Quanto menos argila, mais trabalho, mas solos arenosos podem estar na linha de frente em questão de produtividade. Experiências de fazendas da região que mais produz grãos no país, o Médio-Norte de Mato Grosso, reforçam nesta safra a indicação de que é possível mitigar os impactos dos problemas climáticos.
Não há receita única, mas conhecer as deficiências de cada talhão é essencial. Informações valiosas surgem dos índices de produtividade de safras anteriores. A correção e a fertilização de cada área é lenta e pode levar anos, aponta Leandro Ferreira, coordenador de uma equipe técnica que acompanha 24,6 mil hectares em Nova Mutum.
A diferença entre áreas já trabalhadas e áreas ainda com problemas chega a 10 sacas por hectare em anos de veranicos, aponta, considerando solos com teores de argila de 10% a 18% . As expansão da agricultura vem ocorrendo predominantemente em áreas arenosas em Mato Grosso.
A construção da fertilidade exige conhecimento técnico de longo prazo e investimento, mas mostra-se essencial para que a média de produtividade brasileira seja elevada, aponta o agrônomo e pesquisador Luiz Tadeu Jordão, que acompanha a Expedição Safra em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Ele considera que a média mato-grossense custa a ultrapassar 52 sacas por hectare porque muitas áreas ainda precisam de tratamento.
O produtor Elso Pozzobon, de Vera, conta que conseguiu ultrapassar a média de 60 sacas por hectare de soja nos últimos três anos com adubação e cuidados como cultivo de cobertura de inverno. Com produtividade elevada, investiu em armazenagem e calcular estar arrecadando R$ 1 a mais por saca na escolha da melhor época para venda da produção.
Fonte: Gazeta do Povo
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