29
fev
2012
Chuva recente limita perdas de soja no sul do Paraná
PONTA GROSSA, Paraná (Reuters) - A chuva que atingiu nas últimas semanas os Campos Gerais, área que inclui 26 municípios no sul do Paraná, deverá ajudar a amenizar parte das perdas provocadas pela estiagem nas lavouras de soja, disseram produtores da região.
Mesmo assim, os agricultores estimam uma quebra entre 10 e 15 por cento da safra na região que é uma das principais produtoras de grãos no Estado, disse o presidente do Sindicato Rural dos Campos Gerais.
O Paraná, segundo produtor de soja do Brasil atrás de Mato Grosso, sofreu com uma severa seca desde dezembro. O Estado tinha potencial para colher mais de 14 milhões de toneladas de soja, mas os últimos números da Secretaria de Agricultura apontam que a colheita ficará abaixo de 11 milhões de toneladas, contra um recorde acima de 15 milhões na safra passada.
"O maior percentual de soja foi plantado a partir de novembro e sentiu menos o efeito da estiagem... as chuvas das últimas três semanas ajudam a recuperar a soja, mas o milho sentiu mais", afirmou à Reuters o presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, Adilson Ferreira Berger, durante evento do Rally da Safra, expedição técnica que realiza levantamentos sobre o tamanho da produção.
A região mais ao sul do Estado planta a soja mais tarde, e a chuva das últimas semanas está ajudando a recuperar as lavouras dos Campos Gerais, disse Berger, ressaltando que as precipitações ocorreram justamente no importante período de enchimento dos grãos.
O produtor avaliou ainda que a situação dos Campos Gerais está bem melhor do que no oeste e sudoeste do Estado.
"Lá o prejuízo foi tremendo... Há áreas que não compensava nem colher porque a soja não produziu", afirmou.
Depois da produtividade recorde registrada no ano passado, os produtores paranaenses já se preparam para um ano de menores rendimentos.
Estimativa da Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, indica que a produtividade média em 2011 foi de 3.115 kg por hectare, contra uma tendência histórica de 3.000 kg por hectare.
"Foi um resultado excepcional (no ano passado), mas hoje com as perdas da estiagem, já trabalhamos com 2.790 kg, cerca de 8 por cento abaixo da linha de tendência", disse o analista da consultoria André Debastiani, em evento na noite passada que reuniu os produtores em Ponta Grossa.
Produtor do município de Ipiranga, que cultivou 1.500 hectares apenas com soja na atual temporada, Rubens Selski concorda que a situação para a oleaginosa ainda pode melhorar na região dos Campos Gerais.
"Visualmente as lavouras tiveram crescimento inferior, mas podem se recuperar", disse ele, acrescentando ainda acreditar que a produtividade deste ano ainda deve compensar financeiramente, mesmo com a redução ante o ano passado.
Mesmo assim, os agricultores estimam uma quebra entre 10 e 15 por cento da safra na região que é uma das principais produtoras de grãos no Estado, disse o presidente do Sindicato Rural dos Campos Gerais.
O Paraná, segundo produtor de soja do Brasil atrás de Mato Grosso, sofreu com uma severa seca desde dezembro. O Estado tinha potencial para colher mais de 14 milhões de toneladas de soja, mas os últimos números da Secretaria de Agricultura apontam que a colheita ficará abaixo de 11 milhões de toneladas, contra um recorde acima de 15 milhões na safra passada.
"O maior percentual de soja foi plantado a partir de novembro e sentiu menos o efeito da estiagem... as chuvas das últimas três semanas ajudam a recuperar a soja, mas o milho sentiu mais", afirmou à Reuters o presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, Adilson Ferreira Berger, durante evento do Rally da Safra, expedição técnica que realiza levantamentos sobre o tamanho da produção.
A região mais ao sul do Estado planta a soja mais tarde, e a chuva das últimas semanas está ajudando a recuperar as lavouras dos Campos Gerais, disse Berger, ressaltando que as precipitações ocorreram justamente no importante período de enchimento dos grãos.
