Após a passagem da última frente fria, associada ao Ciclone Yakecan - que levou algumas instabilidades, frio e geadas para o cerrado do país - o tempo prevaleceu seco desde então. Isso acontece devido à uma característica típica da época do ano, que após o avanço de uma frente fria, temos o estabelecimento de uma área de alta pressão sobre grande parte da parcela central do continente. E essa alta pressão, impede a formação das nuvens carregadas e garante o tempo seco nesta região.
Apesar das chuvas pontuais, no decorrer dos últimos dias, a quantidade de umidade no solo continua baixa, como podemos ver no mapa abaixo.
As áreas em vermelho e amarelo são as regiões que contêm a menor quantidade de água disponível no solo. E que vem afetando as lavouras de milho safrinha, feijão, trigo no cerrado, dentre outras.
Estas áreas são evidenciadas também pelas regiões que tiveram registro de poucas chuvas no decorrer dos últimos 15 dias. Há regiões da metade norte do centro-oeste, MATOPIBA e norte do sudeste que registraram volumes inferiores aos 20 mm no período.
Mas vale ressaltar que, é esperado nesta época do ano uma diminuição dos volumes de chuva na região mais central do país. Justamente devido à atuação das massas de ar mais seco, após o avanço de uma frente fria, e também devido à atuação do sistema de alta pressão típico da época do ano.
Entretanto, mesmo com os baixos volumes registrados, em algumas localidades essas chuvas foram o suficiente para manter o padrão acima da média para o período dos últimos 15 dias. Este padrão é notado no sul do Mato Grosso do Sul, Triângulo e oeste Mineiro e na faixa norte do país. Diga-se de passagem que, as chuvas mais frequentes e abundantes na faixa norte, pode ser entendida como um reflexo do fenômeno La Niña que persiste ao longo dos próximos meses
Porém é notável que na região sul, e nas áreas produtoras do Pará e Mato Grosso, o padrão de chuvas segue abaixo do esperado para os últimos 15 dias.
Previsão para os próximos 10 dias.
E no decorrer dos próximos 10 dias, há condições para mudanças no padrão das chuvas, porém restrito à região sul do Brasil. A tendência é de que uma nova frente fria se desenvolva na região sul do país, a partir de uma nova área de baixa pressão. Durante o desenvolvimento deste novo sistema de chuvas, as instabilidades podem gerar acumulados significativos na região sul, com regiões registrando marcas superiores aos 120 mm no oeste do Rio Grande do Sul, de acordo com a projeção do centro Canadense.
As instabilidades também continuam bastante presentes sobre a região norte, faixa norte e leste da região nordeste. Isso devido à atuação do corredor de umidade conhecido como Zona de Convergência Intertropical na faixa norte do país. E os distúrbios de leste, levando instabilidades do oceano para a costa leste do nordeste.
As perspectivas de diversos centros de previsão concordam em indicar baixos volumes de chuvas na região central do país. Este padrão já indica uma característica típica do inverno, onde são esperados baixos volumes de chuvas até pelo menos a entrada da primavera.
Fonte: Agrolink
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