27
out
2010
Carga tributária faz triplicar o valor do trigo
Há 20 anos, a carga tributária brasileira vem aumentando em proporção do PIB. De 24,5% em 1980, vai chegar a 37,9% do PIB este ano. O índice supera o de países mais ricos como Japão e Estados Unidos.
Da máquina, o agricultor Edvaldo Torrezan comanda mais uma colheita. Edvaldo de 40 anos, há 15 na roça, é um dos milhões de brasileiros que não sabem quanto paga de impostos. "A gente ouve falar, mas não tem ideia. Em porcentagem não".
O caminho percorrido pelo trigo até a mesa dos brasileiros é longo e cheio de tributos. Primeira escala, na cooperativa, onde 60 quilos de trigo chegam ao preço de R$ 28. Esse trigo entra no armazém da cooperativa e, depois de pagar algumas taxas, segue para os moinhos valendo R$ 30. Lá, o trigo vai virar farinha, um processo que encarece o produto. Só que um punhado de impostos dão uma encorpada no preço. E a farinha de trigo chega às padarias custando R$ 84, o triplo de quando saiu da fazenda.
Uma saca de farinha rende, em média, 1.200 pãezinhos. E mais um fornada de tributos: ICMS, Piscofins, INSS, imposto de renda e contribuição social. É quando o Edvaldo, que colheu o trigo, descobre o gosto amargo da carga tributária.
No longo trajeto, o pão chegou às padarias recheado de impostos. O quilo custa, em média, R$ 7, sendo que 10% são tributos. É o peso da nossa carga tributária, que fica ainda maior se considerar toda a economia do país.
Há 20 anos, a carga tributária brasileira vem aumentando na proporção do PIB. De 24,5% em 1980, vai chegar a 37,9% do PIB este ano. O índice supera o de países mais ricos como Japão (35%) e Estados Unidos (34%). E é mais que o dobro da carga chinesa (18%).
"Um dos motivos é o aumento dos gastos públicos, ou seja, os gastos com a manutenção da máquina, aliado aos gastos crescentes da Previdência Social. Então isso faz com que os governos tenham cada vez mais necessidade de financiar esses gastos tirando de quê? Justamente do contribuinte", diz Gilberto Amaral, coordenador de estudos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
Edvaldo fala como seria sua vida se pagasse menos impostos. "Eu acredito que sobraria mais do salário ou até poderia melhorar alguma coisa assim ou ter mais na dispensa ou você não precisava controlar tanto o salário. Poderia às vezes no fim do ano sair, dar um passeio. Eu acredito que sobraria nesse fim”.
"No Brasil, que nós temos cerca de 61 tributos, entre impostos, taxas e contribuições, com mais de 3.200 mil normas que regem o sistema tributário, atualmente fica praticamente impossível para qualquer contribuinte fazer uma correta administração dos seus tributos (...) A simplificação também é um ato de inteligência tributária”, diz Amaral.
Da máquina, o agricultor Edvaldo Torrezan comanda mais uma colheita. Edvaldo de 40 anos, há 15 na roça, é um dos milhões de brasileiros que não sabem quanto paga de impostos. "A gente ouve falar, mas não tem ideia. Em porcentagem não".
O caminho percorrido pelo trigo até a mesa dos brasileiros é longo e cheio de tributos. Primeira escala, na cooperativa, onde 60 quilos de trigo chegam ao preço de R$ 28. Esse trigo entra no armazém da cooperativa e, depois de pagar algumas taxas, segue para os moinhos valendo R$ 30. Lá, o trigo vai virar farinha, um processo que encarece o produto. Só que um punhado de impostos dão uma encorpada no preço. E a farinha de trigo chega às padarias custando R$ 84, o triplo de quando saiu da fazenda.
Uma saca de farinha rende, em média, 1.200 pãezinhos. E mais um fornada de tributos: ICMS, Piscofins, INSS, imposto de renda e contribuição social. É quando o Edvaldo, que colheu o trigo, descobre o gosto amargo da carga tributária.
No longo trajeto, o pão chegou às padarias recheado de impostos. O quilo custa, em média, R$ 7, sendo que 10% são tributos. É o peso da nossa carga tributária, que fica ainda maior se considerar toda a economia do país.
Há 20 anos, a carga tributária brasileira vem aumentando na proporção do PIB. De 24,5% em 1980, vai chegar a 37,9% do PIB este ano. O índice supera o de países mais ricos como Japão (35%) e Estados Unidos (34%). E é mais que o dobro da carga chinesa (18%).
"Um dos motivos é o aumento dos gastos públicos, ou seja, os gastos com a manutenção da máquina, aliado aos gastos crescentes da Previdência Social. Então isso faz com que os governos tenham cada vez mais necessidade de financiar esses gastos tirando de quê? Justamente do contribuinte", diz Gilberto Amaral, coordenador de estudos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
Edvaldo fala como seria sua vida se pagasse menos impostos. "Eu acredito que sobraria mais do salário ou até poderia melhorar alguma coisa assim ou ter mais na dispensa ou você não precisava controlar tanto o salário. Poderia às vezes no fim do ano sair, dar um passeio. Eu acredito que sobraria nesse fim”.
"No Brasil, que nós temos cerca de 61 tributos, entre impostos, taxas e contribuições, com mais de 3.200 mil normas que regem o sistema tributário, atualmente fica praticamente impossível para qualquer contribuinte fazer uma correta administração dos seus tributos (...) A simplificação também é um ato de inteligência tributária”, diz Amaral.
Fonte: G1 - O Portal de Notícias da Globo