O produtor avaliou ainda que a situação dos Campos Gerais está bem melhor do que no oeste e sudoeste do Estado.
"Lá o prejuízo foi tremendo... Há áreas que não compensava nem colher porque a soja não produziu", afirmou.
Depois da produtividade recorde registrada no ano passado, os produtores paranaenses já se preparam para um ano de menores rendimentos.
Estimativa da Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, indica que a produtividade média em 2011 foi de 3.115 kg por hectare, contra uma tendência histórica de 3.000 kg por hectare.
"Foi um resultado excepcional (no ano passado), mas hoje com as perdas da estiagem, já trabalhamos com 2.790 kg, cerca de 8 por cento abaixo da linha de tendência", disse o analista da consultoria André Debastiani, em evento na noite passada que reuniu os produtores em Ponta Grossa.
Produtor do município de Ipiranga, que cultivou 1.500 hectares apenas com soja na atual temporada, Rubens Selski concorda que a situação para a oleaginosa ainda pode melhorar na região dos Campos Gerais.
"Visualmente as lavouras tiveram crescimento inferior, mas podem se recuperar", disse ele, acrescentando ainda acreditar que a produtividade deste ano ainda deve compensar financeiramente, mesmo com a redução ante o ano passado.
PERDAS MAIORES NO MILHO E CAUTELA PARA INVESTIR
A produção de milho na região dos Campos Gerais do Paraná, importante produtora do cereal no verão, sofreu mais do que a soja, disseram produtores, uma vez que o grão foi plantado mais cedo em relação à oleaginosa e não recebeu chuvas em períodos importantes do desenvolvimento em algumas áreas.
Para o milho verão, o sindicato prevê perdas entre 20 e 30 por cento, disse Berger, evitando citar volumes -a região próxima a Ponta Grossa não cultiva a segunda safra do cereal, por conta do alto risco de geadas no sul do Estado.
Diante de constatação de perdas, mesmo considerando que na soja a região dos Campos Gerais sofreu menos que o restante do Estado, o produtor está cauteloso para realizar investimentos.
"O pequeno e o médio produtor sentem mais a quebra. Ela repercute na economia regional e do Estado... No Show Rural (feira agrícola), a comercialização já não foi tão boa como no ano passado", disse Berger, o presidente do sindicato.
O diretor comercial da revendedora de máquinas agrícolas Case IH, Sérgio Valentim, disse que entre os produtores da região mais prejudicada, o sudoeste do Estado, houve uma certa apreensão.
Ele ressaltou que o Show Rural Coopavel é um termômetro para o Sul do Brasil. "No ano passado era uma situação diferente. Desta vez tinha um pouco de desânimo, do pessoal do oeste, se notava no semblante", afirmou Valentim, embora tenha ressaltado que na sua área de atuação, nos Campos Gerais, a procura por maquinário foi mantida.
A engenheira agrônoma Lisiane Rocha Czech, de Teixeira Soares, conta que muitos produtores da região estão cautelosos, especialmente, porque estiveram no Rio Grande do Sul e viram a situação da agricultura por lá.
"Esta região tem muita influência do Rio Grande do Sul, muitos produtores têm vínculos no Estado, passaram lá e voltaram assustados", disse Lisiane. "Antes chegavamos perto da safra e tirando pedidos adoidado (para compra de máquinas)... este ano está mais lento", concluiu a agrônoma, que também participou do evento realizado pelo Rally da Safra em Ponta Grossa.
Nessa terça-feira, a equipe 4 do Rally da Safra segue para Guarapuava, região central do Estado. Até o dia 22 de março, as equipes que participam da expedição às áreas agrícolas de 13 Estados brasileiros mais o Distrito Federal deverão percorrer mais de 60 mil quilômetros. Uma nova estimativa de safra deve ser divulgada ao final da expedição.
A Agroconsult reduziu recentemente a sua previsão de safra de soja do Brasil para 69,9 milhões de toneladas, ante um recorde de mais de 75 milhões na temporada passada.