06
out
2014
Chuva prejudica colheita do trigo no Paraná
Excesso de umidade aumenta os custos de produção e pode reduzir a produtividade do cereal nesta safra
As chuvas que têm atingido todo o Estado trouxe alívio para parte da população paranaense depois de um longo tempo de estiagem. Mas, para os produtores que plantaram trigo nesta segunda safra as chuvas das últimas duas semanas têm sido motivo de preocupação. O problema é que o excesso de umidade tem favorecido o aparecimento de doenças e provocado a perda na qualidade dos grãos.
Até a semana passada, o Estado havia colhido 47% da área plantada, valor 4% inferior em relação à média histórica para o período, que é de 50%. Hugo Godinho, agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), afirma que quem está em pleno processo de colheita teve a qualidade do grão prejudicada devido ao excesso de umidade.
O agrônomo afirma que o agricultor está sentindo no bolso essa virada do clima das últimas semanas. Ele explica que os custos de produção têm aumentado porque a alta umidade favoreceu a proliferação de doenças no trigo, principalmente a brusone e a giberela. Além disso, Godinho salienta que houve um aumento nos gastos com energia para secagem de grãos. Tudo isso, avalia ele, pode comprometer a renda do agricultor.
"No caso da giberela e da brusone, o controle químico nem sempre é eficaz, o que pode acarretar em uma perda na produtividade", lamenta o agrônomo. Outro fator que contribui para reduzir os índices de produtividade é a brotação das espigas com o excesso de umidade, que também pressiona para baixo os índices de produção.
Devido à circunstância atual, Godinho avalia que o índice de produtividade calculado pelo Deral em 2.952 quilos por hectare na semana passada poderá ser revisto na próxima atualização da safra que ocorrerá na próxima semana. "Agora não há muito o que fazer senão aproveitar o tempo bom para continuar a colheita", sintetiza.
O agrônomo completa que as chuvas eram esperadas, mas não de forma tão prolongada como ocorreu. Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar, lembra que a partir do dia 24 de setembro choveu 10 dias seguidos em quase todo o Estado. Segundo ele, em menos de 10 dias choveu em torno de 200 milímetros nas regiões Oeste, Sudoeste, Centro e Sul do Estado, principais polos de produção de trigo do Paraná.
A partir da próxima semana, Kneib aponta que as precipitações darão uma trégua no Estado, dando a oportunidade dos produtores intensificarem a colheita. Quem sentiu na pele os incômodos da chuva nesse período de colheita foi Henrique Spilka, produtor na região de Mamborê (Norte). Na área de produção dele, o excesso de umidade favoreceu o aparecimento de brusone. Em uma plantação de 24 hectares, ele espera colher 25 sacas por hectare.
Produção
De acordo com dados do Deral, o Estado estima na safra 2013/14 uma produção de 3,99 milhões de toneladas de trigo, 112% a mais se comparado ao ciclo anterior. Em área, o Estado semeou nesta temporada 1,35 milhão de hectares com o cereal, 35% a mais em relação ao ciclo 2012/13.
Ricardo Maia
As chuvas que têm atingido todo o Estado trouxe alívio para parte da população paranaense depois de um longo tempo de estiagem. Mas, para os produtores que plantaram trigo nesta segunda safra as chuvas das últimas duas semanas têm sido motivo de preocupação. O problema é que o excesso de umidade tem favorecido o aparecimento de doenças e provocado a perda na qualidade dos grãos.
Até a semana passada, o Estado havia colhido 47% da área plantada, valor 4% inferior em relação à média histórica para o período, que é de 50%. Hugo Godinho, agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), afirma que quem está em pleno processo de colheita teve a qualidade do grão prejudicada devido ao excesso de umidade.
O agrônomo afirma que o agricultor está sentindo no bolso essa virada do clima das últimas semanas. Ele explica que os custos de produção têm aumentado porque a alta umidade favoreceu a proliferação de doenças no trigo, principalmente a brusone e a giberela. Além disso, Godinho salienta que houve um aumento nos gastos com energia para secagem de grãos. Tudo isso, avalia ele, pode comprometer a renda do agricultor.
"No caso da giberela e da brusone, o controle químico nem sempre é eficaz, o que pode acarretar em uma perda na produtividade", lamenta o agrônomo. Outro fator que contribui para reduzir os índices de produtividade é a brotação das espigas com o excesso de umidade, que também pressiona para baixo os índices de produção.
Devido à circunstância atual, Godinho avalia que o índice de produtividade calculado pelo Deral em 2.952 quilos por hectare na semana passada poderá ser revisto na próxima atualização da safra que ocorrerá na próxima semana. "Agora não há muito o que fazer senão aproveitar o tempo bom para continuar a colheita", sintetiza.
O agrônomo completa que as chuvas eram esperadas, mas não de forma tão prolongada como ocorreu. Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar, lembra que a partir do dia 24 de setembro choveu 10 dias seguidos em quase todo o Estado. Segundo ele, em menos de 10 dias choveu em torno de 200 milímetros nas regiões Oeste, Sudoeste, Centro e Sul do Estado, principais polos de produção de trigo do Paraná.
A partir da próxima semana, Kneib aponta que as precipitações darão uma trégua no Estado, dando a oportunidade dos produtores intensificarem a colheita. Quem sentiu na pele os incômodos da chuva nesse período de colheita foi Henrique Spilka, produtor na região de Mamborê (Norte). Na área de produção dele, o excesso de umidade favoreceu o aparecimento de brusone. Em uma plantação de 24 hectares, ele espera colher 25 sacas por hectare.
Produção
De acordo com dados do Deral, o Estado estima na safra 2013/14 uma produção de 3,99 milhões de toneladas de trigo, 112% a mais se comparado ao ciclo anterior. Em área, o Estado semeou nesta temporada 1,35 milhão de hectares com o cereal, 35% a mais em relação ao ciclo 2012/13.
Ricardo Maia
Fonte: Folha Web