As cotações da soja viveram um dia de muitas oscilações entre os campos positivo e negativo, confinadas, porém, dentro de uma estreita faixa, ao redor do fechamento anterior – sem rumo definido. No fim dos trabalhos, no entanto, o sentimento sobre a persistência do bom ritmo do consumo colocou as cotações no azul. Os números do relatório de oferta e demanda, sobretudo a projeção dos estoques finais, foram considerados entre neutros a ligeiramente negativos.
O bom andamento do plantio da nova safra dos EUA, que já está em 30% ante apenas 13% da mesma semana do ano passado, também ajuda a promover o sentimento de oferta abundante – embora episódios de chuvas mais intensas podem causar atraso em algumas regiões. A posição julho fechou a U$ 9,66, ganhos de 5 cents/bu e a posição agosto, a U$ 9,6250, alta de 4,75 cents/bu.
Relatório 2009/10 – O relatório de oferta e demanda de maio, apresentado pelo USDA, na manhã desta terça-feira, acabou frustrando o mercado ao trazer, nas poucas novidades, um tom mais baixista que altista. Os estoques dos EUA, que eram esperados em queda, permanecem avaliados em 5,16 MT – milhões de tons. Houve um pequeno aumento no consumo – exportações e esmagamento – de cerca de 0,4 MT, mas foram tirados da rubrica Residual. A produção mundial passa a ser avaliada em 258,0 MT, com ligeiro aumento. Os estoques finais foram ajustados para 63,76 MT, ante 62,96 MT de abril.
Enquanto isto, a safra do Brasil foi elevada em 0,5 MT, para 68,0 MT e a da Argentina, estabilizada em 54,0 MT. As importações chinesas têm um salto de 2,5 MT, para 46,0 MT. Ao mesmo tempo, as importações da União Européia são mantidas em 13,0 MT. (veja mais dados na última página deste boletim).
Relatório 2010/11 – O USDA divulgou também o primeiro quadro de oferta e demanda relativo à temporada 2010/11, indicando, para os EUA, uma safra de 90,08 MT, a segunda maior da história. Apesar de área maior, 31,61 milhões de hectares, ante 31,36 milhões de hectares da última safra, o USDA aposta numa produtividade menor – 2.885 quilos/há, contra 2.959 quilos/há da última estação. Os estoques finais (em 31 de agosto de 2011) estão projetados em 9,94 MT, um número acima dos 9,2 MT esperados pelo mercado. O
USDA aposta numa redução das exportações norte-americanas, caindo de 39,6 MT, para 36,74 MT e também do esmagamento interno que é projetado com queda de cerca de 2,6 MT, para 44,63 MT. O espaço deixado pelos EUA no segmento externo será ocupado por Brasil e, sobretudo, pela Argentina, cuja perspectiva é exportar 12,5 MT, ante 7,5 MT deste ano. A produção mundial está avaliada em 250,13 MT, queda de 8,0 MT no comparativo com o último ano. Mesmo assim, os estoques finais são vistos em alta – 66,09 MT, cerca de 2,4 MT a mais. O mercado aguardava um número ainda maior, 69,5 MT.
Para Brasil e Argentina o USDA projeta safras menores, de 65,0 MT e 50,0 MT, respectivamente. As importações chinesas devem crescer ainda mais, para 49,0 MT e, as européias, cair para 12,6 MT. (Veja mais números na última página deste relatório).
Mercado interno – Dia de preços estáveis e movimentação quase nula. Repetindo o exemplo de segunda-feira, o mercado ficou totalmente retraído, depois dos melhores níveis verificados na semana passada. A taxa de câmbio, que iniciou o dia com algum ganho, acabou cedendo e em nada ajudou na formação do preço interno. O mesmo ocorreu com as cotações na bolsa norteamericana que, somente nos últimos instantes, ganharam o campo positivo. Indicações de compra em Paranaguá entre R$ 37,30 e R$ 37,80 e, no oeste do estado, entre R$ 33,30 e R$ 34,00 por saca.
Fonte: Granoeste Corretora de Cereais e Sementes
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