17
ago
2012
Certificação de armazéns garante qualidade dos grãos
Conab espera cumprir a exigência de adequação de 15% da capacidade estática; No Paraná, unidade de Ponta Grossa receberá certificado ainda este ano

Até o final deste ano, 15% da capacidade estática das unidades armazenadoras brasileiras devem se adequar às exigências das Instruções Normativas nº 41/2010. Entre os critérios do Ministério da Agricultura para a certificação estão a adoção de sistemas de higienização da estrutura e de temperatura dos grãos e a melhoria das condições estruturais de armazenagem. Os armazéns que não cumprirem a norma serão impedidos de estabelecer contratos para guarda dos estoques públicos reguladores. O processo de certificação estabelece seis etapas de implantação, que devem ser concluídas até 2017.

A primeira unidade da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a ser certificada no Paraná ainda este ano está localizada em Ponta Grossa e possui capacidade estática de armazenagem de 420 mil toneladas. O superintendente de armazenagem e de movimentação de estoques da Conab, Rafael Borges Bueno, ressalta que o foco da certificação é o ganho em qualidade no serviço de armazenagem e a consequente redução nas perdas de qualidade dos grãos. Segundo ele, a previsão é de que a unidade de Cambé receba a certificação em 2013.

Em todo o País, a Conab possui 97 unidades armazenadoras, que somam uma capacidade de estoque de 1,2 milhões de toneladas. A Companhia deve investir entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões para certificar 15% desse total. Bueno afirma que não há como calcular o valor que deve ser gasto pela iniciativa privada para realizar as adequações necessárias nas instalações. ''O Brasil é o primeiro país do mundo a adotar esse modelo de sistema de certificação e a expectativa é de que a exigência de 15% de certificação seja atendida este ano'', comenta. De acordo com Bueno, o Rio Grande do Sul lidera a adesão no País, seguido por Minas Gerais e Paraná.

No Paraná, as cooperativas possuem 14,5 milhões de toneladas de capacidade estática, volume que representa 53% da capacidade total do Estado, que chega a 27,5 milhões de toneladas. ''Neste ano, as cooperativas estão trabalhando para atender a exigência da certificação, sendo que várias já estão certificadas. Com isso, esperamos uma melhoria no serviço de armazenagem'', revela o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra. Com o cumprimento da quantidade mínima exigida, as cooperativas serão responsáveis por certificar 2,2 milhões de toneladas em unidades armazenadoras.

O cumprimento da certificação é obrigatório para prestadores de serviços remunerados de armazenagem e voluntário no caso de estoques próprios. Mas, segundo o superintendente da Conab, quem faz armazenamento de produção própria também está adotando as medidas necessárias para obter a certificação como forma de comprovar a qualidade do produto estocado.

O tema foi discutido ontem durante o segundo dia de programação do VII Simpósio Paranaense de Pós-colheita de Grãos e VI Simpósio Internacional de Grãos Armazenados, realizado no Parque de Exposições Governador Ney Braga, em Londrina. Promovido pela Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapos) e pela Embrapa Soja, o evento termina hoje.

Mariana Fabre

Fonte: Folha Web
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