23
fev
2012
Chuva paralisa colheita da soja e plantio de milho na região de Maringá
Luiz de Carvalho

As chuvas que atingem todo o noroeste paranaense desde domingo paralisaram a colheita da soja e impedem a sequência do plantio do milho safrinha. Até ontem, pouco mais de 5% da soja da região haviam sido retirados do campo e sem a saída do grão o safrinha não pode ser semeado.

Em todo o Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apenas 1% dos 4,5 milhões de hectares plantados com soja foram colhidos e há risco de perdas porque praticamente um terço da cultura já chegou ao ponto de maturação. O excesso de chuvas no período ideal para a colheita pode provocar perda de peso dos grãos e aumentar o índice de acidez, além de afetar a qualidade da proteína.

O relatório mais recente do Deral para as trinta cidades da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), divulgado na sexta-feira passada, apontava que a colheita da soja estava em torno de 5% na região, mas as colheitadeiras puderam trabalhar até domingo à tarde.

"Os produtores que plantaram variedades precoces já haviam feito a colheita no início do mês, mas a quantidade é pequena diante das variedades mais resistentes, que chegam ao ponto de colheita agora", disse o economista do Deral, William Arc Meneghel. Segundo ele, na maioria das áreas dentro da área de abrangência do Núcleo Regional da Seab a colheita praticamente não foi iniciada.

Na região de Astorga (a cinquenta quilômetros de Maringá), por exemplo, atendida pela Cooperativa Nova Produtiva, a colheita começou na fazenda do produtor Sérgio Colachinski, no município de Pitangueiras (a 62 quilômetros de Maringá), mas se resumiu ao sábado e parte da manhã de domingo, não chegando a 1% da soja da região. O município que mais colheu até agora foi Itambé (a 42 quilômetros de Maringá), onde também havia maior área destinada a variedades precoces, que começaram a ser retiradas da lavoura na segunda semana de fevereiro.


Milho

Além da soja, o milho continua praticamente todo no campo. O relatório do Deral fechado sexta-feira mostrou que os produtores conseguiram colher apenas 10% do milho da safra de verão e enquanto não retirar o produto não pode plantar a safra de inverno.

Em Floresta (a trinta quilômetros de Maringá), onde geralmente começa o plantio e a colheita, a retirada da soja está parada, assim como o plantio do milho safrinha. O pouco milho plantado até agora se resume às áreas onde foi colhido um pouco do milho da safra de verão e a soja precoce.

Em toda a região, o milho plantado até ontem não chega a 2% de toda a área que está destinada a esse grão na safra de inverno e os agricultores que pretendiam plantar mais cedo para escaparem das possíveis geadas e seca que geralmente ocorrem volta de agosto e setembro, já sentiram que vão atrasar o plantio e ficar à mercê dos humores do clima.

Segundo o agrônomo Frederico João Altrão, gerente da unidade da Cocamar em Floresta, "quando foi colhida a soja precoce e o milho de verão, na primeira quinzena, o solo estava seco demais para plantar o milho safrinha".


Mais precipitação

As chuvas que atingem o Paraná desde domingo devem continuar hoje na maior parte do Estado, segundo o Instituto Simepar, inclusive na região de Maringá. A instabilidade deve-se à passagem de uma frente fria sobre o oceano, próximo ao litoral do Paraná. Em algumas áreas há potencial para temporais, principalmente ventos fortes.

Até ontem a tarde pelo menos quatro árvores da arborização urbana de Maringá haviam caído. Uma delas atingiu uma casa na Rua Clóvis Bevilácqua, na Zona 4, danificando telhas e o portão. Outras duas quedas, segundo o Corpo de Bombeiros, foram nas avenidas Laguna e Doutor Mário Clapier Urbanati. Na Avenida Nóbrega, dois veículos foram atingidos por uma árvore que ficava dentro do Bosque dos Pioneiros.

Fonte: O Diário de Maringá
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