13
nov
2009
Chuvas podem favorecer o desenvolvimento de doenças de soja no Sul do Brasil
A previsão de chuvas acima da média para a próxima safra 2009/10 é muito bem-vinda para as culturas de verão, e são esperados altos rendimentos de grãos. Porém, existem doenças de soja que são favorecidas por alta umidade, como consequência do efeito do fenômeno El Niño, previsto para atuar nesta safra, principalmente nos estados do Sul e do Sudeste do Brasil. Em outubro, O NOAA, órgão oficial dos Estados Unidos responsável pelo centro de previsão climática norte-americano, previu a permanência do fenômeno neste verão, com intensidade moderada a forte, trazendo chuvas acima da média no verão no sul do país. O que se pode fazer para minimizar os impactos de doenças de soja na produção, em safras chuvosas?

A cultura da soja é suscetível a uma série de doenças, e cada fase da cultura tem suas doenças características. Na emergência, o excesso de umidade pode levar ao apodrecimento de sementes e ao tombamento de plântulas, causado, na maioria das vezes, por podridão radicular de fitóftora e, mais raramente, por tombamento por rizoctonia. Estas doenças ocasionam redução de estande inicial e replantios podem ser necessários. Nos dois casos, o tratamento de sementes com fungicidas é indicado e protege as plantas até, aproximadamente, 15 dias após a semeadura. Após este período, é mais difícil de ocorrerem problemas com rizoctonia, mas a fitóftora pode voltar a aparecer em cultivares suscetíveis, durante todo o ciclo da cultura. Nos dois casos, solo compactado favorece o desenvolvimento das doenças.

Além destas doenças, na fase vegetativa da cultura, o excesso de chuvas pode provocar maior severidade de septoriose, ou mancha parda, em folhas inferiores, e infecções precoces de cancro nas hastes. A septoriose, nesta fase, causa a queda de folhas inferiores da planta, mas, normalmente, fica restrita ao terço inferior do dossel. Já o cancro, penetrando nas plantas nesta fase, pode causar a morte das mesmas já a partir do florescimento, trazendo grandes prejuízos. Nos dois casos, rotação de culturas e tratamento de sementes são medidas que evitam a entrada da doença na área e reduzem sua quantidade, para os próximos anos. Até o momento, não há variedades resistentes, a não ser para o cancro da haste causado pela variedade meridionalis.

A partir do florescimento, os anos chuvosos podem trazer problemas como a podridão vermelha da raiz e a temida ferrugem. Para ferrugem, ainda não há variedades resistentes lançadas para cultivo na região Sul do Brasil, mas o controle é eficiente com fungicidas, desde que aplicados no início do aparecimento dos sintomas ou preventivamente, e reaplicados de acordo com a reaparecimento da doença. Produtos formulados com mistura de estrobilurina e de triazol têm mostrado maior eficiência e, em aplicações sequenciais, deve-se evitar o uso dos mesmos princípios ativos. Já o controle da podridão vermelha da raiz é mais difícil. Nenhuma medida de controle isolada tem conseguido bons resultados. Indica-se a semeadura quando o solo estiver mais aquecido, além de descompactado.

No final do ciclo, as chuvas frequentes podem favorecer o complexo de doenças foliares de final de ciclo, para o qual, também, não há cultivares resistentes, mas que são controladas concomitantemente com as aplicações para ferrugem.

Assim, algumas medidas de controle devem ser tomadas antes mesmo da semeadura, enquanto outras podem ser usadas durante o ciclo da cultura. Consulte sempre um agrônomo para obter indicações técnicas sobre fungicidas, cultivares resistentes e técnicas de manejo cultural para o controle de doenças de soja. As infromações são da Embrapa Trigo.
Fonte:A previsão de chuvas acima da média para a próxima safra 2009/10 é muito bem-vinda para as culturas de verão, e são esperados altos rendimentos de grãos. Porém, existem doenças de soja que são favorecidas por alta umidade, como consequência do efeito do fenômeno El Niño, previsto para atuar nesta safra, principalmente nos estados do Sul e do Sudeste do Brasil. Em outubro, O NOAA, órgão oficial dos Estados Unidos responsável pelo centro de previsão climática norte-americano, previu a permanência do fenômeno neste verão, com intensidade moderada a forte, trazendo chuvas acima da média no verão no sul do país. O que se pode fazer para minimizar os impactos de doenças de soja na produção, em safras chuvosas?

A cultura da soja é suscetível a uma série de doenças, e cada fase da cultura tem suas doenças características. Na emergência, o excesso de umidade pode levar ao apodrecimento de sementes e ao tombamento de plântulas, causado, na maioria das vezes, por podridão radicular de fitóftora e, mais raramente, por tombamento por rizoctonia. Estas doenças ocasionam redução de estande inicial e replantios podem ser necessários. Nos dois casos, o tratamento de sementes com fungicidas é indicado e protege as plantas até, aproximadamente, 15 dias após a semeadura. Após este período, é mais difícil de ocorrerem problemas com rizoctonia, mas a fitóftora pode voltar a aparecer em cultivares suscetíveis, durante todo o ciclo da cultura. Nos dois casos, solo compactado favorece o desenvolvimento das doenças.

Além destas doenças, na fase vegetativa da cultura, o excesso de chuvas pode provocar maior severidade de septoriose, ou mancha parda, em folhas inferiores, e infecções precoces de cancro nas hastes. A septoriose, nesta fase, causa a queda de folhas inferiores da planta, mas, normalmente, fica restrita ao terço inferior do dossel. Já o cancro, penetrando nas plantas nesta fase, pode causar a morte das mesmas já a partir do florescimento, trazendo grandes prejuízos. Nos dois casos, rotação de culturas e tratamento de sementes são medidas que evitam a entrada da doença na área e reduzem sua quantidade, para os próximos anos. Até o momento, não há variedades resistentes, a não ser para o cancro da haste causado pela variedade meridionalis.

A partir do florescimento, os anos chuvosos podem trazer problemas como a podridão vermelha da raiz e a temida ferrugem. Para ferrugem, ainda não há variedades resistentes lançadas para cultivo na região Sul do Brasil, mas o controle é eficiente com fungicidas, desde que aplicados no início do aparecimento dos sintomas ou preventivamente, e reaplicados de acordo com a reaparecimento da doença. Produtos formulados com mistura de estrobilurina e de triazol têm mostrado maior eficiência e, em aplicações sequenciais, deve-se evitar o uso dos mesmos princípios ativos. Já o controle da podridão vermelha da raiz é mais difícil. Nenhuma medida de controle isolada tem conseguido bons resultados. Indica-se a semeadura quando o solo estiver mais aquecido, além de descompactado.

No final do ciclo, as chuvas frequentes podem favorecer o complexo de doenças foliares de final de ciclo, para o qual, também, não há cultivares resistentes, mas que são controladas concomitantemente com as aplicações para ferrugem.

Assim, algumas medidas de controle devem ser tomadas antes mesmo da semeadura, enquanto outras podem ser usadas durante o ciclo da cultura. Consulte sempre um agrônomo para obter indicações técnicas sobre fungicidas, cultivares resistentes e técnicas de manejo cultural para o controle de doenças de soja. As infromações são da Embrapa Trigo.
Fonte: Agrolink - Por Leila Maria Costamilan (Embrapa Trigo) e Cláudia Vieira Godoy (Embrapa Soja)
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