Perdas no potencial produtivo das lavouras de soja vêm ocorrendo em todas as principais regiões produtoras do Brasil por causa da grande variação no regime de chuvas, mas as quebras são pontuais e nas médias dos Estados não passam de 5 por cento, disse a Somar Meteorologia.
"De certa forma, as condições das lavouras são muito boas", disse a empresa especializada em previsões climáticas, em boletim.
A ausência de chuvas generalizadas e em grandes volumes mantém os solos em níveis abaixo de 70 por cento de umidade, "causando déficit hídrico em diversas lavouras de soja, desde o Rio Grande do Sul até o Piauí e Maranhão".
Enquanto a maioria das consultorias brasileiras tem elevado mensalmente suas projeções para a safra, a AgRural reduziu sua estimativa em 600 mil toneladas na segunda-feira, para 88,8 milhões de toneladas, devido a perdas de produtividade em algumas áreas produtoras.
A consultoria citou a irregularidade de chuvas e um período de estiagem em dezembro, afetando principalmente o Mato Grosso do Sul e Goiás, mesmas regiões mencionadas como de maior atenção pela Céleres e Agroconsult em avaliações recentes.
COLHEITA
Por outro lado, a alternância de clima seco com chuvoso cria janelas em que as máquinas conseguem entrar nas lavouras, favorecendo o andamento da colheita, que avança principalmente no Mato Grosso e no Paraná, disse a Somar.
Em Mato Grosso, principal Estado produtor, 4,2 por cento da área já foram colhidos, segundo levantamento mais recente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
"Apesar de as chuvas continuarem atingindo grande parte do Estado, os registros de prejuízo com a precipitação nas atividades de colheita são bem pequenos", disse o Imea.
No Paraná, há relatos de colheita e de chuvas recentes que normalizaram as condições de muitas lavouras.
"Final de semana com tempo bom... com solo bastante úmido e boa condição para um bom desenvolvimento das culturas de verão, já dando condições de prosseguimento da colheita que estava temporariamente parada", disse o técnico da Secretaria Estadual de Agricultura na região de Campo Mourão, Luiz J. Coelho.
PERSPECTIVAS
O regime de chuvas deve continuar irregular até o fim da safra, disse a Somar.
"Essas chuvas estarão sobre uma determinada região e em outro momento em outra, causando assim estresse hídrico e térmico, podendo, dependendo da fase fenológica da planta, causar menor ou maior dano."
Para esta semana, por exemplo, as precipitações estarão mais concentradas sobre a faixa centro-norte do Brasil, com maiores volumes no noroeste e norte do Mato Grosso, sul do Pará e Tocantins.
Já na região Sul, em São Paulo e no sul do Mato Grosso do Sul, o inicio da semana será de ausência de chuvas e temperaturas acima da média, disse a Somar.
O Imea alertou que as chuvas podem atrapalhar a colheita em Mato Grosso daqui para a frente.
"As atividades no campo devem se intensificar em fevereiro, todavia, as expectativas climáticas não são muito animadoras, visto que os índices pluviométricos são elevados, podendo atrapalhar o andamento dos trabalhos."
Fonte: Reuters
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