estado. “As regiões Noroeste e Sudoeste registraram os maiores volumes”, aponta o meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O índice de pluviosidade média no estado foi de 368 milímetros no mês, contra uma média que oscila entre 100 e 150 mm, conforme dados do Instituto Tecnológico Simepar.
Com o temporal, o milho safrinha teve de ficar mais tempo no campo, o que acabou causando problemas como a germinação de espigas já desenvolvidas e o aparecimento de grãos ardidos. “As perdas devem tirar parte do valor comercial do grão”, explica Emerson Nunes da Silva, coordenador de cultivos anuais da Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar). Nesta safra, os associados da cooperativa dedicaram 400 mil hectares ao milho no inverno.
Em maio, a Seab reduziu em 5% a previsão de produção para a segunda safra de milho. Agora, a estimativa aponta queda na qualidade.
Técnicos do órgão explicam que o tempo fechado reduz a luminosidade incidente sobre as plantas, agravando a situação.
Trigo
O excesso de chuvas também prejudica o trigo. Muitos produtores relataram não conseguir fazer a aplicação preventiva de defensivos, o que tende a facilitar a infestação de doenças. “Se a doença se instala o tratamento deixa de ser preventivo e se torna curativo, causando prejuízos”, avalia Silva.
O plantio do cereal, que está em fase final, também atrasou. Uma área de aproximadamente 137 mil hectares (15% do total) ainda não foi semeada, indica a Seab. Na comparação com o mesmo período de 2012 o atraso é de seis pontos porcentuais.
De acordo com Francisco Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Seab, o risco de perdas na qualidade das duas culturas “é iminente, mas ainda não pode ser mensurado”. Ele afirma que a chuva também dificultou o acesso dos técnicos ao campo, impedindo uma avaliação mais precisa sobre as perdas.
45 mil hectares é o tamanho do terreno cultivado com trigo que era considerado bom e caiu para médio, conforme levantamento da Seab.
45 mil hectares é o tamanho do terreno cultivado com trigo que era considerado bom e caiu para médio, conforme levantamento da Seab.
Igor Castanho
As chuvas acima da média que atingiram o Paraná no mês de junho afetaram as lavouras das duas principais culturas de inverno do estado. O clima limita o avanço das máquinas sobre as lavouras do milho safrinha (segunda safra), que estão prontas para serem colhidas. No caso do trigo, que entra na reta final de plantio, o maior risco é a vulnerabilidade a doenças. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) está fazendo um levantamento para apurar quebras de produtividade. Por enquanto, as maiores perdas são de qualidade dos grãos, mas há também casos em que lavouras foram dizimadas pelo clima no interior do estado.
O produtor José Roberto Brumatti, de Paraíso do Norte (Noroeste), foi um dos alvos das tempestades. Uma área de 250 alqueires (605 hectares) dedicada ao milho safrinha foi arrasada e ficou inundada, após o alagamento de um córrego. Ele estima que 80% da produção foram perdidos. “O prejuízo é grande. Fizemos o plantio com recursos próprios, e os insumos seriam pagos com parte da produção”, conta. O agricultor estima que os custos foram de R$ 4,8 mil por hectare, que deveriam render uma produtividade média de 90 sacas por hectare na área inundada.
Nos últimos 30 dias, as precipitações acumuladas foram de três a cinco vezes maiores que a média histórica do estado. “As regiões Noroeste e Sudoeste registraram os maiores volumes”, aponta o meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O índice de pluviosidade média no estado foi de 368 milímetros no mês, contra uma média que oscila entre 100 e 150 mm, conforme dados do Instituto Tecnológico Simepar.
Com o temporal, o milho safrinha teve de ficar mais tempo no campo, o que acabou causando problemas como a germinação de espigas já desenvolvidas e o aparecimento de grãos ardidos. “As perdas devem tirar parte do valor comercial do grão”, explica Emerson Nunes da Silva, coordenador de cultivos anuais da Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar). Nesta safra, os associados da cooperativa dedicaram 400 mil hectares ao milho no inverno.
Em maio, a Seab reduziu em 5% a previsão de produção para a segunda safra de milho. Agora, a estimativa aponta queda na qualidade.
Técnicos do órgão explicam que o tempo fechado reduz a luminosidade incidente sobre as plantas, agravando a situação.
Trigo
O excesso de chuvas também prejudica o trigo. Muitos produtores relataram não conseguir fazer a aplicação preventiva de defensivos, o que tende a facilitar a infestação de doenças. “Se a doença se instala o tratamento deixa de ser preventivo e se torna curativo, causando prejuízos”, avalia Silva.
O plantio do cereal, que está em fase final, também atrasou. Uma área de aproximadamente 137 mil hectares (15% do total) ainda não foi semeada, indica a Seab. Na comparação com o mesmo período de 2012 o atraso é de seis pontos porcentuais.
De acordo com Francisco Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Seab, o risco de perdas na qualidade das duas culturas “é iminente, mas ainda não pode ser mensurado”. Ele afirma que a chuva também dificultou o acesso dos técnicos ao campo, impedindo uma avaliação mais precisa sobre as perdas.
45 mil hectares é o tamanho do terreno cultivado com trigo que era considerado bom e caiu para médio, conforme levantamento da Seab.
45 mil hectares é o tamanho do terreno cultivado com trigo que era considerado bom e caiu para médio, conforme levantamento da Seab.
Fonte: Gazeta do Povo