13
nov
2013
Chuva garante fase final do plantio no Sul
José Rocher, enviado especial

O plantio de soja e milho vem sendo encerrado nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, e as chuvas que chegaram no fim de semana no Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem garantir umidade para a conclusão dos trabalhos em toda a Região Sul. A Expedição Safra Gazeta do Povo percorreu os três estados sulistas nas duas últimas semanas e não ouviu reclamações sobre clima seco, numa temporada em que a neutralidade representa ameaça de irregularidade nas precipitações.

Entre 30 e 50 milímetros vêm sendo registrados em regiões como a de Campos Novos (SC), que enfrentava o segundo veranico do cliclo 2012/13 nesta época do ano passado. Entre novembro e dezembro de 2012, uma terceira estiagem reduziu a produtividade em 25% entre os cooperados da Coopercampos, relata o agrônomo Marcelo Capelari. As lavouras ficaram mais da metade do ciclo sem água e renderam 2,7 mil quilos por hectare. Neste ano, a expectativa é que rendam 3,6 mil kg/ha.

“Praticamente todo o milho já foi plantado e a soja está em 40%, mas já podemos afirmar que a lavoura está se estabelecendo bem melhor do que no ano passado”, disse Capelari. A cooperativa abrange, neste ano, área de 50,5 mil hectares de soja e 10,5 mil hectares de milho.

O clima mais regular em Santa Catarina, estado exportador de sementes, é uma boa notícia para uma região bem mais extensa, que utilizará a produção catarinense desta temporada para o cultivo da safra 2014/15. A região de Campos Novos (Centro) e a de Abelardo Luz (Oeste) fornecem sementes de soja para o Sul e o Centro-Oeste do Brasil.

Boa qualidade de grãos catarinenses representa mais disponibilidade de sementes para estados vizinhos. A meta é que 100% da colheita tenha qualidade de germinação, mas os descartes chegam a 25%, conta o produtor Everson Guerra, de Abelardo Luz.

Ele confirma expectativa de aumento na produção por ampliação de área e incremento de produtividade. O cultivo da soja, em seu caso, passa de 965 para 1.150 hectares. A área extra vem do milho, que está sendo reduzido a 150 hectares.

Como planta sementes, ele acredita que as novas variedades vão garantir incremento na produtividade. “Se o clima ajudar, devemos colher mais de 65 sacas de soja por hectare”. São 12 sacas, ou 800 quilos, a mais do que a média nacional.

A regional da cooperativa C. Vale está em reforma há dois anos para receber grãos numa velocidade maior, relata Júlio Cesar Pias Silva, gerente da unidade. Dois dos três barracões devem operar com estrutura reforçada.

Gaúchos torcem por regularidade e recuperação

O estado brasileiro que mais enfrenta irregularidade no clima e falta de chuva para a agricultura desconfia das previsões até as nuvens chegarem perto das lavouras. Nem por isso, deixa de comemorar quando há umidade suficiente. Nas lavouras de Celi Webber Mattei, em Coxilha (região gaúcha de Passo Fundo), a expectativa de 60 sacas por hectare representa uma volta à linha de crescimento em produtividade.

No ano passado, um terço das lavouras enfrentou falta de água justamente na época de enchimento dos grãos, relata a agricultura, que monitora a produção de 1,5 mil hectares de soja e 300 hectares de milho.

Depois das chuvas que devem durar até esta terça-feira, haverá duas missões pela frente. A primeira é acelerar a colheita de inverno. Em seguida ou paralelamente, os produtores avançam no plantio de verão. Mais da metade da soja ainda não foi plantada no Rio Grande do Sul, embora a semeadura do milho esteja praticamente concluída.

Nos 45 municípios da região de Santa Rosa (Noroeste), por exemplo, a semeadura da oleaginosa avançou de 10% para 30% dos 674 mil hectares previstos na última semana, avalia o assistente técnico da Emater Gilmar Vione. A expectativa, com as novas chuvas, ultrapassar os 2,4 mil quilos por hectare da última temporada.


Fonte: Gazeta do Povo

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