Nas mais recentes projeções do IRI/Columbia – do inglês, Instituto Internacional de Pesquisas para o Clima e Sociedade – a variação da temperatura da superfície do mar na região do El Niño, sinaliza o estabelecimento da condição de neutralidade ainda neste próximo trimestre, ou seja, fim da La Niña está muito próximo. Mas vale ressaltar que, quanto mais distante é a data a projeção, menos assertiva ela é.
As previsões são geralmente mais precisas quando feitas entre junho e dezembro (inverno e primavera) do que entre fevereiro e maio (mais próximos do outono). As projeções do IRI indicam o fim do evento La Niña e a transição para a Neutralidade climática durante fevereiro-abril de 2023, seguido de uma grande chance de persistência da condição neutra até maio-julho de 2023, e uma transição para o El Niño.
No entanto, as probabilidades de condições de El Niño permanecem baixas até o fim do outono (Maio, Junho e Julho), mas aumentam significativamente durante o inverno (na faixa de 53-57%).
O El Niño mexe na safra de inverno?
De acordo com as projeções, o El Niño pode se estabelecer ainda no inverno, mas com baixa probabilidade, essa confirmação virá com as próximas atualizações. Mesmo que isso ocorra, não é uma mudança repentina. A atmosfera leva um tempo até se adequar as novas condições, além disso não é somente o padrão oceânico que altera as condições climáticas no país.
As maiores chances são de uma safra de Verão com a influência do padrão de chuvas do El-Niño. Ou seja, os impactos na produção agrícola serão mais expressivos apenas na virada de 2023/24.
Impactos na agricultura Brasileira
O El Niño é um fenômeno climático que pode afetar significativamente a agricultura no Brasil. Durante um evento de El Niño, as condições climáticas tendem a ser mais secas no Nordeste e mais úmidas no Sul e Sudeste do país. Isso pode levar a problemas como seca e estiagem no Nordeste, o que pode afetar negativamente a produção agrícola de culturas como cana-de-açúcar, algodão e milho.
As chuvas excessivas no Sul e Sudeste podem causar inundações e deslizamentos de terra, danificando as colheitas e prejudicando a produção agrícola. A variação de temperatura também pode afetar o ciclo de vida das plantas e a polinização, o que pode afetar a produção de frutas e vegetais. Apesar desses desafios, algumas culturas podem se beneficiar das condições de El Niño. Por exemplo, as chuvas mais abundantes no Sul e Sudeste podem aumentar a produção de arroz, soja e feijão. Além disso, algumas culturas como café, cana-de-açúcar e frutas tropicais podem se beneficiar de temperaturas mais elevadas.
Em geral, eventos de El Niño podem trazer desafios significativos para a agricultura no Brasil, mas os impactos precisam ser avaliados de forma específica para cada região e cultura. Além disso, as técnicas de agricultura adaptativas, como a agricultura de conservação, podem ajudar a mitigar os impactos negativos do El Niño na produção agrícola.
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Material elaborado pela equipe Agrotempo.
Fonte: Agrolink
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